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segunda-feira, 30 de março de 2020

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A CULTURA E OS LIMITES HUMANOS


O que diferencia o ser humano dos outros animais é o fato de o ser humano ser produtor de cultura. Desde o início de nossa civilização, do momento em que saímos do estado de natureza e inventamos a vida social, sempre estamos em constante processo de produção de cultura. Ela é inevitável. Seu regresso, significa o retorno à condição animal, grotesca e pitoresca da civilização humana.
A cultura é, em nossos tempos, a chave de entendimento sobre os rumos que podemos ou que devemos perseguir para a humanidade. Percebe-se que, quanto menos a reflexão constituir a base da cultura, tanto mais frágil se torna os fundamentos da continuidade da vida na terra. Ouso ainda em dizer que, substituir a cultura das humanidades pela cultura do dinheiro, é quem sabe hoje, nesse momento, a maior ameaça.
A cultura e o trabalho, em especial, esse segundo, constitui o desenvolvimento do humano em humano. Lembrar que o trabalho humano dignifica o homem; enquanto que, o trabalho que mascara as relações de exploração do homem sobre o homem, em busca do dinheiro, é cruel quando se trata da existência das relações mínimas de existência. Assim sendo, nem toda forma de trabalho produz cultura humana.
O trabalho não é a única possibilidade de ampliar a condição cultural de um ser humano. O trabalho é sim, uma das formas de materialização dos ideais que constituem a cultura. Nessa relação de materialização, há que se dizer, o não estranhamento do trabalho como atividade de exploração do homem sobre o homem, torna a própria transformação da matéria em coisa, a coisificação do próprio homem. Coisificar é tornar banal, sem sentido.
Por último, a cultura é o elemento central da vida humana, uma vez que sobre ela pairam os ideais de sociedade, religião, economia, sonhos, esperanças, etc. Negar a cultura, é tirar daquele que só a tem, a única possibilidade de continuar.

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