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segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

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RETORNO ÀS AULAS: A MOTIVAÇÃO COMEÇA PELO DIÁLOGO!

Estamos nos preparando para o retorno das aulas, em um novo ano letivo.  É um momento muito sensível no que se refere, entre muitos aspectos, às perspectivas que os professores têm sobre sua motivação para o  planejamento, execução e avaliação dos planos de  trabalho. É grande o desafio de manter-se motivado (a) durante o ano letivo.  Várias são as frentes que  se apresentam como empecilhos para o desenvolvimento integral do trabalho do professor.

Algumas escolas começam o ano com palestras motivacionais, mensagens, momentos de espiritualidade e reflexão, entre outras atividades que dão o start inicial. No entanto, muitas vezes essa motivação inicial aos poucos vai se perdendo.  É preciso sempre realimentar a motivação do professor. Diria fundamentalmente, que esta motivação está na possibilidade da construção de espaços de diálogo dentro da escola.

O diálogo é a essência do repertório educativo para o desenvolvimento de uma docência com substância; ou seja, nele estão presentes a comunicação, os saberes, as inquietações e a transparência das relações humanas que se estabelecem entre o sujeito da educação. O diálogo é fator fundamental para a  solidez da motivação no trabalho educativo.  Através dele as relações se horizontalizam,  se melhoram, se capacitam.

Há outro fator fundamental no diálogo:  a dialética. É através dela que ocorre o movimento crítico do pensamento, da ação pedagógica da escola.  Através da dialética ocorre o movimento de "olhar de dentro para fora"  e de "fora para dentro". É nesse movimento que se celebram os crescimentos, as aprendizagens, as entregas e, também é nele que se reconhecem os pontos fracos, que precisam ser melhorados, discutidos.

Assim, o diálogo é elemento essencial para a motivação dos professores, pois faz com que a motivação não seja algo pronto, "que alguém dá" não passe de mágica, mas algo construído pela equipe de forma comunicativa, implicada, vivenciada, discutida e até mesmo criticada.

Assim, é no diálogo que cada um vai inserindo seu repertório de saberes, reflexões, contribuições e críticas.  É no espaço do diálogo que os conflitos se tornam algo construtivo. É no diálogo que se discutem ideias; não se atacam pessoas! É a partir do diálogo e do movimento dialético que novas interrogações surgem, se avaliam experiências e se apontam sugestões.

E aí? Sentiu-se motivado(a)? Vamos dialogar?

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terça-feira, 24 de janeiro de 2023

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UMA REVISÃO CRÍTICA DO PAPEL DO PEDAGOGO E DA PEDAGOGIA NA CONTEMPORANEIDADE

Só é possível falar de uma revisão crítica do papel do pedagogo  na contemporaneidade,  se ancorado em princípios que assumem como ponto de partida para a educação uma pedagogia do diálogo.  

Esta pedagogia considera, sem a tentativa de fazer distinções formais entre as diferentes pedagogias,  que a realidade é dialética (movimento de contradições e mudanças). Ela introduz no diálogo pedagógico a dúvida e a suspeita sobre a realidade do homem concreto, e das relações que este estabelece com a sociedade real e seus meandros. Assim,  a pedagogia do diálogo está historicamente situada em uma compreensão de homem válida para todos os contextos; ou seja, uma antropologia contextualizada.

Fazer uma revisão do papel do pedagogo na contemporaneidade,  é refletir diretamente,  na teoria e na prática,  a prática social do exercício da pedagogia na educação, bem como vincular essa prática ao ato educativo como ato político e transformador, a teoria vinculada à transformação social.

Por isso,  utilizar a concepção de pedagogo como aquele  que "conduz as crianças",  como outrora entre os gregos se fazia,  é inadequado ao nosso tempo. Hoje, o pedagogo exerce outros papéis. E é sobre esses papéis e a formação acadêmica para os mesmos que cabe a revisão crítica (dialética) da pedagogia. 

Argumento de que  a pedagogia é uma ciência educativa, onde sua epistemologia e conteúdo situacional consistem em existir para criar educação. No entanto,  o que vemos são as ciências específicas conduzindo o processo educativo,  sua gestão, seu sentido e existência. O que as nossas faculdades de pedagogia tem a dizer sobre isso?  Há exceções, que confirmam a regra; mas que de imediato,  são raras.  

Quando se trata da formação  de pedagogos nas universidades/ faculdades, outras perguntas são interessantes de serem elaboradas:  Por que a extinção de muitos cursos de Pedagogia,  uma vez que esta é a ciência da Educação? O que justifica a não existência dessas Faculdades, se o fundamento das próprias é a própria Pedagogia?  Talvez,  o grande desafio para as Faculdades de Pedagogia é formar gente capaz de assumir sua autonomia epistemológica, de perceber as contradições do processo formativo com oportunidade formativa, como semente de libertação da alienação técnica sobre a dimensão humana do "criar educação" -  função primeira da pedagogia.

Por fim,  falar em reconstrução,  é assumir que estamos vivendo um momento em que o pedagogo tem a possibilidade de repensar a sua função na sociedade; ou seja,  repensar a educação como tarefa crítica, reconstruindo com isso, a própria sociedade brasileira e a sua condição educativa.  Mais que ter a função de perceber a contradição,  é necessária a consciência da contradição, e perceber que a mesma é histórica, filosófica e sociologicamente fundada a partir das contradições inerentes a sociedade brasileira.

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sábado, 7 de janeiro de 2023

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MUDANÇA DE PARADIGMA REQUER PRÁTICAS EDUCATIVAS SIGNIFICATIVAS


O ano de 2023 se inicia, e com ele os desafios que se nos apresenta.  Não é um ano comum. É um ano que podemos esperar muitas mudanças, nas mais diferentes áreas da sociedade,  sejam elas econômicas, políticas, antropológicas, estruturais,  mudanças institucionais e educativas.

Uma das grandes mudanças  que podemos esperar, está no papel significativo do educador.  De professor à alguém comprometido com a vida.  Não apenas um Pensador,  mas aquele que ao pensar, compromete-se com a existência de si e do outro.  Aquele que reflete a teoria inserido em uma prática de liberdade, uma prática transformadora. 

A mudança de paradigma Em uma sociedade dinâmica,  conduz há uma relação de conflito entre dominantes e dominados.  Nesse sentido, a educação não pode oprimir, mas servir a libertação de todos aqueles que ainda estão inseridos no paradigma da dominação.  Entre os diferentes entendimentos de dominação, friso  o paradigma da ignorância, da superfície, da mediocridade.  Libertar-se desse paradigma, é compreender a educação que resgata o seu sentido primeiro:  a humanização da pessoa humana.

Portanto,  a mudança de paradigma requer  que as práticas educativas, sejam elas escolares ou extraescolares, estejam fundamentadas em um diálogo crítico, possível e passível de abertura para novas ideias, construções, aproximações e distanciamentos, sempre quando necessários. Assim,  o novo paradigma é incompatível com a massificação do pensamento,  a intolerância, a negligência,  e a ausência de compromisso societário e humano.

A figura, a postura e o exemplo, são condições epistemológicas das quais o professor não pode abrir mão.  Precisa estar munido de um repertório teórico suficientemente fundamentado em uma cultura  que possibilita práticas de  humanização.  Logo, os espaços escolares e extraescolares necessitam se configurar como experiências significativas.

Outrossim,  a grande aposta é no ser humano, nos seus anseios mais íntimos, angústias, intencionalidades e, principalmente em seu projeto de vida.  Uma educação focada no projeto de vida do indivíduo, possibilita ao mesmo transitar no novo paradigma, situando-se como ser humano político, tolerante, acolhedor e conhecedor de si, do outro e do mundo.

Essas são algumas inquietações que apresento para o novo paradigma educativo que se configura nos novos tempos.  Quais são as suas?  Boa reflexão!

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