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sexta-feira, 27 de agosto de 2021

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VOCÊ JÁ PENSOU EM SEU PROJETO DE VIDA?

A trajetória do ser humano é, para o próprio ser humano, um dos maiores enigmas a ser vivido. O propósito de sua vida, é algo a ser descoberto. Ele não é dado, é decisão! Ninguém foge dele! Ter um propósito para a vida vai além de uma visão superficial, mediana ou até medíocre de sua própria existência. A existência, quando vivida de forma coerente com o propósito, acaba por ser um desafio. Sabemos que o maior desafio do propósito humano, é a sua realização. Muitas pessoas têm propósitos, poucas o realizam.

Para pensar sobre seus propósitos, sugiro três questões:

1. Onde pretendo chegar? Nessa primeira questão, está o sonho. Ninguém tem um propósito, sem antes ter sonhos. Dentro dos sonhos estão as nossas metas, nossos ideais, o lugar onde me encontro e a responsabilidade que tenho. Em outras palavras, sonhar é ter a consciência a respeito de si mesmo e o lugar que ocupa no mundo.

2. Onde e como estou? Nessa questão estão as categorias da situação, do contexto, o rumo que me desejo; enfim, é a consciência da realidade que sou e na qual me encontro.

3. O que preciso fazer? Está nessa pergunta a dimensão prática do propósito de vida. Quais são os passos que preciso/ devo fazer? Em outras palavras, quais ações são necessárias para realizar o projeto sonhado? Essas ações são concretas. Elas implicam em sair de um lugar muitas vezes confortável ao qual se está, e caminhar em direção ao que deseja. Exige movimento!

Em síntese, o projeto pessoal de vida é a organização dos sonhos, que leva em consideração a realidade a qual a pessoa se encontra, bem como, a necessidade e a urgência de dar passos concretos que respondam às diferentes realizações das dimensões da vida.

Por vezes, para pensar o nosso projeto de vida, precisamos de uma ambiência, ou seja, a construção de um clima especial, propício para o exercício de concentração, escuta atenta e  resposta elaboração do projeto. Considere também que, a escrita do projeto é a materialização do seu objetivo. Portanto, deixe fora dele decisões mesquinhas ou egoístas, superficiais, ambiciosas, ou outra qualquer que seja incoerente com a sua opção.

 Por último, faça a melhor opção: opte pela sua felicidade e, pela felicidade das pessoas que você ama! Construa seu projeto de vida! Se precisar de algumas dicas ou auxílio, conte comigo! 

Boas reflexões!

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sexta-feira, 20 de agosto de 2021

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DO CONSELHO DE CLASSE AO CONSELHO DE GRUPO


 Você já ouviu a expressão "Conselho de Classe"? Pois bem, Esta é uma expressão utilizada quando nos referimos às práticas escolares, em especial, quando se quer verificar o andamento de um processo pedagógico. No Conselho de Classe reúnem-se professores, coordenadores, diretores, das mais diferentes áreas do conhecimento, e também de diferentes turmas. Debatem-se nesse espaço, questões relativas ao andamento da aprendizagem, disciplina, angústias e algumas propostas de melhorias para aquela determinada turma.

O Conselho de Classe é uma prática da Escola Tradicional. Desde as primeiras escolas do período da escolástica medieval, havia o Conselho de Classe. Nessas escolas, por serem internatos, o Conselho de Classe tinha a função de regimentar e fazer cumprir as normas escolares voltadas principalmente ao controle disciplinar dos estudantes internos. Era um espaço onde havia uma lista de “conselhos” indicados para cada situação vivenciada por cada turma.

Partindo do entendimento da escola na Modernidade, em especial, a escola voltada a reprodução da fábrica e da sociedade, o termo Conselho de Classe passou a significar a legitimação do conflito de classe social existentes na sociedade. A escola no período moderno, acaba reproduzido em sua dinâmica organizacional e pedagógica, a ordem social e sua organização.

O termo "classe" foi criado por Karl Marx, se referindo a uma sociedade estratificada em dois grupos: os burgueses (opressores) e os operários (oprimidos). Segundo Karl Marx, as relações entre classes são conflituosas. É esta relação de conflito de classe, que marca a história da humanidade. Pensar em classe, na condição social, é uma forma de compreender os conflitos inerentes ao próprio sistema capitalista. Pensar em classe, no ambiente escolar, é a reprodução da sociedade na estrutura da escola, onde costumeiramente utilizamos a expressão classificar - termo derivado de classe.

Quando pensamos a escola na dinâmica democrática, em especial nos nossos tempos, precisamos mudar essa prática de Conselho de Classe para a prática de Conselho de Grupo. A prática de Conselho de Grupo é democrática, pois pressupõe que cada turma disposta em assembleia, possa ser capaz de autorregular-se; ou seja, constituir-se como um espaço em que, através da participação consciente, da escuta ativa, do respeito à diversidade, e do compromisso coletivo, possam os estudantes saírem da condição passiva da obediência, para condição ativa da cidadania.

É difícil de conceber a construção da cidadania em uma escola, onde as práticas autoritárias reproduzam a natureza dos conflitos sociais. No entanto, para se construir cidadania, é necessário a educação moral do indivíduo. Nesse sentido, a convivência grupal regulada por princípios construídos pelo próprio grupo, colocando em primeiro lugar a cooperação, constitui-se num espaço de construção moral da cidadania.

 Assim, para concluir, a construção do Conselho de Grupo em uma escola, é um desafio que caminha desde a gestão escolar, o currículo, as práticas pedagógicas dos professores e sua formação profissional, bem como a sensibilização dos estudantes. Não se trata de ter sucesso ou não, mas de transformar a escola em um lugar de amplificação das vivências democráticas. Assim, consequentemente, teremos uma sociedade mas atenta a cidadania e a democracia.

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