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quarta-feira, 8 de julho de 2015

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SE O ESTADO BOM É O QUE MATA, O HOSPITAL BOM É O QUE DÁ “ALTA” PELA PORTA DO NECROTÉRIO!

 

A melhor forma de promover a violência, é aceitando-a. A aceitação se dá diante de duas hipóteses: é pensamento refletido, ou não. Há aqueles que, diante de um imperativo social, refletem, debatem, discutem. Há os que simplesmente aceitam. Estranhamente, na atualidade, a aceitação tem sido pautada na força da onda. A onda que leva, sem reflexão à tomada de decisão. É a sociedade do extremo. É a busca contraditória dos extremos: queremos a paz, mas nos sentimos satisfeitos com os resultados da guerra.

si vis paccenHá uma expressão latina que diz “Si vis pacem, para bellum”, que quer dizer “Se queres a paz, prepara-te para a guerra”. Interpretada de diferentes formas, entende-se por ela, o ideal de uma sociedade forte, ou seja, aquela que está menos apta a ser atacada pelo inimigo. Essa frase é de Publios Flavius Vegetius Renatus, que designva-a a busca da paz através da força. É a paz armada. Essa expressão é tão forte que o parabellum se referia ao calibre de arma de fogo.

Assim o é, “Si vis pacem, para bellum” hoje é querer a paz, através da guerra armada, da violência, da condenação.

Estranhamente, vivemos em uma sociedade que pede urgentemente pela condenação. É o caminho inverso. A busca da paz, não se dá pela condenação. A condenação é a confirmação da estratificação social inerente ao processo de desigualdade social. Toda condenação, parte do princípio que exista um réu e um julgo. O julgamento é o meio termo. Na força da guerra, o réu sempre é condenado.

“Si vis pacem, para bellum” faz pensar na inclinação voraz da vida natural com um agravante: o uso de mecanismos – armas – para a condenação. A autorização da condenação se dá sob a forma de lei, mas antes dela, pela ideologia política, econômica e social dominante. Não há condenação fora do interesse de quem condena.

Percebe-se que, diante da condenação do semelhante há um determinado prazer. A violência gera prazer em uma sociedade que nega a alteridade como valor. Até os animais se compadecem diante do outro animal, mas o homem continua a demonstrar-se indiferente. É o individualismo levado ao extremo. O que resta após? Só a morte! A condenação através da pena de morte!

Esta condenação já é evidente. Basta verificarmos através das pesquisas que, os meios de repressão no Brasil são os que mais matam se comparados ao restante do mundo. Repreender não significa matar! Se o Estado bom é o que mata, o hospital bom é o que dá “alta” pela porta do necrotério.

Assim, a melhor forma de enfrentar a guerra não é participando dela. Ao contrário, é promovendo a paz. A promoção da paz não se dá pela condenação, e sim, pela educação. Educar pela e para a paz, significa estreitar os laços humanos, ampliar a necessidade do saber, amplificar o potencial de ideias de cada um, conferir espaços de construção coletiva, de emancipação, de justiça social, entre outros.

Eu quero a paz, por isso, não condeno, educo! Sou educador, não posso aceitar que a lei seja mais forte que a humanidade! ((•)) Ouça este post

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