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sábado, 26 de fevereiro de 2011

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SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA RECOMENDA NÃO REPROVAR ATÉ O 3º ANO

 

reprovadosA Secretaria de Educação e Cultura, na pessoa do Secretário José Clovis de Azevedo recomenda aos colégios para que não reprovem nas etapas iniciais do Ensino Fundamental. Essa recomendação foi homologada pelo Ministério da Educação/Conselho Nacional de Educação com a intenção de acabar com a reprovação nos três primeiros anos do Ensino Fundamental. No entanto, essas medidas mudam as orientações para um novo sistema, onde se cria o Ciclo de Alfabetização e Letramento e elimina as séries iniciais.

Apesar de polêmico, o sistema funcionará da seguinte forma:

- Os alunos dos três primeiros anos do Ensino Fundamental não serão mais reprovados;

- Os três primeiros anos do Ensino Fundamental passariam a ser considerados só um ciclo para garantir que o aluno seja alfabetizado até os oito anos, considerada a idade ideal pelo MEC;

- Em vez de aprovação ou repetência, seriam determinadas metas de aprendizagem para cada fase;

- O sistema deverá reorganizar os currículos das escolas, hoje focadas em avaliações como a Prova Brasil.

Diante dessas mudanças, algumas críticas são evidentemente uma quebra de paradigmas, como por exemplo, admitir que essa mudança não ajuda a superar o desafio da fase inicial escolar. De certa forma, se protela em tempo o que se pode fazer em planejamento. Deixar de reprovar, inicialmente parece ser uma ótima ideia, mas quando se pensa que esse sistema apenas adia a reprovação que virá nos anos seguintes, passa para um momento constrangedor.

De toda forma, a Secretaria apenas recomenda, e não torna obrigatório. No entanto, é um processo de amadurecimento que vai aos poucos culminando na discussão com professores, coordenadorias de educação, direção escolar, etc.

Por fim, cabe dizer que, enquanto educador, aposto na mudança de sistema de avaliação e não na tomada de posição a partir de extremos! Não podemos dizer, “reprova” ou “não reprova”, cada professor é um profissional habilitado para, juntamente com critérios claros de avaliação, considerar os avanços e retrocessos no processo de ensino-aprendizagem. Negar essa postura seria oferecer uma condição minimizada aos professores que trabalham nesse ciclo de estudos.

Assim, afirmar a reprovação ou aprovação de um aluno é desmerecer as horas de formação profissional do professor e todo processo de ensino aprendizagem. Ainda bem, que é apenas recomendação!

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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

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ESCOLA: NOSSA CASA!

escolaho1Sempre me senti bem na escola. Desde os tempos mais primários de minha formação, sempre gostei de ir e estar na escola. Muitas das vezes, mesmo enfrentando dificuldades para ter acesso, sempre lutei arduamente para acessar e fazer bom uso daquilo que meus mestres ofereciam em termos de conhecimento, de saberes. No entanto, sabemos que a escola é vista por muitos como um lugar perverso, desestimulante, sem prazer. Para outros, no entanto, a escola é apenas um ponto de encontro de amigos, de paquera, de qualquer outra coisa, menos estudar.

A escola é nossa casa, pois é nela que se concentra boa parte de nossa vida! Nela enfrentamos crises, pautamos momentos felizes, conhecemos novos jeitos de pensar, articular e assumir a cidadania. Na escola, somos guiados por uma pedagogia relevante, preocupada com o nosso desenvolvimento integral.

Mas o cenário não é tão meigo assim. Existe hoje, uma discussão acirrada sobre os distúrbios comportamentais desenvolvidos por alguns alunos: são bons filhos, mas péssimos alunos ou, são bons alunos e péssimos filhos em termos de comportamento. No entanto, enquanto a discussão vai ocorrendo, a sociedade cria conclusões interessantes, por vezes, precipitadas. Uns colocam a culpa na escola, afirmando que a mesma está atrasada, tem uma pedagogia capenga, etc.; outros, dizem que o modelo familiar atual fragmentou-se a ponto de não permitir mais um determinado controle dos pais sobre os filhos.

No entanto, qual casa não teria seus problemas? O mais interessante é que, embora não se saiba ao certo onde está o ponto falho, a discussão continua, e isso é bom! Na prática cotidiana da sala de aula, visualizamos uma determinada rotina estabelecida hierarquicamente. De outra forma, essa rotina é flexível. Não temos hoje, escolas tradicionais a ponto de não ter espaço para a expressão, as vivências, etc., temos sim, famílias que saíram da tradição em rumo à uma libertinagem.

Mas mesmo assim, a escola continua sendo nossa casa! Uma casa que não é do professor, nem do aluno! É de todos que por ela passam. Ela dá continuidade à nossa maneira de ser, viver e sentir. Temos problemas? Temos, mas sem eles não teríamos as mudanças tão necessárias, seja na escola, seja na família.

“Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas. Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo. Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado”. (Rubem Alves)

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sábado, 12 de fevereiro de 2011

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AS COMPETÊNCIAS DO SER PROFESSOR

 

Na maioria das vezes, quando lembramos dos professores, fixamos nosso olhar em seu trabalho. Não nos cabe apontar julgamentos sobre eles. Falar que existem professores que se dedicam ou não é perca de tempo, pois a profissão professor é mais que marcar tempo em uma sala de aula, é desenvolver seu trabalho com competência.

Quando questionadas sobre quais seriam as competências docentes, as pessoas logo apontam para uma avaliação final do trabalho do professor: “o professor fez um bom trabalho”, “o professor fez um péssimo trabalho”, etc. No entanto, ser professor hoje é muito mais que estar preocupado apenas com o resultado final; é, na verdade, buscar uma correspondência eficaz entre o que se tem como conhecimento e o mundo da vida prática. Para tanto, é necessário algumas (entre tantas) competências:

O agir ético: nós professores somos alvo de nossas próprias palavras. No entendimento infantil, não há uma dissociação da profissão professor com a identidade de quem a exerce. No entanto, algum tipo de ação do professor em espaços não escolares, poderá vir a ocasionar profundos reflexos.

Conhecimento flexível: Diante de leis em educação que não permitem flexibilidade, buscamos a flexibilidade como ponto de entendimento, pois sabemos que ninguém sabe mais do que ninguém. No entanto, é na troca efetiva daquilo que consideramos como conhecimento que vamos aprendendo. Não temos verdades absolutas, individuáveis, mas possibilidades diante da resolução de problemas da vida, e para isso, precisamos ser flexíveis, mesmo que em muitas vezes os pais não compreendam, pois querem respostas prontas – “produto final”.

Formação Constante: Ser professor é uma profissão que requer aperfeiçoamento constante, seja no âmbito do entendimento e reflexão, seja na perspectiva do domínio técnico da profissão. Antes era fácil ser professor, hoje vivemos dia após dia um turbilhão de informações e conhecimentos processados à cada segundo.

Trouxe para nossa reflexão apenas três competências. São competências importantes. Podemos somar à elas as habilidades e teremos um professor atual, pedagógico e acima de tudo estudioso. No entanto, há uma dimensão política do trabalho do professor que não pode ser esquecida: a missão de transformar a sociedade.

Paulo Freire já dizia que se “a educação não muda a sociedade, tão pouco, a sociedade sem ela mudará!”. Está implícita nessa frase a missão de cada dia de nossos mestres, nossos dedicados professores de todos os níveis de Ensino. Não há nível que se sobressai à outrem, pelo contrário, é na continuidade interdisciplinar dos mesmos que seguimos desejosos de formar um ser humano mais humano, com olhar para si e para o outro.

Esses são alguns desafios que exigem as Competências da Profissão Professor! Pense nisso!

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sábado, 5 de fevereiro de 2011

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BBB 11 E A PRECARIZAÇÃO DOS VALORES MORAIS

 

bbb11-perfilA história de um povo entra em decadência quando o mesmo perde o senso sobre os valores morais. Valor moral é a medida equilibrada do certo e do errado. No entanto, com a perca dos valores morais, uma sociedade torna-se incapaz de decidir sobre aquilo que lhe parece ser bom ou mau para sua existência. Nesse sentido, recebi essa semana (acredito que muitos dos leitores também) um email em que colocava a postura do escritor Luiz Fernando Veríssimo sobre o Big Brother Brasil 11, reality show apresentado pela Globo e na interlocução Pedro Bial.

Luiz Fernando Veríssimo aponta, entre outros aspectos, a precarização dos valores morais como ponto que define o BBB 11 como uma síntese do que há de pior na televisão brasileira. A exposição desmedida de uma linguagem chula, desenhada em um cenário de sexo ‘quase’ explícito, e por cima, uma nomenclatura fajuta de “heróis” para àqueles que vivem na casa são pontos a serem discutidos.

Como educador, me vejo na obrigação de refletir sobre a necessidade da retomada de alguns valores morais que, no passado foram, e continuam sendo importantes para a convivência social sadia. Não quero repreender a visão liberal daqueles que pensam que deve-se falar sobre sexo, não…não é isso. Falar sobre sexo em uma conjuntura mais global, envolve falar de sexualidade; ou seja, apontar para a questão como um todo e não apenas referenciar o ato genital, que muitas vezes falado no reality show, é extremamente momentâneo.

A exposição de uma linguagem vulnerável e insignificante, pode remeter à população à uma vulnerabilidade de leitura, informação, criticidade, etc., retomando assim, cada vez mais, um estado de vida selvagem, animalesco.

Educar-se é o que precisamos! A televisão deveria ser mais um meio de transmissão da cultura sadia e dos bons costumes que ainda temos. A televisão deveria auxiliar na solução de conflitos sociais, na luta por condições mais dignas de saúde, educação, política, cultura, etc., mas o que faz? Vende! Custe o que custar, o interessante é vender! Mesmo que para isso, seja necessário idolatrar alguns valores em detrimento de outros.

Valorizar a vida na sua plenitude é mais que apontar questões como ‘sexo’ como centro de um jogo. Valorizar a vida é, segundo a história nos mostra, o cultivo de valores como a participação na política, nas discussões de assuntos que são da comunidade, que beneficiam acima de qualquer ideologia a vida de seu filho, seu neto, ou mesmo, a sua.

Procure na internet sobre a ‘Ótica de Luiz Fernando Veríssimo sobre o BBB 11’, imprima, leia com seus filhos, seus alunos, amigos; discuta! Deixe a postura cômoda de lado! Priorize valores que são válidos para toda nossa comunidade. A Educação vai além da Escola! Pense nisso!

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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

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EDUCAÇÃO NO ATENDIMENTO AO PÚBLICO

HOSPIT~1Recentemente acompanhei o caso de um senhor agricultor, morador de um município próximo, que estava requerendo junto ao serviço de saúde pública de seu município uma cirurgia de menisco. Por algum tipo de avaria em seu trabalho, acabou por romper o menisco. No entanto, a partir daquele dia sua vida não foi mais a mesma: muita dor constante, dificuldade para se locomover e o pior, descaso em seu atendimento de saúde por parte do setor público. Não dá para admitir!

Seu atendimento médico começou no início de novembro de 2010 e até então, não havia sido chamado para uma cirurgia que os médicos diziam ser de urgência.

Apesar das demoras, o caso foi me intrigando. Liguei para a secretaria de saúde de tal município pedindo informações sobre o caso. Ao atender o telefone, a pessoa ‘responsável’ começou a me xingar, visto que apenas estava pedindo informações. No entanto, me encaminhou um número de telefone para a Coordenadoria de Saúde à qual, também fui surpreendido com muitas falácias e rusgas. Fiquei chateado com essa situação, uma vez que apenas estava pedindo informação.

No entanto, escrevo aqui pensando na dor daquele senhor, uma pessoa trabalhadora, contribuinte, que paga diariamente seus tributos para ter pelo menos, um atendimento digno de ser humano. Não se pode admitir tal despreparo, incapacidade e acima de tudo, insensibilidade de quem trabalha no setor público.

Algumas pessoas buscam os cargos de confiança apenas para ganhar seu sustento dentro de um tempo. Não posso concluir outra coisa! Concluo apenas que, se fui mal atendido ao pedir informação, a pessoa que estava do outro lado da linha não tem nem formação, muito menos conhecimento de seu papel diante do seu trabalho.

Esse é apenas um caso! Você leitor, deve conhecer muitos e muitos casos pelos quais, inclusive já tenha passado. É um descaso total com a vida das pessoas simples!

Por fim, fui conhecer de perto como funciona esse serviço: vi, segundo fui informado que existe um descaso maior por parte do Estado. Essa coordenadoria atende 25 municípios, apenas com um médico cirurgião para esse tipo de cirurgia. É triste, mas é a realidade!

Observe você, o que faz a falta de educação para nosso povo! Muitas pessoas diante de uma situação como essa se acomodam, embriagam seu espírito de “se é assim, tá bom!”, e fica por isso. Não podemos deixar tal situação se repetir.

Cada uma fazendo sua parte, tendo espírito crítico, investigar as leis, se informar, buscar conhecer, estaremos melhorando não apenas a saúde, mas a economia, educação, cultura, somantizando, construiremos um município melhor para nós.

Quem sabe, essa mania de conhecer as coisas, vá aos poucos contaminando os brasileiros e construindo uma sociedade melhor, onde pelo menos, seremos atendidos/tratados como pessoas com dignidade.

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