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domingo, 23 de outubro de 2011

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EDUCAÇÃO PARA OVELHAS

 

lobo_ovelha013Longe de mim uma educação voltada para domesticação! Não quero ver gentes de almas brilhantes se alimentado de pequenas migalhas de pasto político. Não posso permitir que, sendo professor, desenvolva meu trabalho em nome de ideologias dominantes! Falo de uma educação para seres humanos e não para ovelhas.

Nos currais domesticam animais; nas escolas, crianças. Há que se entender de que, conforme Kant (no livro “Sobre a Pedagogia), o homem é o único animal que pode ser educado. Se é o único, ele não apenas pode, como também deve ser educado. Aí que mora um grande problema: Educação ele recebe, mas que tipo de educação? Em nome de quem?

Será que o espírito ovelhistico não está presente na estrutura burocrática da escola? Ou ainda, pensemos que esse mesmo espírito não está detalhadamente pautado no perfil final de nossos alunos?

Toda educação tem um objetivo. A educação para ovelhas prima pela segurança na ordem e no progresso, uma vez que, a aceitação é a palavra chave dessa educação.

As ovelhas à noite são presas fáceis! Na escuridão é que elas são passadas para trás. Me faz pensar uma educação que deixa as pessoas sem norte, na escuridão, sem clareza em suas ideias, tomadas de posição, ideologia. Se ela se vê em perigo, prefere ser presa que ir para o mato! Como dizem aqui no Sul: “Mato não é lugar de ovelha!”. Será que também não somos presas fáceis em virtude do tipo de educação que recebemos?

Em contrapartida, temos a educação da coruja. Espécie inteligente de bicho. Gira a cabeça e tem um olhar vasto para todas as dimensões. É muito observadora. Mas parece que a coruja também abriga um sentimento de fuga: quando a coisa aperta, ela vai pra toca!

A Educação esclarecida faz pessoas conscientes, livres…A Filosofia no passado nos ajudava a interpretar a realidade. Agora, um novo desafio: Interpretar e Agir! Agir com proposta!

É louvável, entre tantos movimentos, a organização das passeatas por meio das redes sociais. Gostaria de ver as “ovelhas” se reunindo, as “corujas” dialogando sobre seu ponto de vista, as gentes de todo o Brasil dizendo um “NÃO!” à corrupção!

É intolerável a vida precarizada de um povo pobre politicamente. A produção de cultura passa por ai. Quem pode admitir que, escolarizado, um brasileiro tenha atitudes de ovelha?

Dessa iniciativa não podemos nos esquivar. A questão é organizar as escolas, os grêmios estudantis, as universidades, os sindicatos e todo e qualquer movimento social. Um movimento forte se faz unido!

Bom...quem sabe, isso seja apenas o gemido de mais uma ovelha! Afinal, até quando teremos pastores políticos travestidos de lobos?

Você acha isso importante? Compartilhe!

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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

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O VALOR DO PROFESSOR OU O PROFESSOR DE VALOR?

Aos professores cabe o intuito de serem os representantes intelectuais de uma sociedade que prioriza o conhecimento nos seus mais diversos âmbitos. Os professores são herdeiros de uma tradição que caminha lado à lado com o poder político, econômico, religioso, científico e social. Em seu aspecto profissional, a luta por uma sociedade melhor se configura a partir de sua intelectualidade, de sua formação, de sua compreensão da realidade e do seu amor em ensinar e sua disposição em aprender.
No entanto, o que vemos não é consoante com as premissas acima. Visualizar o professor na atualidade é tomar consciência de que os representantes intelectuais de nossa sociedade se esvaziaram de sua essencialidade, de seu caráter e, principalmente de sua construção intelectual. Em parte, isso se deve à sua formação, em outra, a mudança cultural trazida pela mudança de paradigma moderno para o pós-moderno.
A superficialidade do saber foi acrescida em nossos currículos escolares em detrimento da construção do conhecimento, da leitura, da produção escolar. As escolas se tornaram paredes obscuras de tempos em que não se permite mais observar o mundo assim como ele é, permite-se apenas observar os “quadros pintados” pelos artistas ideológicos que nos aprisionam em suas cores, tintas e vontades. É isso! A escola reproduz uma realidade que nem mesmo interessa à ela.
A formação é uma questão interessante que faz pensar nos seus tempos e espaços. Algumas universidades, em especial as particulares, entendem seus acadêmicos como códigos de barras. O acadêmico tem valor de mercado e não valor epistemológico. Como formar caráter priorizando pela vida mercadológica das pessoas?
Estamos professores! Deveríamos ser mais e estar menos! O tempo de sala de aula é um tempo que se espera o tempo passar. Você iria à um lugar sem saber o que irá acontecer lá? Se tentou responder essa pergunta, lembre que, essa é a rotina de bilhões de estudantes em todo Brasil que, desde o café matinal até a noite carregam lições tradicionais em suas mochilas.
Por último, o amor em ensinar se converte no amor à aprendizagem. Aprender é uma palavra que não deve ficar presa ao outro, mas principalmente à nós. Amar o ensino é apaixonar-se pelo aprendizado. Como pode alguém ensinar com amor se não amar o aprender?
É isso!
Abraço, ((•)) Ouça este post

terça-feira, 2 de agosto de 2011

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PERGUNTAS DE UM TRABALHADOR QUE LÊ (Bertold Brecht)

 

Quem construiu a Tebas de sete portas?

Nos livros estão nomes de reis.

Arrastaram eles os blocos de pedra?

E a Babilônia várias vezes destruídas

Quem a reconstruiu tanta vezes?

Em que casas Da Lima dourada moravam os construtores?

Para onde foram os pedreiros, na noite em que

A muralha da china ficou pronta?

A grande Roma está cheia de arcos do triunfo

Quem os ergueu?

Sobre quem triunfaram os Césares?

A decadência Bizâncio

Tinha somente palácio para os seus habitantes?

Mesmo na lendária Atlântida

Os que se afogaram gritavam por seus escravos

Na noite em que o mar a tragou.

O jovem Alexandre conquistou a Índia.

Sozinho?

César bateu os gauleses.

Filipe da Espanha chorou, quando sua Armada

Naufragou. Ninguém mais chorou?

Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos.

Quem venceu além dele?

Cada pagina uma vitória.

Quem cozinhava o banquete?

A cada dez anos um grande Homem.

Quem pagava a conta?

Tantas histórias.

Tantas questões.

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quarta-feira, 27 de julho de 2011

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O PROFESSOR PRECISA DE TEMPO PARA SER EDUCADOR

 

ProfessorPara que o professor seja educador, ele necessita de tempo; caso contrário, continuará sendo ele, um mero professor. Esta ideia hoje tem sentido quando pensamos na profissão do professor e, de que forma o mesmo, executa suas funções pedagógicas.

Ser professor é fácil! Não há necessidade de aprender! Apenas ensinar, é uma tarefa que não exige muito preparo, basta ter disposição física e mental. No entanto, quando se coloca em uma postura de aprendente, o professor se transforma em educador. Esse processo é simples de compreender: basta visualizarmos nas escolas àqueles educadores que partem da dúvida, curiosidade e da pesquisa junto e com seus alunos. Esses educadores são de fato educadores; não são professores! Estão dispostos ao aprendizado constante.

Mas, me fiz pensar, o que hoje significaria aprender? Aprender nos dias de hoje, é um processo que necessita de muita leitura, entendimento, discussão e busca de um acervo bibliográfico que permita a reflexão. Tudo isso acaba afunilando para uma questão: o tempo que temos enquanto educadores!

A vida familiar de um profissional da educação não é, basicamente, a rotina de famílias que tem ou que trabalham para empresas. O professor não é professor apenas em sala de aula. Diria que esse tempo de sala de aula é apenas uma parcela pequena do tempo de ser professor.

Mas o resgate do tempo de ser professor acaba por levantar outra questão: O valor do profissional da educação está em seu tempo!

Em suma, vivemos um tempo que não permite a existência do tempo da reflexão. Dessa forma, o professor acaba por reproduzir a vida escolar pautado apenas na estrutura burocrática, enquanto esquece que, para ser educador, precisa do tempo livre.

Muitos governos pensam que os professores não precisam de lazer, esporte, cuidados com a saúde, cultura, etc. Alguns governos entendem que o professor é mão-de-obra, que “não precisa ser educador”.

Recuso-me à pertencer à uma classe de profissionais que perderam o senso da crítica em favor da sobrevivência! Recuso-me à dizer “Sim, senhor!” à um sistema hipócrita que aprisiona as consciências do tempo de viver. Se for para ser professor assim, que seja, mas assim, não se pode ser educador. O tempo vai medir esse “acefalismo simbólico”.

O professor então, precisa de tempo para ser educador!

O dia que teu filho (a) for de fato educado por um educador, poderá ter certeza que ele deixará de ser mais um aluno.

Boas reflexões!

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terça-feira, 19 de julho de 2011

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JOVEM BRASILEIRO: UM PERFIL

logo_tema2A juventude é uma fase bonita da vida. É nela que acontece as descobertas mais significativas para nossa fase adulta e, onde, por conseguinte, abandonamos crenças infantis amadurecendo nossos valores. Uma pesquisa realizada pelo Portal Educacional, com mais de seis mil jovens, abordou temas como violência, preconceito, honestidade, princípios, individualismo e meio ambiente.

Vejamos alguns resultados:

- Sou ou não violento? 86% responderam não; mas, 50% assumiram que já bateram em alguém. 94% já chingaram uma pessoa, enquanto 30% sofreram agressão física. Esses índices são mais altos entre os meninos (64%).

- Sou uma pessoa preconceituosa? 82% dos jovens não se consideram preconceituosos e 50% acham que o preconceito não atrapalha o desenvolvimento social do Brasil. 40% dos jovens entrevistados revela que já foi vítima de preconceito.

- Estou preocupado com o meio ambiente? 80% afirmam que se preocupam como meio ambiente, e mais de 90% acham que as pessoas poderiam se envolver mais, mudando seus hábitos, etc. Quando percebem alguém jogando lixo na rua, 80% disseram não reparar, enquanto que, apenas 20% tem uma postura mais ativa. Dos entrevistados, 87% já jogaram lixo na rua, embora mais de 75% afirmem que preferem guarda-lo na mochila ou no bolso ou, ainda, procurar uma lixeira. Só 31% sentem-se culpados quando jogam lixo na rua, e 11% chegam a voltar para recolhê-lo. Na economia de água, 64% assumem que tomam banhos demorados, mas 76% dizem fechar a torneira enquanto escovam os dentes.

- Honestidade e Princípios: mais de 90% se consideram honestos. No entanto, 42% passariam por cima de princípios para se chegar ao objetivo; 35% não devolveriam o troco que recebessem a mais; 29% não devolveriam uma carteira achada na rua.

- Política: 70% acreditam no valor de seu voto.

- Outros: 80% apontam a violência como principal problema no Brasil.45% já foram vítimas de roubos. 86% acham que sua vida vai melhorar daqui 10 anos. Apenas 16% acreditam que a política vai melhorar.

Dessa forma, os dados acima apontam para uma reflexão profunda quanto à forma que, a velocidade das informações, TV, internet, família, é formadora de identidade. Isso nos faz entender de que é preciso cada vez mais buscar novos entendimentos acerca da conduta dos jovens. Ou nos preocupamos com isso, ou acabamos os deixando sem direção.

Visite www.educacional.com.br/projetos/estejovembrasileiro2/ e saiba mais sobre a pesquisa!

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sábado, 9 de julho de 2011

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COLAR NA PORTA DA VERGONHA!

escolaNo início de junho os deputados federais Edmar Arruda (PSC -PR), Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Fernando Torres (DEM-BA) apresentaram três projetos de lei que obrigam escolas públicas a expor na entrada do estabelecimento uma placa com seu IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), calculado a cada dois anos pelo MEC. Essas proposições tem gerado debate entre educadores, políticos, intelectuais, etc. O argumento de colar na porta das escolas, por parte do proponentes do projeto, é de que essas informações estando ali, viabilizem o acesso e o debate dos índices de tal escola.

Existem alguns argumentos que nos fazem pensar sobre essa proposição:

a) Entre os motivos (e porque não dizer o principal) que leva os pais a escolherem a escola para seu filho é a sua acessibilidade; em outras palavras, a escola da sua vizinhança. Então, mesmo sabendo dos resultados do IDEB, dificilmente um pai mudaria o seu filho de escola.

b) Outro argumento é que existe uma correlação muito forte entre capital cultural e aprendizagem. No entanto, não existe um padrão para classificar algumas escolas diante de outras sem considerar o perfil do aluno.

c) Devido à segregação de renda que ainda existe (de forma cruel), onde alunos pobres estudam com alunos pobres e alunos de classe média com seus pares, não se pode buscar aproximação de padrões educacionais, quando e, cada vez mais, acentuam-se as diferenças sociais. Desse fator, poderá o IDEB cometer injustiças, uma vez que, não se pode comparar determinada escola (se considerada a localização), com outra mais vulnerável social.]

d) Outro fator que está em voga é a pressão por parte dos usuários. As escolas que tem as piores IDEBs, não tem um sistema competente de análise e aperfeiçoamento da condição de educar. O pior, é que esse sistema, uma vez caracterizado pela qualidade a ser almejada, venha a forjar um processo de exclusão daqueles que desqualificam o padrão das médias.

Assim, não há motivo para evidenciar tamanha desarmonia do sistema educacional para pessoas que, muitas vezes, nem estão interessadas na qualidade de educação, sejam professores, sejam pais.

Mas, depois da crítica, sugiro:

- Por que não colocar placas com os altos índices de corrupção estampados, nas portas dos estabelecimentos públicos? Por que não evidenciar os gastos exorbitantes das diárias para todo o povo? Por que não mostrar os altíssimos índices de violência social que demonstram a fragilidade e a falência do Estado?

E por último: Por que não se fazem pesquisas para medir a qualificação profissional de nossos políticos? Ou, isso não interessa mais? Quem sabe…

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domingo, 3 de julho de 2011

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FAMÍLIA E ESCOLA? OU FAMÍLIA VERSUS ESCOLA?

 

paisJá dizia o ditado popular: “Quem não está à meu favor, está contra mim!”. Quando discutimos a relação que se estabelece entre família e escola, muitas pessoas tem por base esse ditado. No fundo, enquanto muitos buscam uma relação harmoniosa, transparente e de complementaridade, outros, buscam criar e acentuar o conflito.

Não é novidade que, tanto a família quanto a escola são instituições sociais que estão em constante mudança. Só não percebe quem ainda acredita que, mesmo que a vida social mude, essas instituições não devem abrir mão dos valores tradicionais. Essa é a questão: os valores aprendidos na família e na escola dão conta das mudanças sociais?

Em busca de uma possível resposta, deveríamos buscar um consenso, e não acentuar o conflito!

Se sabe bem que a instituição família é sim, no momento atual, um espaço que concentra muitas formas de pensar. Passou-se de um modelo paternalista para um modelo pluralista de ideias. Tanto a mulher quanto os filhos ganharam espaço de fala e participação na economia familiar. Fora isto, percebe-se a construção de novos modelos familiares, como por exemplo, as famílias homoafetivas.

De outro lado, a escola enquanto uma instituição educativa que reproduz a ideologia do Estado, portanto, interesses da classe dominante. A escola, no momento atual, se encontra perdida entre muitas ideologias. De um lado a responsabilidade de um ensino mais crítico, de outro, a necessidade da profissionalização e preparação para o mercado de trabalho.

O que está acontecendo é que, nessas mudanças, tanto na escola quanto na família (pensando numa relação de complementaridade), cada instituição deveria assumir o seu papel quanto ao ensino dos valores. À família, valores disciplinares; à escola, valores científicos. Isso é nítido! Também fica claro que, quando uma das instituições não cumpre efetivamente o seu papel, cria um conflito com a outra. Até quando isso irá acontecer?

Será que não está na hora de as duas instituições buscarem alternativas do cultivo de valores desenvolvendo uma parceria? Pensar isolado, não estará produzindo um sujeito (seu filho, por exemplo) com crise de identidade? Ou pior, a falta de harmonia entre essas duas instituições, não estará produzindo tanto um modelo de família, quanto um modelo de escola desprovido de valores fundamentais? Enquanto isso não se resolve, cada um faz o que pensa ser o certo, às vezes, numa relação de complementaridade, outras, de conflito.

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quinta-feira, 23 de junho de 2011

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POR QUE AS CRIANÇAS MENTEM?

imagesOs pais estão preocupados com a mentira de seus filhos. Isto acontece, pois nos ensinaram que mentir é uma atitude má. Quando nos encontramos nessa situação, a primeira atitude é averiguar qual é a mentira de nosso filho e, por que o mesmo está mentindo. O segundo passo, é buscar estratégias adequadas que estimulem o desenvolvimento de uma personalidade sã com equilíbrio emocional.

A criança, desde o momento mais prematuro de seu desenvolvimento mente pois cria fantasias. A mentira infantil não é premeditada. A mentira infantil é apenas uma forma de associar o mundo interior com o mundo exterior, seus desejos e sonhos com a realidade.

Os pequenos trocam muito rapidamente suas compreensões de realidade, pois são grandes produtores de imaginação. Quando a criança cria a fantasia, ela não tem a pretensão de enganar ninguém; ela apenas busca, distinguir claramente entre o real e a imaginação.

A criança muda rapidamente do lugar onde fala, pois permite assegurar suas fantasias e seus desejos a partir do que está falando. Não satisfeito, cria outra realidade, portanto, com outra explicação. Assim, ela se sente feliz, porque abandona o que não gosta e coloca em seu lugar, o objeto de seu desejo. Suas representações imaginárias tem tanta força como aquilo que percebem.

A fantasia criada pela criança está intimamente ligada com o seu desejo. Ela cria a fantasia para simular, por exemplo, a vida adulta. Por esse motivo, toda brincadeira de criança reproduz, por assim dizer, modelos da vida adulta.

Até os quatro anos de vida, a criança considera como verdade àquilo que experimenta. Toda sua percepção é fruto de suas experiências sensíveis. Conforme vai crescendo, vai aprendendo a diferenciar a realidade da imaginação. Quando aos cinco anos, a criança começa a expressar o sentido de sua imaginação como produto real de seu entorno. É nesse momento que a criança começa a distinguir o verdadeiro do fantástico, vindo a necessitar da capacidade de mentir como um recurso de afirmação. Em etapa anterior, não é assim.

A criança mente quando, de forma premeditada, afirma algo que busca a partir dali, ganhar ou perder. A mentira é uma ideia em desacordo com a verdade, omitindo para os demais a própria verdade. Para ser considerada mentira, deve haver intenção no ato e no fato a ser publicado como uma mentira.

No entanto, a mentira infantil faz parte do desenvolvimento humano. Não é uma fase má; muito pelo contrário, é o momento em que a criança desperta para a criatividade.

Diálogo e ajuda mútua devem constituir a base da relação da criança com o adulto. No entanto, como essa fase é passageira, não há necessidade de maiores preocupações. A história do Pinóquio, como recurso pedagógico, poderá colaborar.

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domingo, 19 de junho de 2011

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A DIVERSIDADE DOS VALORES NO MUNDO DA DIVERSIDADE

Vivemos em um mundo plural no que se refere aos valores. Por mais que, há sempre resistência de uma geração passada em relação à geração futura no quesito mudança de valores, jamais se pode negar que eles mudam. Os tempos mudaram! E com eles, também mudamos! A pluralidade de valores não é negativa, pelo contrário é fonte de criatividade, pois remete à busca de pontos em comum para nossa convivência, bem como a descoberta de valores fundamentais que dão razão ao existir e fazer humanos.

Diante dessa pluralidade de valores, percebe-se de forma evidente, o enfraquecimento da solidariedade. Com isso, perdem-se os vínculos entre as pessoas, a liberdade de estar atento a toda e qualquer realidade na qual a solidariedade não se faz presente.

A pluralidade é positiva quando analisada no todo. No entanto, devido aos avanços tecnológicos, independência prematura do sentimento de “poder” econômico de alguns países, está cada vez mais difícil prever as reações sociais. O desafio agora é compreender a condição humana, condição do mundo, mas, principalmente a condição planetária.

Os valores podem ser positivos (valores) e negativos (contravalores). Isso dependerá dos critérios que temos e que escolhermos.

A escolha de um valor terá consequências em nossa vida, independente de ser positivo ou negativo. O certo é que a escolha determina nosso modo de ser, de agir e pensar.

Ter consciência dos valores e sua importância é decisivo para o ser humano, pois, como ele não é um ser que nasce pronto, se faz; a escolha dos valores, como critério é fundamental para sua realização e satisfação.

Os valores são edificantes quando resulta de um encontro das possibilidades. Promovem crescimento, maturidade e especialmente a reciprocidade entre os seres humanos.

Vivemos um mundo onde não carecemos de realidades valiosas. Nossa grande dificuldade é escolher os valores que nos são apresentados. No entanto, quanto mais os valores forem duradouros, menos divisíveis, mais servem de fundamento para outros valores.

Concluindo, sem os valores, não somos o que podemos ser. Muito menos, podemos nos desenvolver como seres humanos. Por isso, é fundamental que as instituições sociais primem por uma educação baseada muito mais em valores do que propriamente na tradição. Precisamos escolher como valor àquilo que nos toca e nos possibilita ser diferentes.

Ninguém é dono de valores. Todos estamos em busca do mesmo. Mas só podemos falar do valioso quando estivermos vivenciando. Bons valores à todos!

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domingo, 12 de junho de 2011

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PORQUE VIVER NÃO É APENAS DINHEIRO!

libanoDentro de tão pouco tempo, não pelo efeito de armas nucleares, mas pelo descontrole da produção e pela busca exagerada do lucro, podemos destruir toda a vida no planeta. Passamos de um modelo de produção, para um modelo de destruição. Hoje, na Amazônia, 8.600 áreas do tamanho do Maracanã são destruídas a cada dia. São em média 154.000 árvores por hora. A partir desse dado, calcula-se que em 2050, mais de 45% da população mundial não contará com a porção mínima individual de água. Lembre-se, estamos em 2011. A água que temos e bebemos, no entanto, a água fresca, corresponde apenas a 2,4% da água do mundo; dessa, apenas 0,02% está disponível em rios e lagos para o consumo humano.

Outro fator preocupante é o derretimento das geleiras em virtude do aquecimento global. Esse derretimento ocorre três vezes mais rápido que, por exemplo, nos anos de 1980. Com o derretimento, ocorre a elevação do nível do mar em aproximadamente um metro o que expõe cerca de 145 milhões de pessoas à enchentes. Diante desse cenário, fica a pergunta: O que estamos fazendo? Não podemos comprometer as futuras gerações, elas não tem culpa se fomos ou estamos sendo irresponsáveis com nossa própria casa! Precisamos colaborar com o mundo, até mesmo com ações simples. Cito:

- Diga não ao cigarro! Além de fazer mal à sua saúde, as pontas do mesmo levam em até 10 anos para se decompor. Muitos animais que as comem acidentalmente morrem. Já não está na hora de parar de fumar?

- Use os dois lados de uma folha e recicle. O papel exige um surpreendente quantidade de madeira e energia para ser produzido.

- Use menos o grampeador. Se 10 milhões de funcionários de escritórios usassem um grampo a menos por dia, seria economizado quase 100 toneladas de aço por ano.

- Tire o carregador da tomada quando a bateria estiver carregada. Se 10% dos donos de celulares do mundo fizessem isso, o consumo de energia seria equivalente à utilizada por 60 mil residências europeias.

- Plante árvores. Uma árvore absorve até 360 quilos de CO2 por ano.

- Evite sair de carro. Usar um litro da gasolina produz 2,4 quilos de CO2. Desligue o motor quando estiver esperando alguém. O ar e seu bolso agradecem.

- Recicle latas de refrigerante. Um televisor pode funcionar 3 horas com a energia economizada com a reciclagem de apenas uma lata.

- E por último, leia esse texto, reflita e converse com seus filhos sobre o mesmo! Eles perceberão que você está fazendo algo mais importante do que o sustento econômico pela vida deles.

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domingo, 5 de junho de 2011

sábado, 4 de junho de 2011

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ENQUANTO “NÓS PEGA O PEIXE”, “VOCÊIS PAGA O PATO!”

 

Pagando-o-patoO Livro didático adotado pelo MEC (Ministério da Educação) ensina o aluno do Ensino Fundamental a usar a “norma popular da língua portuguesa”. O volume Por uma vida melhor, da coleção Viver, aprender, mostra ao aluno que não há necessidade de seguir a norma culta para a regra de concordância. Algumas frases utilizadas nos livros nos causam alguns desencantamentos com a escrita formal. Frases como “os livro ilustrado mais interessante estão emprestado”, “nós pega o peixe”, “os menino pega o peixe”, deixam escancarados àqueles que, tomam as regras estabelecidas para norma culta como padrão de correção das formas linguísticas.

Diante do exposto acima, alguns se colocam à favor dos “abusos” pois dizem que, na variedade popular não há lugar para a elitização do conhecimento. No entanto, essa premissa merece algumas críticas.

Em primeiro lugar, não se pode dizer que, ao ser crítico o sujeito abandona a escrita formal, dedicando-se somente aos regionalismos linguísticos. A crítica também é um processo formal, onde a noção clara das palavras contribui para a formulação de teorias. Estas, quanto mais claras forem, mais evidentes serão suas possíveis interpretações.

Em segundo lugar, não se pode afirmar que a escrita formal e culta é sinônimo de pensamento elitizado. A massa crítica também forma uma elite. Então, quando escreve-se, mesmo utilizando os regionalismos, tem-se o culto à uma outra forma de pensar e a produção de outra elite.

Em terceiro lugar, a importância de um padrão linguístico faz com que as pessoas estejam organizadas, entendidas e comunicadas pelo processo do significado das palavras. Fundamentalmente, escrever correto é também comunicar-se de forma compreensível.

Se o MEC produziu este livro com a intenção de errar em suas frases, justificando agora os regionalismos presentes no mesmo, tudo bem…o que ninguém está levantando é a possibilidade de, junto com a suspensão do kit contra homofobia, estarem sendo apontadas a falta de controle de qualidade e a displicência do próprio Ministério.

Não nos assusta! Lembram-se das provas do ENEM? Será que também é uma questão de regionalismo? Ou será uma postura elitista? Enquanto não sabemos as respostas para estas perguntas, o dinheiro sujo corre solto entre as veias abertas da corrupção que, para aumentar a nossa indignação, chegou até o coração da vida social: a educação. Enquanto isso, “eles pegam o peixe” e “nós pagamos o pato!”

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domingo, 29 de maio de 2011

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A ANGÚSTIA DE NUNCA SABER O BASTANTE!

 

Vivemos em tempos de excesso de informações. A globalização e a revolução tecnológica nos trouxeram o legado que disponibiliza à toda humanidade o acesso ao conhecimento, cada veze produzido com maior velocidade. Para alguns, essa velocidade é espantosa. A mesma, vale-se da informática que tem em seu cerne a extraordinária capacidade do armazenamento de informações e a facilidade de transmissão das mesmas. No entanto, trago algumas questões importantes para discussão:

1. Conhecimento é poder. Frase de Francis Bacon que tem muita validade nos dias de hoje. Conhecer no mundo de hoje é, saber pensar e agir com mais qualidade. Quanto mais se sabe, tanto mais se compreende. Necessidade de compreender as relações complexas.

2. Aprender com o Erro. Do erro nascem os acertos. Muitas vezes errar não é permitido. Mas, aprende-se errando. Só erra quem está tentando acertar, está buscando melhorar, buscando descobertas.

3. Mais conhecimento, mais segurança. Quanto mais sabemos, mais vamos percebendo como o nosso conhecimento é limitado, e quanto mais precisamos conhecer. Isso gera determinada insegurança, e a necessidade de buscar cada vez mais. No entanto, quanto mais sabemos, tanto mais nos tornamos seguros para pensar e agir.

4. Era do conhecimento. Em tempos de muitas informações, percebemos que a “era da informação” não deixa de ser apenas um apelido. A atualidade está marcada pela busca frenética e a necessidade de construir conhecimentos. Embora, o conhecimento sempre fez parte de nossa vida.

5. Informação e Conhecimento. Informação e conhecimento são questões ligeiramente diferentes. Informação é tudo que está e se pode comunicar no mundo. O conhecimento é o significado que adquirimos desse movimento de informações. Quando você dá significado às informações, está produzindo conhecimento.

6. Conhecimento e Preconceito. É inaceitável que alguém que esteja em constante busca de conhecer mais, assuma o preconceito como ponto de partida. Quanto mais conhecemos mais nos colocamos à serviço do multiculturalismo e da multiplicidade de ideias. Possibilidade é a palavra mais indicada para quem está angustiado na busca do conhecer.

O legal desse processo é que todos estamos no mesmo barco, portanto, lembre-se: conhecimento não ocupa lugar. Por mais que, ainda hoje existam unidades de armazenamento de dados, o significado do conhecimento humano é cada vez maior. Angustie-se em saber mais! Quanto mais conhecimento, mais humanos nos tornamos.

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terça-feira, 24 de maio de 2011

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A EDUCAÇÃO DO SÉCULO XXI

o_pensador_do_seculo_xxi_474185No mundo contemporâneo globalizado, os modelos de produção, as trocas socioculturais, assim como o acontecer diário, exige um modelo de educação que forme indivíduos com habilidades e competências para uma sociedade competitiva.

O que temos feito para realizar esse modelo educacional? Dizemos que a sociedade industrial buscar formar indivíduos unicamente preparados para produzir, para desempenhar um emprego ou uma profissão. Baseando-se na transmissão de conhecimentos, pois somos racionais, e convencionamos que foi necessariamente esse modelo que foi desenvolvido pela educação durante anos, e que vem sendo levado à cabo nos dias de hoje.

Na década de 70, com os avanços tecnológicos, a sociedade da informação buscou criar modelos de pessoas capacitadas para desenvolver um emprego, no que priorize o domínio das habilidades.

Através desse ideal, a educação apoiada pela era da informação, deve facilitar o acesso aos conhecimentos e o desenvolvimento das habilidades necessárias da sociedade da informação. Habilidades como: informação e processamento da informação, a autonomia (capacidade para tomar decisões), o trabalho em grupo, a polivalência e a flexibilidade são imprescindíveis nos diferentes contextos sociais, mercados de trabalho, atividades culturais e vida social em geral.

A sociedade da informação requer um educação intercultural, integral para dar as mesmas oportunidades às todos os estudantes, assim como valores para enfrentar a vida cotidiana. Também deve valorizar a capacidade comunicativa para ser mais partícipe, democrático e crítico. Diante disso, podemos nos perguntar: os professores estão preparados para esse tipo de desafio? A escola, contempla em seu propósito estas premissas?

A educação deve, ou deveria, se assentar em quatro pilares: Aprender a conhecer; aprender a fazer; aprender a viver juntos e aprender a Ser. Cada uma dessas ideias, serve de pressuposto para a vida social e cultural de cada indivíduo. A partir disso, se pretende formar as competências, entendidas como alternativas de resolução de problemas gerados a partir das situações questionáveis. Assim, a educação se pretende realizar uma formação em competências.

Está em nossas mãos a educação, o futuro do país, o bem-estar e a convivência social, a liberdade de pensamento, a autonomia do ser humano e, a responsabilidade de viver dia-a-dia.

E tu, estás preparado?

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sexta-feira, 13 de maio de 2011

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RECORDAÇÕES…

professor-e-aluno-thumb59231921Recordo das manhãs frias em que acordar cedo e ir para a escola, à pé, de bicicleta, cavalo, era um momento de prazer. Recordo com saudade, mesmo que de tempo longínquo, em que o professor era respeitado pela sua contribuição para nossa aprendizagem. A recordação viva dos deveres de casa, o popular tema, em que nos debruçávamos sobre a cama e inquietos fazíamos antes de ouvir o som da TV ou o noticiário do rádio. O tempo passou, mas mesmo que hoje as mãos não se juntam para orar, recordo da reza do terço, em que a mãe “puxava” a dezena, e toda família repetia uníssona. Recordo que, ao chegar na escola, a felicidade enchia nossa alma de prazer, pois o mesmo se refletia no olhar dos colegas cheios de histórias para contar.

Recordo das paredes da escola, dos cartazes pendurados, cobertos de ilustrações felizes que nos ensinavam regras básicas da escrita: uma pomba em seu ninho que dizia “usa-se ‘m’ somente antes do ‘p’ e do ‘b’. Na frente da turma, a professora, com suas mãos expressivas, seu olhar atento, sua postura ética e profissional que sabia equilibrar amor e ciência.

Não recordo de ouvir os gritos da professora pedindo “Silêncio! Pelo amor de Deus!”, mas sim, recordo do canto dos pássaras, da brisa suave, dos gritos do trabalhador com o arado de bois próximo ao colégio. No mesmo, não tenho recordações de brigas por causa de futilidades como o celular na sala de aula, patricices como “a minha roupa é mais bonita que a tua!”, “meu pai é mais rico que o teu!”.

Nas minhas recordações, não tenho lembranças de uma escola perfeita! A minha não era! Mas as dificuldades que tínhamos, resolvíamos no diálogo e no respeito! Tínhamos moral e não lei! Os colegas tinham respeito, e a professora, ética!

Recordações…Não passam de recordações! Mas as recordações deixaram saudades, em outros marcas. Fico me perguntando, será que alguém vai recordar sua escola daqui à alguns tempos? Afinal, só recordamos aquilo que nos tem significado.

Me desculpe se falei de recordações…mas elas não são vagas…são recordações que me foram importantes! Gostaria muito que elas viessem a ser de novo o existir de nossas escolas e de nossas famílias. Gostaria muito que os pais e professores de hoje recordassem sua escola para seus filhos e alunos. Ao invés de recordar, dizer “filho (a), vive comigo a escola!”.

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terça-feira, 10 de maio de 2011

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A HOMOSEXUALIDADE NO ESPAÇO ESCOLAR

homossexualidadeEnsinar e aprender são processos que, em se tratando de escola, envolvem uma constante interação entre professores e alunos. Esta interação é possível e se torna mais rica quando os professores conhecem melhor seus alunos, sabem como vivem, estimulam sua lógica de aprendizagem, entendem como se relacionam com os princípios da escola e, de toda forma, como querem e merecem ser respeitados nesse ambiente.

No entanto, percebe-se dentro das escolas espaços de discussão sobre a diversidade e o multiculturalismo. A escola busca se libertar das uniformidades buscando acentuar de forma não discriminatória as questões como etnia, religião, posturas políticas, orientação sexual, entre outras.

Uma questão relevante, apontada por pesquisas no âmbito de pós-graduação, mostra que, mesmo que os jovens homossexuais mantenham o interesse pelo estudo, o modelo escolar ainda apresenta dificuldades de convivência, socialização e, em alguns casos, pela falta de oportunidade de expressão, o sujeito passa a ser alvo de bullying homofóbico. Esse bullying existe na forma de “brincadeirinhas de mau gosto” tanto por parte dos colegas, bem como de professores.

A escola que estiver aberta à discussão da diversidade tem o dever de reverter essa concepção preconceituosa. Nesse sentido, o Ministério da Educação, através dos Parâmetros que norteiam o currículo escolar (PCNs – 1997), oferece a possibilidade de trabalhar a orientação sexual como um tema interdisciplinar, onde se incluem informações sobre a homossexualidade, entre outros.

Mas a questão da homossexualidade ainda permanece oculta/sem visibilidade no ambiente escolar. A UNESCO realizou uma pesquisa mostrando que, a homossexualidade permanece oculta pelo silenciamento dos professores. E como se não bastasse, os mesmos são orientados pelos pais para silenciar frente à discriminação. Assim, percebe-se uma reprodução ativa da violência contra os homossexuais na escola.

Percebe-se, no entanto, nas conversas com os jovens que a sexualidade é um tema de extrema importância e prioridade para os mesmos. Quando discutida, causa debate, provoca polêmicas, interesse e atenção. Para eles, a sexualidade é mais que ato sexual, é um todo entrelaçado com a afetividade que envolve sociabilidade nas relações sociais de diferentes ordens culturais, étnicas e religiosas. Assim, a discussão sobre a homossexualidade na escola, assume uma possibilidade e formação de caráter, identidade e responsabilidade.

A omissão à discussão sobre temas como a homossexualidade na escola é, por conseguinte, neutralizante de questões emergentes e produtora de preconceitos homofóbicos cada vez mais acirrados. Boa discussão!

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domingo, 1 de maio de 2011

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A EDUCAÇÃO É A MÃE DE TODAS AS LUTAS!

Se ganhamos todas as batalhasimagem_p, menos a da educação, perdemos a guerra. Se o nosso país tiver índices altíssimos de renda per capita e nossos jovens não souberem entender o que leem, não haverá futuro para nosso país. Os problemas econômicos podem ser reparados com o passar dos anos, mas se não valorizarmos os intelectuais de nosso tempo, perderemos uma geração inteira.

Quando pensamos a educação escolar, percebemos que há 500 anos de uso do livro didático, no entanto, não conseguimos criar a cultura da leitura entre nossos jovens. Muitas vezes, o estímulo também é dado em forma de discurso, porque mesmo alguns professores não são apaixonados pela leitura. De toda forma, as famílias leem muito pouco ou quase nada.

Vivemos um tempo onde entre tantas balatas e lutas do dia-a-dia, temos a educação. Educação atualmente no Brasil é tida como um processo fracassado, causada pela tragédia educacional acumulado ao longo dos tempos. Não obstante, podemos superar essa tragédia se apostarmos em uma educação de qualidade, que ensine além de ler e escrever, o pensar.

Essa tragédia educacional se reflete na economia. Um país sem pessoas sábias tende a desenvolver uma economia pobre. Isso quer dizer de que, as empresas na era da globalização, tendem a espalhar pelos países etapas de seu processo produtivo, escolhendo cada local pela vantagem competitiva. Países sem cérebros pensantes, ficam atrelados com os menores valores de investimentos agregados.

Esse é apenas um aspecto. Existem outros no que se refere à educação como mãe da luta. Exemplos são a política, economia, estrutura social, governos, modelos de Estado, etc.

Se observarmos, em um país onde não há luta pela educação, a cultura se precariza a ponto de estagnar o desenvolvimento social. Na verdade, uma cultura sem condições de competição, retrocede aos mais baixos valores sociais, acentuando a violência, prostituição, crimes, etc.

Se a educação é a mãe de todas as lutas, os professores são por excelência seus soldados. No entanto, a formação desses “soldados” carece de formação política e cidadã. Volto a insistir, “se uma escola não educa para a vida, à que ela está disposta?” – essa é a pergunta base para identificarmos na luta diária dos professores os resultados práticos do processo de ensino e aprendizagem.

Por ultimo, lutar por um sistema de educação melhor e, portanto, um país melhor, não é papel social apenas da escola, é seu também! Você é convidado especial!

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domingo, 24 de abril de 2011

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O HOMEM TRABALHA COMO FOI SOCIALIZADO!

02-sloveniaA socialização é um processo pelo qual, ao longo de nossa vida, aprendemos e interiorizamos os elementos que são trazidos pela herança cultural, tradicional e histórica. Esses elementos integram-se em nossa personalidade a partir de nossas experiências e, com àquilo que delas pensamos ter significados. Ainda, resta-nos o processo de adaptação cultural que extrapola a dimensão do indivíduo, focando o ambiente social em que o mesmo vive.

Em decorrência de vivermos em um país com diferenças culturais aguçadas, a socialização acaba por determinar diversos tipos de indivíduos. Assim, poderíamos dizer que, a forma que um brasileiro busca a satisfação laboral em uma determinada organização, pode não ser a mesma de outras culturas.

A cultura ramifica-se em sucessivas subculturas, ou seja, o que sugere uma diversidade de diferenças de socialização das classes sociais e profissionais. Assim, temos também o interim das ramificações culturais como determinantes da ação laborar do sujeito socializado.

Embora a socialização seja um processo que ocorre durante toda a vida, seu ápice está localizado na infância de nossa vida, após a qual, poderá mudar sim, mas em aspectos mais superficiais. Nesse cenário, aparece a importância de um modelo de educação infantil com profissionais que compreendam essa dimensão social. De outro modo, também se aponta para o papel da família que, ao inserir a criança no mundo social, também o faz socializar conforme sua herança cultural.

Portanto, a socialização condiciona quais serão os objetivos profissionais e pessoais dos homens. Caso alguém venha a desenvolver seu trabalho, como normalmente ocorre, independente da esfera pública ou do âmbito privado, o homem trabalha conforme seu processo de socialização.

Para tanto, é papel da educação compreender e conhecer os fenômenos de socialização, uma vez que influenciam diretamente na vida social do sujeito e no seu fazer produtivo. E mais, é importante para o educador também saber que, a aprendizagem dada no período da infância varia conforme o tipo de família e sociedade que a mesma se submete.

Por último, apostar em sujeitos sociais, é romper ou superar o isolamento social, seus traumas e suas concepções. Diria de forma rápida que, ser social é estar apostando no trabalho, na dignidade, e acima de tudo, na educação.

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sexta-feira, 15 de abril de 2011

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ÉTICA E EDUCAÇÃO: SINÔNIMOS DE FELICIDADE!

etica2Quando se fala em ética em educação, logo se pensa que seja apenas um adjetivo do campo teórico, mas não é. Nossa abordagem ocorre no sentido de demonstrar que, diferentemente dessa concepção tradicional, a ética está inscrita na própria natureza do ser humano, portanto, dependerá exclusivamente da ação praticada.

Aristóteles, grande filósofo grego, dá importância aos aspectos éticos dizendo que a mesma é uma tomada de decisão que nos leva à uma vida virtuosa, ou seja, feliz. A vida virtuosa se define pela moderação e pelo equilíbrio em nossa forma de agir, evitando os excessos e a falta. Aristóteles diz que é no equilíbrio de nossas ações que encontramos a Felicidade.

Aristóteles também define a Felicidade como a realização plena de nosso potencial. A vida feliz depende da formação educativa que temos, uma vez que o modo que uma pessoa é educada produz a sua prudência e, portanto, a sua capacidade de discernimento.

A Felicidade, segundo Aristóteles, é um objetivo visado por todo ser humano. A felicidade está relacionada à realização humana e ao sucesso naquilo que se pretende obter e que só se obtém na medida em que agirmos com discernimento (opção pelo bem ou mal).

Podemos perceber que, diante da imensidão do mundo, somos um microcosmos, por isso precisamos necessariamente um equilíbrio com os outros elementos do macrocosmos. Nesse sentido, a educação e o agir ético é a garantia desse equilíbrio.

A ideia citada acima aponta ao sistema atual como uma crítica a ser considerada: Enquanto o sistema apenas “formalizar” fins (vestibular, profissão, etc.), não estará primando para o essencial que é a formação do homem virtuoso, ético e, que saiba quando questionado a tomar uma postura harmoniosa diante do exposto.

Importante também que, conforme Aristóteles, a educação seja uma virtude a se tornar um hábito. Não adianta a sala de aula estar lotada se não existir a vivência diária dos valores que ali se discutem, experienciam, etc.

Por último, é também papel do professor, segundo o pensamento pedagógico de Aristóteles, dar conselhos práticos. O professor é formador de opinião, no entanto, não está isento de apresentar-se enquanto alguém moderado, temperado e equilibrado no sentido ético.

Assim, no momento em que a educação e a ética estão próximas, só pode haver uma busca incessante para uma vida feliz. No entanto, é importante lembrar que, mais uma vez, a virtude não é algo inato, mas resulta do hábito. Um valor vem a se tornar virtude somente no momento em que ele for vivido dia após dia.

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sábado, 9 de abril de 2011

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POBRES INOCENTES CULPADOS

 

tragedia-Rio-de-Janeiro-7-de-abril-2011Diante do assassinato de crianças, não se pode dizer muita coisa. Apenas podemos elaborar algumas perguntas que não querem calar: Que sociedade é essa que culpa as crianças pelas atrocidades cometidas pelos adultos? Que sociedade é essa que coloca projéteis no lugar de sonhos? Que sociedade é essa que ao invés de poetizar o mundo com vozes alegres de crianças, desprende a tristeza e o rancor por meio de gemidos de dor? Enfim, que sociedade é essa que transformou nossas crianças em alvo de nossa estupidez adulta?…entre outras…

Ficamos acometidos por pensar de que, todo sujeito marginal também é produzido pela sociedade, e o pior, saber que o atirador de Realengo também foi estudante! Que efeito moralizante tem produzido a educação na vida de pessoas como essas?

Atentamos, visualizando como nos últimos anos a violência contra a criança tem se produzido em massa. Em 1993, ocorreu a Chacina da Candelária e também a de Vigário Geral. Sobrevivente da Chacina da Candelária, o garoto Sandro, em 2000, sequestra um ônibus no RJ e deixa por vítima uma estudante universitária. Como se não bastasse toda essa agressão e descompasso social, em 29 de março de 2008, Isabella de Oliveira Nardoni foi defenestrada do sexto andar do edifício em SP onde morava pelos próprios pais. E, infelizmente casos e mais casos são mostrados todos os dias. É o efeito “bola de neve”.

Tudo isso serve para nos mostrar que vivemos em uma sociedade extremamente patológica. Uma sociedade preocupada em questões ambientais, econômicas, políticas, etc., mas onde o maior problema é de fato, a convivência social das pessoas. Essas pessoas que culpam as crianças pela ignorância adulta são por imediato produtos de um sistema dissonante, destoado e antes de tudo, falido do ponto de vista ético e moral.

Elas não têm culpa! São pobres inocentes culpadas por uma sociedade que pensa resolver seus problemas matando gente! São frutos de uma sociedade que valoriza o supérfluo em detrimento ao necessário. Frutos de uma sociedade que coloca o tempo de amanhã na possibilidade de viver o hoje; que desloca os valores do passado chamando-os de “retrógrados” enquanto adianta a falta de regras, de justiça e de consciência coletiva.

É inadmissível que continuemos a manter como está uma instituição social como a escola. Ela precisa ser reformulada. Ela não pode ficar produzindo o seu próprio assassino. Ou educa-se para a vida, justiça e paz, ou o que significa educar? Assim, penso que é hora de pensarmos urgentemente o papel social da escola para não culpar os inocentes pelas atrocidades existentes.

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sexta-feira, 1 de abril de 2011

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SOBRE A VIDA NA CIDADE…

 

DSC01412No mundo todo, as cidades são caldeirões de intensa atividade. Na cidade, reúne-se uma grande variedade de seres humanos. Pessoas de cor, religião, cultura e costumes diferentes vivem lado a lado. É na cidade que as decisões políticas e econômicas mais importantes são tomadas. As cidades, são o ponto de origem das modas e das tendências.

Nas cidades, os contrastes sociais são grandes. A miséria e o esplendor existem paralelamente. As cidades contém multidões enormes, mas podem causar infinita solidão, medo e angústia.

Em todo o mundo, as cidades estão crescendo, não apenas em número de habitantes, mas em tamanho e densidade. Os habitantes urbanos tem cada vez menos espaço privado e são constantemente vigiados pelas câmeras do interessados no consumo e marketing.

Por mais que o cenário da cidade apareça nessa transe, hordas de pessoas migram para as cidades em busca de maiores e melhores oportunidades de trabalho e acesso aos bens produtivos. Mas não foi sempre assim. Até pouco tempo atrás, a maioria das pessoas viviam em zonas rurais, afastadas do comércio. A maior parte das pessoas, raramente comprava alguma coisa. Hoje, nas cidades, tudo pode ser comprado. Tudo que consumimos na cidade, é comprado. Mesmo que não necessitamos de tudo o que se vende, somos estimulados a comprar.

Na cidade, somos estimulados a comprar produtos e ideias. No entanto, para isso, necessitamos de poder aquisitivo, ou seja, dinheiro. Quem não o têm, permanece à margem daqueles que “podem”.

O poder não é algo inerente à todos na cidade. Ter poder na cidade é manter relações apropriadas em ambientes apropriados. Ou seja, relações de comércio que possam gerar lucro, por isso, estar com as pessoas certas no local certo, vendendo o produto certo, pode se tornar uma atividade imensamente lucrativa e geradora de poder.

O poder gerou relações de competitividade na cidade. Em outros termos, a competitividade acelerou a vida das pessoas a ponto de não se reconhecerem mais como pessoas e sim, como máquinas.

A vida acelerada e competitiva afastou os laços afetivos das pessoas, colocando no lugar deles laços contratuais. A liberdade de pensamento existe, mas a ação é pouco acentuada em seu existir oculto.

Precisamos repensar a vida das cidades. Precisamos politizar as relações entre as pessoas, educando as crianças, os jovens e os adultos para uma mentalidade mais madura, aberta e flexível em relação à vida na cidade. Precisamos reconstruir as relações de vizinhança e de bom senso em nosso espaço de convivência. Enfim, a cidade precisa ser reeducada.

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sexta-feira, 25 de março de 2011

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MEIO AMBIENTE: UM DESAFIO PARA TODOS!

Atualmente percebemos que os recursos naturais do nosso planeta estão se esgotando. Exemplo disso é a água. Estoques de água potável diminuem e são crescentemente contaminados pela ação humana. A camada de ozônio agredida aumenta a intensidade dos raios ultravioletas e, as chuvas ácidas corroem florestas e cidades. Os aspectos que são mais preocupantes se referem à concentração de gases que causam o efeito estufa que eleva o aquecimento da atmosfera, provocando inevitáveis mudanças climáticas. Assim, você é convidado a perceber a importância da conscientização sobre os problemas do meio ambiente.

O que falta para muitos para o desenvolvimento dessa percepção é de fato, compreender o que significa meio ambiente. Essa expressão soa menor, uma vez que utiliza o termo “meio”. E o pior, algumas pessoas confundem, dentro da perspectiva do pensamento moderno que, existem dois tipos de meio ambiente: o externo (natureza tão recheada de recursos) e o interno (nossa casa).

Para compreender o que é o meio ambiente, precisamos abandonar a concepção de que o meio ambiente é algo exterior à nós, portanto, que não nos diz respeito. É da necessidade situacional que vivemos, entender que o meio ambiente é um todo de relações que dizem respeito diretamente às formas de vida que se sustentam sobre a terra e, em especial, suas relações.

Segundo definição científica, meio ambiente significa tudo àquilo que está ao nosso redor, assim como também onde nos localizamos. Nossa casa é meio ambiente, não porque ela tem objetos que são extraídos da natureza, mas porque é nela que desenvolvemos nossas relações. A Escola é meio ambiente.

Nesse meio ambiente e em relação com o outro meio que somos nós, aprendemos a respeitar a vida em sua totalidade, isto significa que, devemos pensar também na conservação da diversidade e no respeito às culturas como forma de sustentação de valores fundamentais.

Ainda que muitos não percebam, somos meio ambiente. Os impactos de nossas ações desconcertantes em relação à vida social, política, econômica e ambiental, são sentidos por todas as espécies e em todas as partes do mundo. Pensar o meio ambiente assim é ampliar a nossa capacidade de compreender que a vida depende da forma que somos educados.

Necessariamente, precisamos estabelecer uma relação mais próxima entre a percepção ambiental e a educação. E isso não é só papel da escola, é dos professores, pais, alunos e principalmente, de toda comunidade. Afinal, se as escolas não discutem temas que são importantes para a preservação da vida, o que elas discutem?

 

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domingo, 20 de março de 2011

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É POSSÍVEL UMA SOCIEDADE SEM ESCOLAS?

 

"Boas intenções não têm muito a ver com o que estamos discutindo aqui.
Para o inferno com boas intenções. [...] Boas intenções não ajudam ninguém."
(Ivan Illich, trecho do discurso To Hell With Goog Intentions, na conferência para jovens americanos voluntários, 1968)

Temos um velho modelo de Escola. Na escola, o professor decide o que o aluno deve aprender. Ele está ai para ensinar. Alunos, pais e sociedade, veem a escola como a chave que abre portas para o mercado de trabalho. Nos anos 60, o filósofo e educador austríaco Ivan Illich criticou a institucionalização da sociedade e também a da educação. Para ele, a escola apresenta problemas sérios que prejudicam seu importante papel social. A escola está inserida em uma comunidade, numa sociedade, inserida num país, inserida no mundo cada vez mais interligado e globalizado.

Para Illich, na Escola Institucionalizada, o professor, considerado o único dono da verdade limita outras trocas de informações entre os alunos, monopolizando o aprendizado. O sistema se torna burocrático, limitando a liberdade de pensamento. Illich criticava todas as Instituições.

A solução para esse problema, segundo Illich, está no título de sua obra mais famosa: “Sociedade sem Escolas”. Ele explica que, a Escola funciona como ferramenta de domínio de uma sociedade hierarquizada e desigual.

Para ele, o conhecimento não deve ser monopolizado por uma Instituição social, mas sim, deve ser compartilhado por todos, de uma forma democrática e livre.

Para demonstrar a ineficiência do sistema educacional monopolizado, Illich usa o exemplo de como os enormes gastos em educação nos Estados Unidos são insuficientes para resolver o problema. Ele escreve que não é um certificado ou um diploma que capacita o profissional, mas seu interesse e conhecimento construído. Conhecimento trocado com a família, comunidade, com profissionais capacitados formando redes de aprendizagem.

O livro de Illich, gerou vários debates entre educadores, a maior parte não concorda com ele. No entanto, algumas ideias presentes no livro, como as redes de aprendizagem, tornaram-se realidade no século XXI. A televisão e a Internet são formas de informação e conhecimento acessíveis e abertas. Ficou mais fácil buscar informação por conta própria. Os caminhos do aprender ficaram mais interessantes. A partir deles, quem sabe, podemos chegar à um modelo de educação menos escolar,.

Para discutir: Como será a escola do Século XXI? Essa é uma questão que continua em aberto.

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sábado, 12 de março de 2011

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EDUCAÇÃO E AS CATÁSTROFES

catastrofeParece inevitável que, nos últimos tempos, a discussão em torno das catástrofes humanas, ambientais, políticas, econômicas, etc., ocupem os espaços de discussão e debate onde nos encontramos. Não é à toa! Não poderia ser diferente, todos os dias os meios de comunicação nos bombardeiam de notícias carregadas de conteúdo preocupante.

Existe por parte dos estudiosos das mais diversas áreas, a preocupação de estimular pesquisas que fomentem soluções para os problemas que temos. No entanto, não é o suficiente! Percebemos que existe uma cultura disposta a dar continuidade para essas catástrofes. Essa cultura não é nova, foi inventada, construída e, para nossa infelicidade, disseminada.

Quando em pleno Século XIX se falava em melhorar a vida nos seus mais diversos âmbitos, pensadores se dispuseram a discutir de que forma isso deveria acontecer.

Auguste Comte (1798-1857), foi um dos pensadores mais influentes no que diz respeito ao desenvolvimento social, político, econômico, científico, do século XIX. Ele, estudioso das ciências naturais previa que o funcionamento da vida em sociedade se desenvolveria semelhante ao mundo físico, da natureza. Auguste Comte, introduz uma visão positiva de ciência, ou seja, as leis já estão prontas, não há o que discutir. A base para o desenvolvimento científico, tecnológico, econômico e político passaria, antes de mais nada, pelo domínio do homem sobre a natureza e, consequentemente, sobre o outro.

Como desenvolver a sociedade? Comte responderia que, inserindo na educação dos indivíduos os pressupostos de ORDEM e PROGRESSO. A Família educaria moralmente os indivíduos para a cultura do silêncio, do aceite. A Escola, dando continuidade, deveria desenvolver os indivíduos cientificamente, pressupondo de que, conhecendo a natureza também se poderia conhecer a ação humana e dominá-la.

Dessa forma, percebemos que o século XIX colaborou para as catástrofes que existem hoje. Fugir dessa discussão é fingir que não construímos história. O grande problema que temos é que, o projeto de Comte foi aceito porque interessava à classe dominante da época e, simultaneamente, continua a interessar para a mesma hoje.

Continuamos a educar para essa mentalidade! Inverter esse paradigma seria o ponto de partida para humanizar as relações tensas entre países, pobres e ricos, catástrofes naturais. É necessário pensar que outro projeto sustentável é possível. É preciso, digo, urgente, renunciar à uma mentalidade conservadora e que, até agora, só tem produzido mutilações humanas em todos os aspectos da vida social.

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domingo, 6 de março de 2011

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A MULHER NO PROJETO POLÍTICO DE PLATÃO

Platão foi um filósofo antigo (Séc. VIII a. C.), conhecido especialmente por sua obra “A República”. Nesta obra, Platão descreve os traços de um modelo de cidade ideal, onde todos os cidadãos, cumprindo seu papel também seriam felizes. Platão pensou quem seriam os governantes, os trabalhadores, os guardiões, etc., todos conforme as inclinações naturais. Platão também pensou as mulheres em seu Projeto Político.

Conforme ele, as mulheres não sofreriam qualquer tipo de discriminação. Elas realizariam trabalhos junto aos homens, inclusive prestariam serviço militar. Também acreditava que a presença das mulheres nos campos de batalha aumentaria a valentia dos soldados, pois eles não desejariam passar por covardes frente aos olhos femininos. Ela adquire os mesmos direitos dos homens, inclusive no exercício da ginástica.

Observa-se, porém, que naquela época, a educação da mulher era centrada e fechada ao lar. Platão admite a mulher na Acadêmica, mesmo que trajasse vestes curtas que, naquele tempo, era prática comum entre os homens.

Do ponto de vista da inserção social, as mulheres poderiam participar de qualquer uma das três classes fundamentais da sociedade por ele planejada, ou seja, a dos governantes, dos guerreiros e dos trabalhadores.

Diz também, que tal como acontece com os homens, e sem discriminar, há mulheres dotadas para filosofar, exercer trabalhos militares, desempenhar profissões econômicas, etc.

Mas a identidade social dos direitos da mulher, implica diretamente em identidade pela educação. E Platão, no entanto, procurou resolver.

Essas eram, na época de Platão algumas preocupações com a questão da mulher. Hoje, percebemos outras tantas. O mundo mudou, e junto com as mudanças vieram outros desafios. De certa forma, a mulher vem conquistando espaço na sociedade, basta por hora, criar um espaço novo, mais feminino, sem com o tempo precisar ocupar os postos criados ‘masculinos’.

No dia da mulher, refletir sobre os espaços políticos de sua inserção, é um desafio. Sabemos que hoje, mesmo que se busque uma inserção também há interesses econômicos camuflados nesse processo.

Mulheres, reflitam com Platão a necessidade de uma sociedade política melhor organizada, que permita a inserção da mulher não como uma obrigatoriedade, mas como uma necessidade, para que, juntos, homens e mulheres, possam construir um mundo novo!

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sábado, 26 de fevereiro de 2011

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SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA RECOMENDA NÃO REPROVAR ATÉ O 3º ANO

 

reprovadosA Secretaria de Educação e Cultura, na pessoa do Secretário José Clovis de Azevedo recomenda aos colégios para que não reprovem nas etapas iniciais do Ensino Fundamental. Essa recomendação foi homologada pelo Ministério da Educação/Conselho Nacional de Educação com a intenção de acabar com a reprovação nos três primeiros anos do Ensino Fundamental. No entanto, essas medidas mudam as orientações para um novo sistema, onde se cria o Ciclo de Alfabetização e Letramento e elimina as séries iniciais.

Apesar de polêmico, o sistema funcionará da seguinte forma:

- Os alunos dos três primeiros anos do Ensino Fundamental não serão mais reprovados;

- Os três primeiros anos do Ensino Fundamental passariam a ser considerados só um ciclo para garantir que o aluno seja alfabetizado até os oito anos, considerada a idade ideal pelo MEC;

- Em vez de aprovação ou repetência, seriam determinadas metas de aprendizagem para cada fase;

- O sistema deverá reorganizar os currículos das escolas, hoje focadas em avaliações como a Prova Brasil.

Diante dessas mudanças, algumas críticas são evidentemente uma quebra de paradigmas, como por exemplo, admitir que essa mudança não ajuda a superar o desafio da fase inicial escolar. De certa forma, se protela em tempo o que se pode fazer em planejamento. Deixar de reprovar, inicialmente parece ser uma ótima ideia, mas quando se pensa que esse sistema apenas adia a reprovação que virá nos anos seguintes, passa para um momento constrangedor.

De toda forma, a Secretaria apenas recomenda, e não torna obrigatório. No entanto, é um processo de amadurecimento que vai aos poucos culminando na discussão com professores, coordenadorias de educação, direção escolar, etc.

Por fim, cabe dizer que, enquanto educador, aposto na mudança de sistema de avaliação e não na tomada de posição a partir de extremos! Não podemos dizer, “reprova” ou “não reprova”, cada professor é um profissional habilitado para, juntamente com critérios claros de avaliação, considerar os avanços e retrocessos no processo de ensino-aprendizagem. Negar essa postura seria oferecer uma condição minimizada aos professores que trabalham nesse ciclo de estudos.

Assim, afirmar a reprovação ou aprovação de um aluno é desmerecer as horas de formação profissional do professor e todo processo de ensino aprendizagem. Ainda bem, que é apenas recomendação!

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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

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ESCOLA: NOSSA CASA!

escolaho1Sempre me senti bem na escola. Desde os tempos mais primários de minha formação, sempre gostei de ir e estar na escola. Muitas das vezes, mesmo enfrentando dificuldades para ter acesso, sempre lutei arduamente para acessar e fazer bom uso daquilo que meus mestres ofereciam em termos de conhecimento, de saberes. No entanto, sabemos que a escola é vista por muitos como um lugar perverso, desestimulante, sem prazer. Para outros, no entanto, a escola é apenas um ponto de encontro de amigos, de paquera, de qualquer outra coisa, menos estudar.

A escola é nossa casa, pois é nela que se concentra boa parte de nossa vida! Nela enfrentamos crises, pautamos momentos felizes, conhecemos novos jeitos de pensar, articular e assumir a cidadania. Na escola, somos guiados por uma pedagogia relevante, preocupada com o nosso desenvolvimento integral.

Mas o cenário não é tão meigo assim. Existe hoje, uma discussão acirrada sobre os distúrbios comportamentais desenvolvidos por alguns alunos: são bons filhos, mas péssimos alunos ou, são bons alunos e péssimos filhos em termos de comportamento. No entanto, enquanto a discussão vai ocorrendo, a sociedade cria conclusões interessantes, por vezes, precipitadas. Uns colocam a culpa na escola, afirmando que a mesma está atrasada, tem uma pedagogia capenga, etc.; outros, dizem que o modelo familiar atual fragmentou-se a ponto de não permitir mais um determinado controle dos pais sobre os filhos.

No entanto, qual casa não teria seus problemas? O mais interessante é que, embora não se saiba ao certo onde está o ponto falho, a discussão continua, e isso é bom! Na prática cotidiana da sala de aula, visualizamos uma determinada rotina estabelecida hierarquicamente. De outra forma, essa rotina é flexível. Não temos hoje, escolas tradicionais a ponto de não ter espaço para a expressão, as vivências, etc., temos sim, famílias que saíram da tradição em rumo à uma libertinagem.

Mas mesmo assim, a escola continua sendo nossa casa! Uma casa que não é do professor, nem do aluno! É de todos que por ela passam. Ela dá continuidade à nossa maneira de ser, viver e sentir. Temos problemas? Temos, mas sem eles não teríamos as mudanças tão necessárias, seja na escola, seja na família.

“Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas. Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo. Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado”. (Rubem Alves)

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sábado, 12 de fevereiro de 2011

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AS COMPETÊNCIAS DO SER PROFESSOR

 

Na maioria das vezes, quando lembramos dos professores, fixamos nosso olhar em seu trabalho. Não nos cabe apontar julgamentos sobre eles. Falar que existem professores que se dedicam ou não é perca de tempo, pois a profissão professor é mais que marcar tempo em uma sala de aula, é desenvolver seu trabalho com competência.

Quando questionadas sobre quais seriam as competências docentes, as pessoas logo apontam para uma avaliação final do trabalho do professor: “o professor fez um bom trabalho”, “o professor fez um péssimo trabalho”, etc. No entanto, ser professor hoje é muito mais que estar preocupado apenas com o resultado final; é, na verdade, buscar uma correspondência eficaz entre o que se tem como conhecimento e o mundo da vida prática. Para tanto, é necessário algumas (entre tantas) competências:

O agir ético: nós professores somos alvo de nossas próprias palavras. No entendimento infantil, não há uma dissociação da profissão professor com a identidade de quem a exerce. No entanto, algum tipo de ação do professor em espaços não escolares, poderá vir a ocasionar profundos reflexos.

Conhecimento flexível: Diante de leis em educação que não permitem flexibilidade, buscamos a flexibilidade como ponto de entendimento, pois sabemos que ninguém sabe mais do que ninguém. No entanto, é na troca efetiva daquilo que consideramos como conhecimento que vamos aprendendo. Não temos verdades absolutas, individuáveis, mas possibilidades diante da resolução de problemas da vida, e para isso, precisamos ser flexíveis, mesmo que em muitas vezes os pais não compreendam, pois querem respostas prontas – “produto final”.

Formação Constante: Ser professor é uma profissão que requer aperfeiçoamento constante, seja no âmbito do entendimento e reflexão, seja na perspectiva do domínio técnico da profissão. Antes era fácil ser professor, hoje vivemos dia após dia um turbilhão de informações e conhecimentos processados à cada segundo.

Trouxe para nossa reflexão apenas três competências. São competências importantes. Podemos somar à elas as habilidades e teremos um professor atual, pedagógico e acima de tudo estudioso. No entanto, há uma dimensão política do trabalho do professor que não pode ser esquecida: a missão de transformar a sociedade.

Paulo Freire já dizia que se “a educação não muda a sociedade, tão pouco, a sociedade sem ela mudará!”. Está implícita nessa frase a missão de cada dia de nossos mestres, nossos dedicados professores de todos os níveis de Ensino. Não há nível que se sobressai à outrem, pelo contrário, é na continuidade interdisciplinar dos mesmos que seguimos desejosos de formar um ser humano mais humano, com olhar para si e para o outro.

Esses são alguns desafios que exigem as Competências da Profissão Professor! Pense nisso!

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sábado, 5 de fevereiro de 2011

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BBB 11 E A PRECARIZAÇÃO DOS VALORES MORAIS

 

bbb11-perfilA história de um povo entra em decadência quando o mesmo perde o senso sobre os valores morais. Valor moral é a medida equilibrada do certo e do errado. No entanto, com a perca dos valores morais, uma sociedade torna-se incapaz de decidir sobre aquilo que lhe parece ser bom ou mau para sua existência. Nesse sentido, recebi essa semana (acredito que muitos dos leitores também) um email em que colocava a postura do escritor Luiz Fernando Veríssimo sobre o Big Brother Brasil 11, reality show apresentado pela Globo e na interlocução Pedro Bial.

Luiz Fernando Veríssimo aponta, entre outros aspectos, a precarização dos valores morais como ponto que define o BBB 11 como uma síntese do que há de pior na televisão brasileira. A exposição desmedida de uma linguagem chula, desenhada em um cenário de sexo ‘quase’ explícito, e por cima, uma nomenclatura fajuta de “heróis” para àqueles que vivem na casa são pontos a serem discutidos.

Como educador, me vejo na obrigação de refletir sobre a necessidade da retomada de alguns valores morais que, no passado foram, e continuam sendo importantes para a convivência social sadia. Não quero repreender a visão liberal daqueles que pensam que deve-se falar sobre sexo, não…não é isso. Falar sobre sexo em uma conjuntura mais global, envolve falar de sexualidade; ou seja, apontar para a questão como um todo e não apenas referenciar o ato genital, que muitas vezes falado no reality show, é extremamente momentâneo.

A exposição de uma linguagem vulnerável e insignificante, pode remeter à população à uma vulnerabilidade de leitura, informação, criticidade, etc., retomando assim, cada vez mais, um estado de vida selvagem, animalesco.

Educar-se é o que precisamos! A televisão deveria ser mais um meio de transmissão da cultura sadia e dos bons costumes que ainda temos. A televisão deveria auxiliar na solução de conflitos sociais, na luta por condições mais dignas de saúde, educação, política, cultura, etc., mas o que faz? Vende! Custe o que custar, o interessante é vender! Mesmo que para isso, seja necessário idolatrar alguns valores em detrimento de outros.

Valorizar a vida na sua plenitude é mais que apontar questões como ‘sexo’ como centro de um jogo. Valorizar a vida é, segundo a história nos mostra, o cultivo de valores como a participação na política, nas discussões de assuntos que são da comunidade, que beneficiam acima de qualquer ideologia a vida de seu filho, seu neto, ou mesmo, a sua.

Procure na internet sobre a ‘Ótica de Luiz Fernando Veríssimo sobre o BBB 11’, imprima, leia com seus filhos, seus alunos, amigos; discuta! Deixe a postura cômoda de lado! Priorize valores que são válidos para toda nossa comunidade. A Educação vai além da Escola! Pense nisso!

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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

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EDUCAÇÃO NO ATENDIMENTO AO PÚBLICO

HOSPIT~1Recentemente acompanhei o caso de um senhor agricultor, morador de um município próximo, que estava requerendo junto ao serviço de saúde pública de seu município uma cirurgia de menisco. Por algum tipo de avaria em seu trabalho, acabou por romper o menisco. No entanto, a partir daquele dia sua vida não foi mais a mesma: muita dor constante, dificuldade para se locomover e o pior, descaso em seu atendimento de saúde por parte do setor público. Não dá para admitir!

Seu atendimento médico começou no início de novembro de 2010 e até então, não havia sido chamado para uma cirurgia que os médicos diziam ser de urgência.

Apesar das demoras, o caso foi me intrigando. Liguei para a secretaria de saúde de tal município pedindo informações sobre o caso. Ao atender o telefone, a pessoa ‘responsável’ começou a me xingar, visto que apenas estava pedindo informações. No entanto, me encaminhou um número de telefone para a Coordenadoria de Saúde à qual, também fui surpreendido com muitas falácias e rusgas. Fiquei chateado com essa situação, uma vez que apenas estava pedindo informação.

No entanto, escrevo aqui pensando na dor daquele senhor, uma pessoa trabalhadora, contribuinte, que paga diariamente seus tributos para ter pelo menos, um atendimento digno de ser humano. Não se pode admitir tal despreparo, incapacidade e acima de tudo, insensibilidade de quem trabalha no setor público.

Algumas pessoas buscam os cargos de confiança apenas para ganhar seu sustento dentro de um tempo. Não posso concluir outra coisa! Concluo apenas que, se fui mal atendido ao pedir informação, a pessoa que estava do outro lado da linha não tem nem formação, muito menos conhecimento de seu papel diante do seu trabalho.

Esse é apenas um caso! Você leitor, deve conhecer muitos e muitos casos pelos quais, inclusive já tenha passado. É um descaso total com a vida das pessoas simples!

Por fim, fui conhecer de perto como funciona esse serviço: vi, segundo fui informado que existe um descaso maior por parte do Estado. Essa coordenadoria atende 25 municípios, apenas com um médico cirurgião para esse tipo de cirurgia. É triste, mas é a realidade!

Observe você, o que faz a falta de educação para nosso povo! Muitas pessoas diante de uma situação como essa se acomodam, embriagam seu espírito de “se é assim, tá bom!”, e fica por isso. Não podemos deixar tal situação se repetir.

Cada uma fazendo sua parte, tendo espírito crítico, investigar as leis, se informar, buscar conhecer, estaremos melhorando não apenas a saúde, mas a economia, educação, cultura, somantizando, construiremos um município melhor para nós.

Quem sabe, essa mania de conhecer as coisas, vá aos poucos contaminando os brasileiros e construindo uma sociedade melhor, onde pelo menos, seremos atendidos/tratados como pessoas com dignidade.

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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

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O USO DA INTERNET: CONHECIMENTO E CONSCIÊNCIA!

 

classmate_professorUm filósofo do Séc. XVII, chamado Francis Bacon, escreveu assim: “Saber é Poder!”. Diante dessa premissa, nossas melhores intenções de ensinar e aprender se repetem dia após dia em sala de aula. Os professores estão empenhados em melhor ensinar, utilizando métodos que, às vezes, nem tanto modernos como deveriam ser, mas, com métodos que aproximam os estudantes de seu objeto de investigação: o Conhecimento! Nesse emaranhado de possibilidades, está inserido o uso da internet.

A internet, por assim ser popularizada, não passa de uma rede de trocas. Nela circulam negócios, relacionamentos, informações, etc. Mas a grande questão é: Como transformar essas informações em conhecimento? Esse é o maior desafio enfrentado pelos professores, pais e alunos quando da inserção do uso da internet em sala de aula.

A vontade de inserir às vezes, é superada pelo medo do que poderá produzir. De toda forma, ainda não se tem um modelo que forme professores voltados para a utilização dessa ferramenta de apoio pedagógico que é a internet.

Em muitas escolas, os recursos pedagógicos relacionados com a área da informação e tecnologia, são deixados de lado. Falta profissionais da educação formados na ótica do uso consciente da internet.

Para agravar ainda mais essa situação, temos professores “analógicos” trabalhando com uma geração de crianças “digitais”; ou seja, ensinar apenas com o quadro e o giz é tarefa superada. Ah! É tarefa para país de terceiro mundo! Se queremos continuar a fazer do Brasil um deles, precisamos continuar a insistir na metodologia do quadro e do giz.

Alguns professores já estão dispostos à inserção das tecnologias, mas ainda mantém um sentimento de recusa quanto às redes de relacionamentos, aos comunicadores instantâneos, até mesmo à jogos que desenvolvem a criatividade das crianças e jovens.

Em algumas Universidades o uso da internet é bloqueado durante as aulas. Será que resolve o problema da falta de leitura? Ou será que estamos bloqueando uma nova forma de leitura? No entanto, sem o acesso ao conhecimento fica fácil “engolir” algumas “verdades” sempre contadas (mesmo que hoje já não se sustentam mais).

Em todo caso, precisamos aprender a ser livres. O uso da internet consciente não vem por meio de imposição de regras, bloqueio de sites, etc., mas do uso livre, pesquisando, debatendo, discernindo sobre o que é bom e o que é malfazejo em questão de conteúdo de internet. A liberdade é a condição!

Assim, te convido à acessar blogs, redes sociais, utilizar comunicadores instantâneos, participar de fóruns, etc., para que, quando voltares para o ano letivo (que está logo alí!) ao poucos vá introduzindo em seu fazer pedagógico as novas tecnologias, em especial, o uso da internet com consciência e gerando conhecimento!

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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

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OS DESAFIOS DOS JOVENS NA UNIVERSIDADE

 

Existe uma relação muito oportuna entre o Jovem e a Universidade: a Universidade é o local, por assim dizer, de gente jovem! Não apenas jovens de idade, mas jovens que estão lá (ou logo, alguns vão estar) em busca do conhecimento – mola propulsora do mundo e da humanidade. Nesse ano não poderia ser diferente. Muitos jovens após os processos seletivos universitários vão migrar para outras cidades em busca de formação nas universidades.

Ir para uma Universidade não é apenas migrar para estudar. Naturalmente outros processos vão acontecendo e deixando-se acontecer, enquanto se estuda e se prepara profissionalmente. Entre alguns, podemos citar: o namoro, as baladas, as crises emocionais (distante de casa), a escassez de recursos financeiros, novos relacionamentos, etc., quando, em alguns casos, até a droga é apresentada.

É um mundo diferente de tudo o que foi vivido até o momento. Cito, por exemplo, um certo “paternalismo” dos professores e pais quanto às atividades desenvolvidas nas escolas. Agora, na Universidade terminou! É momento de ser autônomo, de ler, de pesquisar, de fomentar o espírito crítico e as criações tecnológicas, humanas, científicas. O contato com outros se passa mais pelo que se faz do que, necessariamente, pelo que se está sentindo.

Mas, um grupo de bons amigos sempre é um ponto fundamental de apoio. Por mais que, muitos jovens, por causa do grupo de amigos, acaba se desvinculando de valores fundamentais, que agora não lhe são mais importantes. Amigos na Universidade se faz pelo processo de conhecimento ou pelas carências de afetividade (algo em comum entre muitos que saem de casa para estudar).

E os pais que ficam? Necessariamente podem incentivar os filhos a se desenvolverem, a ter o seu próprio “bater de assas”. Nunca os pais devem deixar que a falta dos filhos para si, seja mais forte do que o desejo dos filhos em estudar. Os pais não podem limitar os sonhos de seus filhos!

Enquanto isso, para quem ainda não foi para a Universidade, é importante desde os primeiros anos de Ensino Médio ir se preparando para a conquista do espaço e, principalmente, para as mudanças citadas acima.

Fui professor de muitos que nesse 2011 estarão espalhados pelo Brasil. Desejo à todos estudantes e estendo meus votos de sucesso para àqueles que serão meus alunos.

O desafio está lançado! Pais, apoiem seus filhos! Filhos, agora acadêmicos, tragam da Universidade um conhecimento socialmente válido, útil, e de extrema importância para a vida de vocês, sua família e para toda sociedade!

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