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sábado, 18 de maio de 2013

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VERDADE, CIÊNCIA E CONHECIMENTO: EM BUSCA DA CONCEITUAÇÃO DAS PALAVRAS

 

Antes mesmo de adentrar na tentativa de refletir sobre três palavras-conceitos que são propostos aqui, dizer de que a reflexão dessas é de extrema importância, uma vez que, quando não se tem um referêncial, as possibilidades assertivas acerca dos temas abordados, sugerem outro entendimento. Assim, segue:

1. VERDADE:

OLHOA verdade é uma possibilidade, não um dogma. Mesmo que, sendo ela aceite pela maioria das pessoas, o conceito de verdade nunca pode se dar por encerrado enquanto for possível uma investigação. Atribuímos, no senso comum, o conceito de verdade às questões que são, pelo menos, por enquanto, sem uma resposta. É o caso da origem da vida e a questão da morte. Existe também a questão da essência, a qual não é mutável e pode ser considerada verdade. Diria assim, “A verdade é!”. O verbo ser expresso nessa afirmação remete a pensar sobre a essência. No entanto, devemos lembrar que, o mundo, as coisas, e tudo o que nos cerca não são apenas essências, muito mais, além de essência são também existência. E é aí que as coisas começam a ficar complicadas, porque elaboramos a pergunta: “Como a essência existe?”. No entanto, coloca-se sempre a verdade como uma possibilidade e não como uma questão dogmática, fechada e absoluta.

2. CONHECIMENTO:

Conhecimento é a transposição conceitual do Saber. Partindo do desenvolvimento humano e o percebendo como uma questão dual (pelo menos dentro da tradição ocidental), entendemos o homem como alguém que pensa e faz. Além de desenvolvermos o nosso homo fabers, também somos homo sapiens, ou seja, somos os únicos animais que têm a capacidade de transpor o que sabemos elaborando projetos para fazer. Assim, o conhecimento é um estágio não-temporal (porque não se dilui no tempo) que transpõe e fundamenta o que faz. E essa questão do conhecer (pensar) e do saber (elaborar e fazer), admite uma partição: as competências e habilidades. A primeira relacionada ao conhecimento da coisa, a segunda, à capacidade motora do desenvolvimento do anteriormente projetado.

3. CIÊNCIA:

A Ciência é resultado de uma elaboração lúcida do nosso intelecto, no entanto, falseável. Sabemos que durante tempos, as premissas científica estavam à mercê de qualquer interrogação, eram inquestionáveis. Hoje buscamos a verdade (como dito acima) na falseabilidade de um argumento. A ciência é “por enquanto”, uma possibilidade, uma tentativa acertada de se ter um parâmetro comum, socialmente aceito, um conhecimento que venha a mobilizar o desenvolvimento de novas formas de interação do homem no mundo. A ciência hoje, vai além do conceito duro de epistemologia, não fica presa aos moldes filosóficos, a ciência é e pode ser compreendida em todas as áreas do saber. Cientista não é apenas aquele sujeito com jaleco branco, óculos, cabelo arrepiado, em um laboratório com tubos de ensaio, etc; essa é uma concepção de ciência do século XVI. Hoje temos um cientista social, com uma prancheta, alguém disposto à discussão, à coleta de dados, à análise, e por fim, disposto à transformação social. ((•)) Ouça este post