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sexta-feira, 24 de março de 2023

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UMA PENSATA: QUEM SÃO ELAS? (SE VOCÊ CONSEGUIR ADIVINHAR)

Elas estão por toda parte. Fazem parte da nossa vida. Algumas  muito conhecidas, outras nem tanto. As mais conhecidas, estão na boca do povo. Fazem parte do seu dia a dia, do seu cotidiano. Algumas são utilizadas em tons mais agressivos, outras em tons mais sensíveis. Algumas aprovam, outras reprovam. Quando bem ditas, se tornam benditas! Mas aquelas mal ditas, consequentemente, tornam-se malditas. Algumas tem apenas um sentido, outras, sentidos diversos. Algumas quando ditas, logo são interpretadas; outras, levam um tempo para serem compreendidas.

Elas estão entre o entendimento e a compreensão. Estão aí, aqui e acolá.  Se silencio, provocam o meu silêncio! Se pronuncio,  sugerem-me o silêncio para provocar-me. Não as posso renunciar, porque quando as anuncio, denuncio.  Me comprometem, porque ao denunciar, tenho que me responsabilizar sobre o que elas podem significar.

Estão na grafia, na arte, na filosofia.  Algumas querem gritar, outras preferem silenciar. E mesmo no silêncio, depois de escrita, tanto a bendita quanto a maldita, excitam o pronunciar.  Estão no doutor, ou mesmo no analfabeto. Estão na cultura, nos detalhes, na desenvoltura. Estão por toda parte, e quando você pensa em não as encontrar, já pensou, e com elas foi morar.

Entre elas, há o mundo, para quem as possa decifrar. Quem não compreender, mesmo que sábio parecer, ignorante pode ficar.  Não são neutras, nem tão pouco radicais, quando se unem para traduzir o silêncio em sons, ideológicas vão se tornar.

Nelas há um poder, o poder de transformar! Estão nas pontas dos dedos, ou na boca a falar.  Mas se o medo as impedir de pronunciar, e mesmo assim silenciar, se não aparecerem nos livros e nos cadernos, na eternidade hão de ficar.  Delas não somos donos, nem tão pouco opressores, mas se delas nos apropriarmos, libertadores vamos ficar. 

Sempre as tenho do meu lado, e do teu lado hão de ficar. Mesmo que busque o seu significado, do anonimato sairão, e jamais te deixarão, enquanto buscares te eternizar.

Você sabe de quem estamos falando?

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sábado, 11 de março de 2023

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UM SHOW...VÁRIOS APELOS...E A CAMINHADA EDUCATIVA DOS PROFESSORES

 

Recentemente somos comunicados de que há uma artista, que através de seus discursos vem minimizando a identidade e o papel social do professor.  É um discurso irrelevante do ponto de vista da construção histórica da Educação e da importância desse profissional em nossa sociedade.  No entanto, como vivemos em uma sociedade em que os radicalismos e os extremos parecem ganhar mais importância que a reflexão, propõe o pensar o professor em sua dimensão de maior complexidade: sua identidade, papel e compromisso social.

Professor lê, discute, elabora sínteses, conceitos e ideias. Realiza esse  movimento porque seu trabalho exige decência. E a decência está na coerência entre aquilo que sabe, ensina e vive.  A identidade pessoal e profissional do professor vai sendo forjada, construída e elaborada, em uma seara de conflitos pessoais, identitários e culturais. A construção de um professor, bem como sua elaboração teórica, na docência com decência, não ocorre de um momento para outro, não explode na mídia, através de um vídeo do YouTube, ou mesmo durante um show de 30 minutos. A decência na docência, com coerência, leva quem sabe, uma vida toda!

De fato, professor não ganha 70 mil reais para ministrar uma aula.  Mas o valor do saber é para uma vida toda, e não para uma noite, ou quem sabe no máximo um ano.  O valor do saber não está na explosão de um momento,  na euforia do apelo sexual ou imoral, mas na insistência do poder do argumento.  O apelo,  a euforia, leva toda uma sociedade há um impulso extremo contra valores, que esteriliza as boas relações, a sadias convivências e a continuidade da construção da humanidade.   Em síntese, o saber humaniza!  Por isso, o professor é humano e humanizador!  Suas relações com o saber e com os seres humanos não é um ingresso pago,  mas um compromisso que vale muito mais do que 70 mil reais.

O professor não precisa tirar a roupa ou mesmo incitar  sexo explícito para chamar a atenção!  Basta um bom dia, uma acolhida, uma palavra. Professor tem o dom e dizer bem, e ao dizer bem, a palavra se torna  bendita.  Professor, de fato, tira muitas coisas:  O invólucro da ignorância,  a roupagem da imoralidade e da corrupção política formada pelo senso comum na consciência de cada um,  a camisa de força do preconceito, do racismo, da xenofobia, da homofobia,  da intolerância religiosa, entre outros.  Assim, o professor não encarna a imoralidade, a indecência,  a falta de pudor, entre outros, para fazer seu show! 

Professor não é momento!  Professor é eternidade!  São muitos que passam pelo professor todos os dias! São muitos professores que passam por seus alunos... Não! Eles não passam! Nessa relação de professor e aluno, não há quem passe, cada um fica um pouco no outro! Cada um ensina, e ao ensinar, também aprende! Aluno e professor, professor e aluno, estabelece uma relação de eternidade. Por isso, o professor não é momento, professor é eternidade!

Por fim, podemos influenciar as pessoas, os nossos jovens e as nossas crianças, com coisas boas e ruins. A escolha, é nossa! Somos os adultos da história! Precisamos direcionar bem os nossos jovens, para que eles possam direcionar bem os seus filhos, valorizar a vida antes de mais nada.  Valorizar a vida em sua complexidade, compreendendo antes de tudo, que a cultura é uma questão prioritária quando você quer formar seres humanos íntegros, maduros e com capacidade de dar continuidade a tudo aquilo que os bons professores  e familiares  construíram.  Enfim, um show de irrelevantes apelos, não pode ser mais importante, do que uma caminhada educativa realizada por muitos professores!

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sábado, 4 de março de 2023

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O ADOLESCENTE PÓS-MODERNO: SEUS CÓDIGOS, NOSSOS DESAFIOS!

Na pauta das famílias, do encontro entre pais, professores, formadores de opinião, comunidades religiosas, gestores de instituições educacionais, está sempre a busca da compreensão das diferentes gerações e fases das nossas crianças, adolescentes e jovens. Me ocorreu, nesse sentido, buscar uma analogia para tentar compreender, refletir e discutir algum tipo de contribuição sobre os adolescentes do nosso tempo:  adolescentes pós-modernos. Mas antes, fui recolhendo ao longo de algumas leituras e diálogos, algumas máximas que caracterizam os nossos adolescentes:


1) O adolescente pós-moderno não acredita em grandes mitos que animaram a nossa adolescência (me refiro à adolescência do atuais adultos).
2) O adolescente pós-moderno não crê em milagres econômicos, principalmente aqueles que vem de autoridades políticas.
3) O adolescente pós-moderno não se agrega a grandes ideologias, grandes ídolos ideológicos que sustentavam movimentos juvenis no século passado.
4) O adolescente pós-moderno não crê na onipotência da razão, em sistemas ou explicações puramente racionais como forma de resolução de seus problemas do cotidiano.
5) O adolescente pós-moderno, mesmo inserido no mundo da tecnologia e da ciência, não a compreende como aquela que tudo pode criar ou construir.
6) O adolescente pós-moderno, recusa o passado e duvida do futuro; e por isso, quem sabe, busca o descompromisso com o presente.
7) O adolescente pós-moderno opta pelas vivências e experiências do momento.
8) O adolescente pós-moderno, não crê em utopias, cria distopias.
9) O adolescente pós-moderno não transcende o hedonismo, por isso facilmente é vítima do consumismo e busca uma cultura da satisfação.
10)O adolescente pós-moderno abomina a rotina, detesta  a repetição do cotidiano seja ela na escola, na casa, ou em suas obrigações.
11) O adolescente pós-moderno, boa parte dessa geração, encontra-se em um estado de melancolia; para reafirmar esse estado, cria tribos onde encarna o astral de uma linguagem que possa representar diferentes perfis melancólicos.
12) O adolescente pós-moderno valoriza a estética, o ritmo, a música, luzes e cores, valoriza a beleza e o movimento.
13) O adolescente pós-moderno, vive em um mundo extremamente subjetivo. Tem uma visão de mundo niilista. Afirma sua própria verdade. Afirma pedaços de verdade, como se esses pudessem explicar a complexidade do todo. Para chegar a esta verdade, utiliza de sentimentos e experiências individuais.


Possivelmente, ao ler até aqui, você concordou com algumas afirmações, discordou de outras. Por isso, essas afirmações não podem ser compreendidas como juízos sobre o adolescente pós-moderno, mas desafios que se impõe a sociedade de uma forma geral. 
Veja que em meio a essas características, há presença de valores e contravalores, caminhos e descaminhos, possibilidades e impossibilidades.


Nesse sentido, precisamos descobrir os códigos dessa adolescência pós-moderna. Precisamos compreender, como dito anteriormente, utilizando quem sabe analogia da águia. Quando a águia constrói seu ninho, normalmente em situações ou locais arriscados e, ensinar a pequena águia a voar, ela o faz com maestria; ou seja, coloca a águia adolescente no risco de cair, mas ao mesmo tempo, na possibilidade de aprender a voar.  Enquanto lança, ampara. Somente lançar, caracteriza abandono; somente amparar, caracteriza superproteção.

Por mais que o adolescente muitas vezes rejeite algumas sadias expressões dos adultos, ele deseja e necessita das mesmas.  Quando abandonado, se sente rejeitado. Quando amparado, se sente superprotegido. Não deseja o abandono, nem a superproteção! Desejo apenas que os pais, professores e toda a sociedade, tenham a consciência de que os adolescentes precisam de segurança e confiança para poderem alçar seus voos.

Por fim,  o adolescente pós-moderno não poderá ser concebido como projeção de realização daquilo que a geração anterior não conseguiu realizar em seu tempo.  Assim, o melhor a se fazer, é  ajudá-los a assumir as rédeas da própria história, interpretando e dialogando sobre seus códigos, conflitos e possibilidades.

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