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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

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RECUPERAR OU ACERTAR CONTAS?

Estamos em um momento decisivo para muitos estudantes: ou passam nos exames de recuperação paralela, ou repetem o ano escolar – o que a grande maioria não deseja. As escolas estão se organizando para tal momento. Enquanto isso, a preocupação com o “passar de ano” toma conta de todos. A ansiedade, o medo, e até mesmo algumas ameaças por partes de pais. Enquanto isso ocorre, podemos pensar em três possibilidades: 1) Recuperar notas; 2) Acerto de contas (relação professor x alunos); 3) Aprendizagem.
1) Recuperar Notas: É o que a grande maioria faz. Para quem está apenas interessado em notas, é um “prato cheio”. Da forma como a maioria das recuperações acontecem nas escolas, a mesma tem essa finalidade: recuperar notas para que passem de ano, sem mesmo, muitas vezes terem conhecimentos suficientes.
2) Acerto de Contas: É uma realidade difícil de ser comentada porque entra em aspectos anti-éticos da profissão professor, mas acontece. Acontece em casos em que o aluno durante o ano inteiro não colaborou no seu processo de ensino e aprendizagem e, principalmente atrapalhou o andamento das atividades da turma. São vários os motivos, mas existem alunos assim, como também existem professores que pensam que essa seja a melhor forma para alguns casos. No entanto, essa é uma jogada que desmerece o cuidado da educação. Antes mesmo de o exame paralelo ocorrer, já está decidido qual aluno irá reprovar. É triste que ainda existam educadores que pensam dessa forma, e de outro lado, alunos que não dão outra opção ao professor a não ser essa.
3) Recuperar conhecimentos: Essa parece ser a forma mais indicada. Mesmo desorganizado os tempos escolares, se prevê uma recuperação paralela que busca recuperar conteúdos. Ela está desorganizada porque deveria acontecer no momento em que o aluno se percebe com dificuldade e não deixá-la para o fim de ano. Essa deveria ser uma prática constante em nossas escolas. Para que essa aconteça, é necessário então que se pense a organização escolar e que se respeite os ritmos individuais de aprendizagem. Por outro lado, essa prática não é funcional quando não há interesse por parte do aluno na aprendizagem.
Diante dessas três posturas da Recuperação Paralela, nos questionamos: Depois de um ano de ensino, será que ainda é necessário a Recuperação? Pois bem, se efetivada a terceira prática, a recuperação final não seria necessária. Enquanto isso não ocorre, professores e alunos continuam interceptados pelo mal estar das recuperações paralelas.
Há escolas que pensam que a recuperação seja um momento de repensar aquilo que ficou para trás. Será que precisamos esperar chegar o final do ano para fazer essa reflexão? Será que a orientação educacional não é uma boa saída para a reprovação e a falta de aprendizagem dos conteúdos? Ou ainda, será que a escola atual está tão desatualizada que não provoca mais a curiosidade e a vontade de estudar?
Diante de tantas perguntas vamos reproduzindo o cotidiano. Triste! Mas é a realidade! Enquanto nós professores não pararmos e refletirmos sobre essa situação, sempre teremos a chamada Recuperação Paralela. Ou, será um acerto de contas?

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