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quinta-feira, 2 de julho de 2015

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O PASSADO É SÓ UMA HISTÓRIA QUE FICAMOS NOS CONTANDO!

 

dificuldade6Estávamos centrados. Hoje, estamos descentrados. O projeto imperial da modernidade caracterizada pelo racionalismo, apoiado pelo cientificismo e pela expansão tecnológica, nos legou um desafio: compreender o passado fora da localização histórica subjacente ao tempo.

Não há como negar: o passado é só uma história que ficamos nos contando! O homem moderno, preso em suas concepções de verdade, com o olhar fixo em métodos, aproximou de si a afirmação do império da subjetividade. Estávamos fixos, centrados em um proposta de verdade absoluta, fácil, sem ousadia. É a proposta da racionalidade matemática. Ela contribui, colaborou e sem sombra de dúvidas, possibilitou o áspero grito do progresso, mesmo que este foi verticalmente implantada à qualquer custo.

Estamos convencidos de que dessa proposta nos resta uma única certeza: ela descentralizou-se. O movimento pós-moderno coloca o passado na perspectiva da história de si-per-si. Sem mais. Um passado que está sendo contado para aliviar a tensão do presente de ontem, de si mesmo, de um tempo que não foi porque ficou, mas que não está porque já foi.

Esta é a história que ficamos nos contando. Uma história que só interessa para quem conta. O ator é seu próprio público. Sua boca, fala aos seus ouvidos. Unicamente à eles. Os medos, fantasias, alegrias, sufocos, desafios, só interessam à quem vive no passado contado à si mesmo, ou seja, uma história que só interessa à quem conta.

O pós-moderno assume uma ruptura com o passado. Nessa ruptura se desmancha tudo aquilo que era sólido. A modernidade não é sólida, é fria, calculista, mecânica, fragmentada e, tão necessária ao pensamento progressista. Há que se reconhecer os méritos de um passado que só é história para quem fica contando à si mesmo.

O pós-moderno trouxe consigo a ideia do “carpe diem”, ou seja, “viva o presente”, ou ainda, “o presente te é vivo!”. O passado deu lugar ao presente, o futuro…onde? Quando? Pra quê?

Se o futuro era o lugar do projeto, agora o importante é o presente. Um lugar sem projeto, sem futuro e o pior, sem passado. A máxima de nosso tempo é “Tudo que é de um lugar, fica naquele lugar”. É a negação da rede. É a impossibilidade de globalizar o que se vive, sente, o que se conta. Assim, o passado é só uma história que ficamos nos contando.

Não se pode regressar ao passado. A modernidade é líquida, se foi, evaporou. A modernidade fracassou. Sua proposta deixou marcas, estilhaços de dor, pavor, destruição. A modernidade, deixou onde passou uma história que não pode ser contada. Deixou a não-lembrança. Deixou o esquecimento!

Assim, o passado se configura em um tempo que é contado para si, por si e com si. O passado é só uma história que ficamos nos contando! ((•)) Ouça este post

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