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domingo, 29 de agosto de 2010

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QUEREM EDUCAÇÃO TÉCNICA! NÓS QUEREMOS SER GENTE!

 

candidatos_mosaico_hgO discurso até então dos presidenciáveis está focado na produção de uma educação técnica voltada ao trabalho, rumo ao desenvolvimento. Nesse sentido, é unânime o entendimento de que o Brasil será um país desenvolvido quando se efetivar uma educação voltada ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia.

Por mais que nossos candidatos tenham argumentado a necessidade de escolas técnicas – questão que, já no governo atual tem se expandido por meio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – eles esquecem do Art. 205 da Constituição que afirma: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” Então, não está apenas focado na qualificação técnica para o trabalho, mas considera o desenvolvimento humano e o exercício político.

Dessa forma, ainda visualiza-se um discurso político carregado da necessidade de pessoas que sabem apenas fazer. De fato, um sujeito crítico, pensante e gestor não é nada compatível com a proposta de alguns políticos, seja pelo fato de ser investigador, seja pela ação de conscientização das pessoas que com ele convivem.

Esqueceram também, nesse bonito discurso da educação técnica o Art. 206 da Constituição, que diz da “valorização dos profissionais da educação escolar, na forma de lei, planos de carreia […]”. De fato, o professor merece melhores salários, condições de trabalho, instrumentos para tal e cursos de aperfeiçoamento constante.

Uma das maiores necessidades atuais de nosso Mercado é a falta de pessoas preparadas no aspecto humano; profissionais que saibam visualizar não apenas um cliente, mas um cidadão, um necessitado, etc.

Não é de estranhar que esse seja o discurso, uma vez que vivemos em uma sociedade Mecanicista; ou seja, onde somos apenas mais uma engrenagem que, quando “gastar”, “vencer” ou não “funcionar” mais, é trocada por outra. Esse é o sistema, e esse é o discurso!

Desculpem políticos de carteirinha, mas o povo merece discursos bem mais nutridos de esperança! Discursos que carreguem a vida e a alma do povo, e não simples apelos de “pelo amor de Deus” em relação ao voto! O povo sabe que democracia não se faz apenas com o voto; o povo sabe que democracia é uma prática constante de ética e moralidade no que se faz cotidianamente. Se vós mesmos dizem que saíram do meio do povo, por que ainda não entenderam isso? Será que o gosto do dinheiro vale mais do que o sorriso de uma criança? Reflitam.

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sábado, 28 de agosto de 2010

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A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO

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Por: Ana Luiza Sartor

2º Semestre de Pedagogia

URI – Santo Ângelo/RS

A educação, para que possa ser validada como uma prática social deve ser entendida no seu contexto socioeconômico e político, valorizando a formação de professores como sendo considerados sujeitos dessa prática social, portadores de um papel político, ativo, ético e crítico.

Tanto se fala que em educação deve-se unir teoria à prática, no entanto só podemos avaliá-la no cotidiano do professor em sala de aula. Pensa-se que sua formação inicial e posterior deve ser pautada sob um olhar crítico, sobre o mundo que o rodeia e, essa união deve manter a identidade e autonomia desse sujeito.

Sabe-se que a formação do profissional da área da educação depende do da situação histórico-social na qual está inserido, e de forma igualitária, que este está em constantes mudanças. Entende-se então, que o professor não está formado, mas está em constante formação e busca do saber.

Professores são considerados agentes sociais. Portanto, quando não tem embasamento teórico/prático em sua formação nada conseguirão “transformar”. Para que o professor consiga instigar em seus alunos um olhar sobre a realidade, que sejam capazes de avaliar e propor mudanças, ele também deve ser instigado a ter direcionamentos enquanto busca sua formação.

A formação de professores deve estar centrada na dimensão humana, cabendo aos formadores a mediação no processo de crescimento pleno do outro que está em processo. Pensando na qualidade dos cursos de formação de professores, devemos lembrar que além de conhecimento conteúdista, é preciso levar-se em conta a capacidade de dominarem certas habilidades carregando consigo competências humanas e sociais, para que sejam pertinentes em seu trabalho. As instituições de ensino vem valorizando cada vez mais a capacidade de trabalho em grupo dos sujeitos, onde as competências e habilidades estão diretamente ligadas às aprendizagens e saberes significativos.

Nesse sentido, é preciso “entender melhor” os alunos que estão em sala de aula, valorizando os saberes que trazem consigo suas necessidades, dificuldades e suas ambições, levando em conta qual é o contexto social e cultural ao qual estão imersos. Para isso é que se faz necessário que saiba “dominar” algumas competências e habilidades, bem como estar sempre aberto para o novo que possa vir.

A formação de professores deve permitir ser pensada cautelosamente, pois, posterior a sua formação, estarão lidando com sujeitos dotados de saberes e culturas diversas, que demandam cuidado e respeito. Assim, sabe-se valorizar e trabalhar dentro de um currículo que esteja aberto à transformações, transpondo seus objetivos através de sua ação, nos materiais que manipula e nas operações que utiliza.

Portanto, devem ser organizadas situações de aprendizagem que possam ser ligadas com a prática propriamente dita deste professor que busca sua formação, visando que este esteja preparado para enfrentar determinadas situações-problemas em sua, posterior, sala de aula, sendo capaz de administrar as mudanças que possam vir a ocorrer na sociedade na qual está inserido.

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terça-feira, 24 de agosto de 2010

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VOCÊ JÁ CONVERSOU SOBRE VALORES COM SEUS FILHOS?

 

img322183_cersamaritaO tema “Valores” nunca foi tão debatido em seminários, entrevistas, artigos, etc. Há uma preocupação constante com a questão da inexistência de valores positivos na vida social. A crise de valores ultrapassa os limites da razão, do controle e, às vezes, até do bom senso. O que não faltam são exemplos. Não vamos nos fixar na discussão dos valores negativos, vamos discutir o que podemos fazer para diminuí-los, ou melhor, substituí-los por valores que preservem a vida.

Há que se dizer de que, os princípios que vão contra a violência são chamados de valores. Não são valores econômicos. São valores que não pesam na balança, mas que podem ser quantificados quando demonstrados em quesitos de qualidade de vida. Existem valores que são imediatos, que servem para determinados tempos. Alterando-se os paradigmas, desaparecem alguns e criam-se novos valores. Mas há os valores que são universais. Valores que não estão apenas dentro de um tempo, mas que são válidos para todo tempo e lugar. Esses valores são nomeadamente os limites, respeito, ética, exemplo, conduta, autoridade, disciplina, entre outros. Vamos nos deter nos universais.

Os valores universais, que tranquilamente nos pareciam estáveis, estão sendo agora contestados e substituídos por outros com diferente conotação. Um exemplo claro e que envolve todos os valores citados anteriormente, é a relação de pais e filhos. Nesse contexto, a escola responsabiliza a família argumentando de que a mesma não deu limites à ação do sujeito, enquanto que, de outro lado, a família incita a escola a desenvolver uma metodologia de trabalho mais adequada ao tempo. De fato, família e escola fazem juntas a educação acontecer. Não que cada uma tenha uma responsabilidade isolada, mas o trabalho é coletivo.

Filhos seguem exemplos. Uma conduta sem ética, responsabilidade, disciplina (organização), respeito, por parte dos pais ou de professores, serve exclusivamente para a formação da personalidade e, portanto, de exemplo para a vida do jovem.

A autoridade não é um processo que se impõe, se constrói. O problema é que, na falta de uma compreensão dessa perspectiva, muitos pais acabam por inverter os papéis: de autoridade passam a ser autoritários e aí, cria-se confusão de papéis. A autoridade construída gera reconhecimento pela capacidade de incitar a busca de outros valores; provoca a curiosidade e cativa atenção. A autoridade desenvolvida de forma sadia, não abre espaços para comportamentos violentos, e nem gera autoritarismo.

Nesse sentido, a família tem um papel importantíssimo: desenvolver a felicidade à cada um que dela faz parte! Ser feliz significa reconhecer no outro o que somos em nós mesmos! Ser feliz é desenvolver as virtudes. Ser feliz é possibilitar um entendimento sobre os valores que são essenciais para convivência.

Nesse sentido, é importante uma conversa sobre valores. Discutir quais são as grandes perguntas de cada um. Assumir que, enquanto pai e mãe, são apenas orientadores de aprendizagem e que, ensinando é que se aprende junto. Assim, converse com seus filhos sobre valores.

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sábado, 21 de agosto de 2010

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A VIOLÊNCIA NA BRINCADEIRA INFANTIL

 

tv1Vygotsky, grande pensador do sociointeracionismo, enfatiza de que a brincadeira, o lúdico, colabora no desenvolvimento social da criança. Assim, a brincadeira favorece o desenvolvimento da autoestima e as ajuda a pensar o mundo de forma criativa. É na brincadeira que, ao passo que a criança vai interiorizando seu processo, que ela vai copiando modelos adultos de comportamento, seja no espaço grupal, seja nos comportamentos individuais.

Vygotsky em seus estudos elaborou uma teoria do desenvolvimento intelectual, onde todo conhecimento é construído socialmente; ou seja, ao passo que estamos ensinando, constantemente estamos também aprendendo e construindo nosso ser social.

Na perspectiva da brincadeira, do lúdico, aparecem os programas infantis. Programas geralmente vinculados à determinadas marcas que focalizam a mente da criança como um espaço de influência sobre os pais, para comprar, comprar, etc. Tudo em nome da felicidade infantil. Muitos desses programas vêm carregados de violência, em especial, em seus desenhos animados. Um mundo onde ficção e realidade se confundem; um mundo onde a ficção pode assumir o real e ter graves consequências sobre eles.

Cito exemplos como os “Power Rangers”, desenhos que como este, todo dia estão vinculados à mídia, inclusive de forma sutil. E como se não bastasse, quando termina seu episódio a apresentadora ainda diz: “Que legal!”.

Em uma sociedade violenta, impregnada pelo ódio às diferenças, é “legal” a prática da violência?

Vygotsky falou da brincadeira como desenvolvimento social. Que tipos de brincadeiras nossas crianças desenvolvem com base em programas violentos de TV? Que tipos de atitudes são oriundas das mesmas? Qual é o posicionamento dos pais ou responsáveis em relação à esse tipo de prática? Quais são as influências comportamentais desse tipo de mídia?

Está na hora de afirmarmos um NÃO! a toda e qualquer forma de violência infantil. Não é apenas na família e na escola que devemos dar bons exemplos para nossas crianças, mas influenciá-las a ter uma vida mental mais sadia, assistindo bons programas de TV, ouvindo boas músicas, lendo bons livros, praticando esportes, enfim…fazendo da brincadeira um espaço de interação social e não de desenvolvimento da violência. Eu digo Não à violência! E você?

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domingo, 15 de agosto de 2010

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QUEM GANHA EM UM JOGO DE DAMAS?

 

art_simioni_020309Platão, filósofo da antiguidade clássica, um dos primeiros a falar sobre educação, política, governo, etc., frisou em seu tratado de política chamado “A República” que a Educação é um sistema que selecionará os que serão Governantes, Guardiães e Escravos. E de fato, temos até hoje um processo seletivo que “escolhe” alguns para a seara das “profissões do futuro”. E os outros? Aos que ficam à mercê, recolhendo as “migalhas” do sistema, lhes resta o trabalho de Guardiãs e Escravos do sistema pensado pelos primeiros.

A “escolha” acontece por meio de um processo mascarado: Nele não se consideram aspectos como tradição, genética, cultura, etc., apenas focalizam-se aspectos como classe social, economia, status social, etc. Assim, temos duas linhagens de escolhidos por meio dos sistema educacional: os que são escolhidos à pauperização do ensino e os que são considerados as primícias da população.

O sistema permite, como dito, de forma mascarada um governamento na vida das pessoas que, se torna evidente que as ações sociais são direcionadas conforme os interesses daqueles que anteriormente foram “escolhidos” pelo mesmo sistema, carregando o cognome de “melhores”, “vencedores”, “bem-sucedidos”, etc. Um exemplo de como isso acontece são os conteúdos ensinados nos currículos escolares.

Se tomados em sua totalidade, verificar-se-á de que os mesmos apontam para conhecimentos prévios que apenas a classe dominante os possui. Infelizmente, as políticas públicas em educação não contemplam àqueles que de fato necessitam delas. Infelizmente a base curricular não é o mundo da vida, a discussão política, as questões ambientais, problemas de saúde, economia, etc. Essas problemáticas são apontadas mas tratadas sempre de forma estéril, sem eficiência, sem criatividade. Acabam por se tornar produto de um achismo exagerado, focando em cada um uma interpretação. Cria-se na condição de exclusão um estereótipo de inclusão, ou seja, todos que estão excluídos sentem-se escolhidos. Não percebem porém, que são escolhidos à servir àqueles que são escolhidos para serem a elite social.

Enfim, o processo permite que, alguém seja escolhido para governar você, pensar por você, estar no seu lugar! Enfim, tirar àquilo que é de mais bonito que temos na vida: a própria vida! Há um jogo de damas: o sistema educacional escolhe quem joga, quem são as peças e, por conseguinte, quem são os vencedores!

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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

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COMPETÊNCIAS E HABILIDADES EM GESTÃO ESCOLAR

 

oportunismo_e_competenciaDesde o momento em que o homem começou a viver em sociedade, percebeu que as relações de convivência não eram nada tranquilas. Mas, com o passar do tempo, essa relação foi sendo mediada pelo imperativo de princípios de sobrevivência. Na verdade, começamos a perceber que, é no outro que identificamos quem somos (seres dotados de alteridade). Assim, os princípios foram tomando forma de moral. As primeiras sociedades por meio da discussão política, ao poucos, estabeleciam o que era melhor para o seu grupo na forma de normas ou sanções sociais. A partir disso, cada indivíduo mantinha determinado comportamento diante dessas normas (ética).

Assim, mediados pela moral (coletiva) e pelo desenvolvimento do livre-arbítrio (escolha entre o bem e o mal = ética) foi se tornando possível a vida social.

Muito tempo passou. Hoje, estamos emergidos em uma estrutura que nos possibilidade verificar o processo de convivência seja nos espaços de trabalho, estudo, familiar, escolar, etc, como espaços de gestão. Espaços onde gerir a convivência não é o principal objetivo, mas faz parte. Gestão se refere à produção de novas ideias e possibilidades para melhorar a vida social. A produção de ideias assume também a sua implementação.

No ambiente escolar, o processo de gestão não fica apenas restrito à vida profissional dos professores, diretores, coordenadores, etc., ela é muito mais… A gestão no espaço escolar se faz com o conceito de comunidade escolar, uma vez que envolve valores que se traduzem como direção da relação entre as pessoas em determinado espaço.

Gestão Escolar, enfim, envolve competências e habilidades. Onde as competências designam o pensar e o refletir sobre o que se faz (atividades que se desenvolvem); enquanto as habilidades estão presentes na capacidade motora de fazer. Ter habilidade de decodificar um texto com reflexão sobre o mesmo é possibilitar a aproximação das competências e das habilidades.

É no espaço escolar que as competências e habilidades devem estar próximas, uma vez que toda atividade em educação deve ser pensada, planejada, executada com responsabilidade. E essa é uma tarefa de conjunto!

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