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quinta-feira, 9 de julho de 2015

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DO PROLETARIADO CONSCIENTE À BURGUESIA INSANA!

marxSe de Karl Marx aos nossos dias, a crítica à Hegel ainda é inevitável, quero refletir aqui sobre a crise do modelo de sociedade em que vivemos, iniciando com uma frase de Nélson Rodrigues, que diz que "No futebol o pior cego é aquele que só vê a bola". Sim! Aquele que foi operário, e agora é burguês, só enxerga dinheiro. É o míope do senso comum!

Marx, através do materialismo dialética constrói suas ideias percebendo as contradições do sistema capitalista de produção. Um sistema que além de ser envergado a partir do desdobramento da exploração do homem, diga-se imediatamente, do outro (que estranhamente é visto como não-igual), apoia-se no materialismo. As condições sociais, sejam culturais, antropológicas, subjetivas e outras, constroem-se a partir das condições materiais da vida dos indivíduos.

Assim, burguês é aquele em que nada falta, mas tudo deseja. Operário, é aquele que a única coisa que tem, nas condições do capitalismo, não lhe pertence: a força de trabalho. Esta é o desejo do burguês. Esta, quando transformada em mercadoria foge da dimensão de pertencimento do operário.

O operário, quando estranhado à sua exploração, busca a transformação social. O burguês busca a reprodução do sistema. Para o operário, a consciência que promove a luta de classes é o único caminho que pode levar à Revolução Social. Mas, esse mecanismo é amplamente combatido pelo burguês, quando de posse das políticas de Estado, governos e sistemas econômicos. Para tal, o burguês utiliza da educação que forma as massas. A massa, quando educada para a servidão torna-se escrava. Triste é o fim de um povo que se fragiliza culturalmente, pois da fragilidade da cultura é que nasce os piores males sociais como a fome, a violência, a morte.

O pior burguês é o que trai a sua causa pétrea. O movimento é suicida! É aquele que, antes sendo operário, buscara a defesa de sua dignidade, direitos, espaços…agora, a única coisa que lhe marca interesse, é sua própria individualidade. A hierarquia lhe confere poder! Poder que não tem, nunca teve e nunca terá: o poder foi criado para ser destruído!

Cerra seus ouvidos à todo clamor, seja ele do menor, da mulher, da prostituta, do negro. Sua boca pronuncia discursos e palavras vazias, das quais o único significado é seu próprio status. Não tem outra coisa em suas mãos do que o cheiro do dinheiro, carregado de infâmia, dissabor, imoralidade e perversidade social. É o discurso cheio de palavras e vazio de significado. O único significado de sua existência é para si mesmo. O outro, deixa de existir. Sofre, lamenta, mas não quer perceber.

É a crise de alteridade. É a crise da sensibilidade, da ação e da transformação social.

É o que resta! A esperança resta! Resta o desejo de mudar, se é que o mesmo ainda também já não passou da consciência para a insanidade.

Segundo Marx, o capitalismo gera seu próprio coveiro.

Triste fim daquele que vive a aristocracia vertical, pois seu destino apenas lhe reserva a horizontalidade democrática. Essa é a mudança política, econômica, social. É a guinada, por ora, inevitável! ((•)) Ouça este post

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