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segunda-feira, 13 de julho de 2015

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DESCARTES, O MÉTODO E A PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO

DescartesRené Descartes, ou Renatus Cartesius, é considerado o “Pai da Modernidade”. Essa afirmação é resultado do desenvolvimento de uma filosofia baseada no Racionalismo Moderno, inspirada na Filosofia de Platão. Descartes parte da dúvida, buscando a certeza da verdade. A verdade, conceito tão debatido em Filosofia, em especial pelo Racionalismo e Empirismo, é possível em Descartes através do Método Cartesiano.

Para o Racionalismo as ideias são inatas, ou seja, já estão em nós (em nossa alma) desde o momento de nossa concepção. O mundo é dado. Sabemos, porém, não lembramos. Surge então a dúvida. Para buscar a verdade, o Método.

A preocupação com o método, não é restrita à Filosofia de Descartes, mas sim, é uma característica do pensamento filosófico da Modernidade. Da Filosofia Antiga até a Filosofia Humanista-Renascentista, a preocupação era com a pergunta ‘O que é a verdade?’, já a partir da Filosofia Moderna, a grande questão é ‘Como posso conhecer a verdade?’. Nessa perspectiva, surge a necessidade do Método.

Para Descartes, Racionalista Moderno, o Método é dedutivo-matemático. É necessário chegar à uma verdade inquestionável. E de fato, ele o consegue. Coloca em dúvida todas as coisas, reduzindo-as à origem da mesma (da dúvida). Se penso, e para dúvida é necessário pensar sobre o pensar, é porque o pensar existe. Este é o Cogito (pensar). Portanto, o método é dedutivo-matemático, porque não tem como base o indutivismo e muito menos base empírica. Assim, a alma é distinta do corpo.

Descartes então descreve quatro regras para o método matemático que, colaboram para a busca da verdade: a) Nunca aceitar como verdadeiro aquilo que não lhe parecer claro e evidente; b) Dividir e tantas quantas forem as partes de um problema que se demonstre complexo; c) Analisar cada uma das partes, das mais simples às mais complexas e, d) Enumerar cada uma das partes verificando se nada foi omitido.

Em sua Teodicéia, desenvolve a ideia de que Deus é uma ideia primária, ou seja, a primeira, a perfeita e, não depende das outras para existir. Já as outras ideias, são extensões de Deus pois dependem da mesma para existir.

A partir da ideia do racionalismo matemático, Descartes critica o Empirismo, segundo o qual, o conhecimento empírico se dá por extensão; portanto, o conhecimento é imediato, ou seja, é um conhecimento da consequência e não da causa.

Assim, se percebe que a construção de conhecimento em Descartes se dá a partir da investigação da dúvida através do método cartesiano. O método aparece como ferramenta necessária para esse processo. ((•)) Ouça este post

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