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domingo, 12 de julho de 2015

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O VELHO CONFLITO JUVENIL: NO “MEU TEMPO” ERA ASSIM…

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O que é ser jovem? Dizem que descobrimos quando já vivenciamos essa fase. Alguns definem como sendo cronológica, outros como estado de espírito. Não posso definir juventude pelas vivências que tive em minha juventude. É erro. Cada um tem suas experiências que vão definindo a sua juventude, seja ela em tempo cronológico, seja em formação de identidade. Cada um é experiência única. É pura singularidade. Apesar de o ser assim, insere-se a singularidade na pluralidade: é o grupo de amigos, família, escola, igreja, baladas, etc. Ali é o lugar do conflito. É o singular sendo vivenciado no plural.

proteçÃoNesses espaços plurais a convivência é o objetivo. Se estabelecem regras. É o velho conflito juvenil: regras! Acompanhadas do bordão “No meu tempo era assim…”, as regras são uma tentativa de ordenar, quiçá de harmonizar.

Aprendemos a conviver sob a vigilância do plural. O singular é menor e inferior diante do plural. Não há maximização do indivíduo diante do coletivo. A norma confere soberania ao coletivo diante do indivíduo. É a ética diante da moral. A moral, orienta. A ética reflete.

Pudera, pois, refletir sobre um tempo que não o de agora? Esse é o velho dilema juvenil. “No meu tempo” quer dizer de que, agora não é mais. Passou! Foi-se…Localizar-se fora de seu tempo, sempre é uma guinada existencial necessária quando se quer re-significar o que já foi mas que continua sendo importante. Esta é a necessidade do enfrentamento do conflito.

Existem muitos valores banalizados, portanto, sem sentido em tempos de agora, que necessariamente, dentro de uma postura ética, precisam ser re-significados. Exemplos não faltam: respeito, política, educação, sensibilidade, etc. Há que se dizer que, vivemos um tempo de crise dos valores humanos. Eles foram deixados “no meu tempo” e, hoje pouco significam. Sentir falta dos mesmos é revelar o humano que foi esquecido em sua matriz.

Ser jovem, portanto, não é negar o que era importante, mas sim, usar da ética e da moral para orientar sua vida. Ser jovem é começar sempre. Há àqueles que deixaram de começar, sonham com o fim. Ser jovem é entender que “no meu tempo” não significa o passado, mas sim, uma constante retomada daquilo que foi e continua sendo bom, válido.

É a transição. Existem os pós-jovens. Precisamos de Neo-jovens. Não precisamos de ruptura com o passado. Precisamos de uma continuidade refletida. Sem ruptura, com reflexão, o homem se faz melhor, mais humano, mais sensível diante do mundo. Assim é o jovem.

Enquanto isso não acontece, “no meu tempo…” ainda é válido! ((•)) Ouça este post

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