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quarta-feira, 15 de julho de 2015

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A PESQUISA-AÇÃO COMO PROPOSTA DO CONHECER E DO AGIR PARA O ENSINO MÉDIO POLITÉCNICO

sonharpararealizarTodo professor sabe: o aluno que só assiste aula, não aprende. Aprendizagem é mais que assistir, é participar. No Ensino Médio Politécnico se quer mais: não basta participar da construção do conhecimento através dos processos epistemológicos e metodológicos da pesquisa, é necessário agir. Já dizia Karl Marx nas “Onze Teses de Feuerbach”: “Os filósofos têm apenas interpretado o mundo de maneiras diferentes; a questão, porém, é transformá-lo.”

Abandonar a metafísica escolar é o grande desafio. A escola não pode mais ficar fundada em belos discursos, extensas lições de oratória e retórica, em sua maioria, desvinculados da práxis social do aluno. Se de um lado a escola reproduz o sentimento de clausura, as transformações sociais nos impõe tomada de decisão. É necessário agir com urgência na incerteza. É a crise, o movimento, a transformação.

O saber tem sabor e significado! O significado está na palavra que exprime o contexto. O contexto é a vida. Problematizar o contexto é a grande busca, a máxima pesquisa.

Se por um lado, a pesquisa-ação, em seus três momentos, busca no Ensino Médio Politécnico Investigar, Tematizar e Agir sobre a realidade, há um movimento ideológico que busca colocar “lentes” do preconceito sobre o saber em nossos jovens. Essa “lente” é sim, projeção dos resquícios de uma proposta paradigmática de ciência na Modernidade. Nesse paradigma a ciência é vista como masculina, somente para pessoas adultas, enclausurada em laboratórios, entre outros. É uma ciência morta. Não há movimento. É a ciência pela ciência.

Assim, a pesquisa-ação surge como uma nova proposta que integra elementos conceituais, teóricos e metodológicos, inseridos na dimensão do interesse da coletividade. A sua finalidade, é transformar a realidade em que se está inserido. Ela é um procedimento reflexivo, sistemático, crítico, que liberta. Livre para agir, o pesquisador indica sua forma de intervenção na realidade. A partir daí, os sujeitos sempre estão envolvidos nos dilemas da realidade a ser pesquisada sobre a qual irão transformar.

O objetivo da pesquisa-ação é buscar a emancipação do estudante. Entre os grilhões da modernidade, o mesmo se vê condenado à aceitação e à reprodução de saberes alienados pela força daqueles que detém o poder, em escala social.

Assim, os momentos da pesquisa-ação, são muito mais que etapas. É metodologia! Caminho a ser seguido para coletar dados, analisar e transformar; quando transforma, transforma-se o objeto em sujeito ativo.

Para tanto, na pesquisa-ação os dados servem como elementos anteriores às categorias de análise. Mas a pesquisa não fica apenas neles. Há o processo de elencar as categorias, transformando-as em temas geradores. Após, necessita programa a ação coletiva. Para tanto, é necessário realizar estudos, avaliar os projetos de ação, mas principalmente, elaborar um planejamento comunitário de ação coletiva.

Finalizando, a pesquisa-ação não se serve de modelos. O argumento está em que, além de inserir-se na realidade de cada um, pois sua principal característica é a intervenção, exige que se estabeleça uma relação dialética, ou seja, a percepção da transformação social não é dada como modelo, mas é construído. Essa construção se desencadeia no processo de pesquisa-ação. ((•)) Ouça este post

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