Páginas

quinta-feira, 31 de março de 2016

0

O PAPEL DA FILOSOFIA NA UNIVERSIDADE

 

escola de atenasO questionamento e a curiosidade são atributos humanos que proporcionam a reflexão. A universidade é, por excelência, o espaço da reflexão. O início do pensar filosoficamente se encontra no desacordo, não apenas com os outros, suas ideias, posicionamentos, mas também com o questionamento de si.

Ainda que se diga que a universidade nas configurações atuais está voltada à formação profissional, esse espaço é carente de belas e boas reflexões filosóficas. As ideias filosóficas são influenciadas pelo contexto social e cultural daquele que reflete e/ou da instituição que reflete. Os filósofos, assim como o público universitário, têm personalidades distintas. Acima de tudo, os pensadores têm o papel de estimular a dúvida metódica.

Nesse sentido é que se encontra o papel da Filosofia na Universidade: no estímulo ao pensamento crítico. Todo e qualquer componente dos Cursos de Ensino Superior é um espaço de construção de saber e de conhecimento e, isto só é possível graças às grandes questões que vão sendo colocadas e construídas em cada ciência.

Por mais breve que a formação profissional e acadêmica acaba sendo em virtude da mercantilização do saber, a principal implicância de todos os homens, ainda hoje, é a possibilidade do conhecimento. Destarte, não de qualquer conhecimento, mas sim, daquele que mobiliza pessoas e melhora a vida da sociedade.

É na universidade que os indivíduos se tornam sujeitos de seus próprios pensamentos, tornando-se autônomos em sua prática profissional. A revolução na vida do acadêmico acontece de maneira suave outras vezes, mais ríspidas. Importante é que os indivíduos sejam livres para pensar e agir; ou seja, sejam soberanos sobre suas próprias ações.

A Universidade também é espaço constituído do transcendente. É nela que a experiência humana vai além do mundo sensível. Nela estão incubados valores universais de influência duradoura, como a transmissão do saber historicamente acumulado, do necessário à ser investigado e do socialmente válido, a ser expandido,.

Assim, diante dos processos reflexivos e dos não-reflexivos, a filosofia aparece como a ciência que questiona a imobilidade, tanto dos saberes, quando do docente, discente, etc. Para fins de reflexão, a Filosofia na universidade possibilita o desenvolvimento do raciocínio lógico, o saber e reflexão histórica, bem como o discurso argumentativo.

Assim, o papel da Filosofia se impõe em uma universidade que seja um lugar de reflexão sob o que foi posto como sendo conhecimento prático e teórico. Ela colabora no sentido de desmascarar o discurso da manipulação, do adestramento e do absoluto, fazendo com que a verdade seja gestada na concretude e na lucidez do argumento.

A Filosofia na Universidade também se contrapõe ao pensamento instrumental, fragmentado, da competência especializada. Assume a busca de uma visão totalizante e não totalizadora, onde o combate à falsas crenças, a produção do sentimento de inferioridade e da imposição da normalidade não se justifiquem.

Concluindo, o papel da Filosofia é resgatar o humano, o plural, o sentido e a direção da diversidade. ((•)) Ouça este post

quinta-feira, 3 de março de 2016

1

A NECESSIDADE DE PROJETOS NA ESCOLA “ENSINAR É ESCOLHER”

Para o professor, ensinar não é uma tarefa fácil. Precisa escolher como ensinar. Ensinar é escolher. Escolher é tomar decisões. Algumas perguntas que são sempre importantes: Como vamos nos apresentar em sala de aula? Que conteúdos apresentar? Que material utilizar? Que ritmo seguir? Que atividades propor? Como avaliar tanto nossa atividade docente quanto o estudante? Existem muitas opções. Nenhuma delas é neutra, pois todas elas carregam em si a necessidade de representarem modelos educativos. Dependendo do tipo de aprendizagem que queremos, assim também nossos estudantes irão corresponder.

Confused Way Of A BusinessmanA prática educativa, na maioria das escolas, está dominada pelo fator tradição, ou seja, através de atividades transmissivas. A cultura dominante está presente na metodologia de ensino direto, ou seja, na transmissão direta de conteúdos. A cultura dominante, ou seja, a tradição da transmissão direta de conteúdos e saberes se dá através da apresentação, da prática e da prova. Esses três passos representam o aspecto tradicional da educação. Para melhor compreender, é necessário atentar para a apresentação do conteúdo à toda classe, logo o estudante pratica orientado pelo professor através de atividades orientadas e, finalmente, os estudantes se submetem à uma prova onde os mesmos devem reproduzir os conteúdos apresentados anteriormente pelo professor.

O efeito direto da transmissão de conhecimentos está em que produz uma aprendizagem memorística, que tem como característica a curta duração, reprodutivo e acrítica. Ainda, as contribuições do ensino para o desenvolvimento de competências pacificadoras é evidente.

Por último, a transmissão de conhecimentos pelo viés da aprendizagem por memorização não facilita a inclusão, e dificulta a promoção à diversidade, provocando problemas motivacionais e atitudinais em aula. Em resumo, o excesso de transmissão de conteúdos diretos, produz efeitos prejudiciais à saúde da aprendizagem.

Sem dúvida, entre muitas práticas docentes, encontramos maneiras distintas de efetivação da aprendizagem. Há assim, variadas maneiras de ensinar. Classifica-se como necessária a proposição de maneiras alternativas de ensinar. Ensinar por projetos é uma delas, na qual, o professor propõe aos estudantes uma pergunta (problema para pesquisa) o qual, o estudantes precisam resolver. A partir dessa metodologia, é necessário escolher entre o ensino tradicional (transmissão direta de conteúdos) e o ensino por projetos (ensino ativo). Na primeira, como já se disse, o aprendizado ocorre por memorização; enquanto que, na segunda, através de tarefas e projetos se aprende a fazer.

A pedagogia de projetos promovem ações como buscar, escolher/analisar, discutir, aplicar, errar, corrigir e simular. A metodologia de projetos para aprendizagem nos mostra assim, que aprender significa conjugar o verbo “fazer”.

A aprendizagem por projetos se demonstra assim, como aprendizagem ativa. A mesma está baseada na seguinte metodologia: aprender por projetos, tarefas, problemas, descoberta, desafios. Ademais dos conceitos, esta proposta marca três fases distintas da transmissão direta de conteúdos e saberes:

1) O conhecimento é o resultado de um processo de trabalho compartilhado: onde o docente elabora perguntas, propondo investigações. Dessas investigações são produzidas conclusões de onde se percebe um produto final tangível e de aprendizagem.

2) O papel do estudante está relacionado com processos de cognitivos de categorias superiores: conhecimento de problemas, compreensão e interpretação de dados, tratamento de informações ou revisão crítica são algumas etapas do processo cognitivo das categorias superiores.

3) A função principal do professor é criar situações de aprendizagem que permitem o desenvolvimento do projeto: para o desenvolvimento dessa proposta, implica uma série de adaptações no fazer pedagógico.

Obviamente, para buscar as premissas acima apresentadas, sugere-se manter um nível de qualidade, descritos como critérios de qualidade de um projeto de aprendizagem. Esses critérios vão definir a eficácia da proposta de um projeto de aprendizagem. A National Academy Foundation & Pearson Foundation, estabelecem seis critérios de qualidade em um projeto de aprendizagem:

1) Autenticidade;

2) Conexão com adultos;

3) Exploração ativa;

4) Aprendizagem aplicada;

5) Rigor acadêmico;

6) Práticas de avaliação de qualidade.

Mais recentemente, são propostos oito elementos para a elaboração de um bom projeto:

1) Finalidade e relevância na perspectiva da aprendizagem do estudante;

2) Tempo para aprender e trabalhar;

3) Complexidade e integração curricular;

4) Intensidade e dedicação ao projeto;

5) Conexão presencial e através da rede;

6) Acesso à uma ampla variedade de materiais;

7) Capacidade de ser compartilhado e sentido;

8) Novidade e originalidade.

Concluindo, diversas experiências em projetos de aprendizagem nos têm permitido gerar um cenário da valorização de projetos, considerando a preparação do projeto, sua análise, avaliação, revisão e divulgação.

Enfim, podemos dizer hoje que há diferentes maneiras de aprender: aprender a ser, aprender a se informar; realizar aprendizagem com significado. Todas essas formas estão compartilhadas com outras maneiras de aprender que estão em expansão. Para finalizar, afirmar novamente que há várias e diferentes maneiras de aprender. ((•)) Ouça este post