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sábado, 11 de julho de 2015

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A NOTÍCIA EM EDUCAÇÃO: UM DICIONÁRIO DE DISSABORES PARA EDUCADORES SONHADORES!

FraseVoltaire_L335Fiquei perplexo! É horrendo! Estupidamente triste! Não te assustes…estou falando do vocabulário que os meios de comunicação utilizam quando falam em educação. Expressões como “abaixo da meta intermediária”, “péssimos números”, “erros cometidos”, “Sem fôlego”, “deixa de atrair os jovens”, “alta taxa de evasão”, “atraso de dois anos ou mais”, “triste projeção para o país”, “fica longe das metas traçadas”, são comuns quando se noticia qualquer movimento sobre educação no Brasil. Não bastasse isso, a saída é apontar este ou aquele sistema – geralmente de outros países – como cases de sucesso.

Veja a notícia mais lida nessa semana, nesse veículo de comunicação – clique aqui

Nada novo! Verificamos que o brasileiro, em sua maioria, criou a expectativa da visão invertida: o valor está naquilo que vem de fora. Esse é um processo oriundo desde os tempos de colonização; afinal, o brasileiro, é alguém que veio de fora, o colonizador. Triste é pensar que para colonizar, foi necessário massacrar a cultura que aqui já existia. Hoje, esse movimento se repete quando se pensa educação. O sucesso de modelos “de fora”, em detrimento ao que temos de bom.

Um dos aspectos que chama atenção, é que facilmente nos dobramos diante de. É a imposição de políticas massacradoras da educação popular. Considera-se mais importante bons resultados em avaliações externas com base em metas internacionais do que a valorização da cultura. Não é de estranhar que é necessário existir obrigatoriedade curricular de se trabalhar a cultura afro. Em um país como o nosso, a cultura afro já deveria estar naturalizada nos currículos escolares, mas…não!

Essas expressões negativas apresentadas em notícias representam um círculo de tensão que convencem pelos dados estatísticos. Por mais que exista o esforço dos professores para a melhoria da educação, parece que há um movimento que nega esse sonho.

Para entender esse movimento de tensão, é necessário compreender a educação na ótica liberal, do modelo de produção capitalista: a ideia é sempre produzir mais, em menor espaço de tempo. Faz parte! O professor é parte desse sistema! Está convencido de que deve ser assim.

Por mais que a notícia seja carregada de desgosto, o que mais encanta são as belas propostas de educação que temos nas escolas. A escola é o lugar do sonho. Lugar onde é permitido sonhar junto. Vai contra o sistema! Não importa! É no esforço dos professores, agentes educacionais, pais, alunos, que as propostas são realizadas. O foco é a cultura. A meta não é o tempo, mas a aprendizagem! A meta não é produzir de forma mecânica saberes, mas sim, significa-los.

Nossas escolas, assim como professores e alunos, são maravilhosos! Fazem do possível ao impossível para realimentar o sonho. O sonho que, muitas vezes, a sociedade destruiu! O sonho que, muitas vezes, nunca existiu! É movimento dialético: construir a crítica no diálogo, no entendimento.

Está na hora de noticiar o que é bom, o bem feito, o bonito trabalho das escolas. Está na hora de ouvir mais os professores do que os achismos de um dicionário midiático carregado de dissabores, sem sonhos, sem perspectiva, deplorável. ((•)) Ouça este post

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