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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

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A CRISE DA IDENTIDADE POLÍTICA NA CONTEMPORANEIDADE

Etica Atualmente estamos emergidos em um cenário de crises que supostamente tem sua gênese na transição dos tempos e no modo de como as pessoas vivem. Entre tantas crises, está presente a crise de identidade política, ou seja, a decadência da responsabilidade consciente de si em relação aos papéis sociais e às coletividades. Esse cenário aponta para uma fragmentação do pensamento contemporâneo, que muitos estudiosos nomeiam como a principal características da pós-modernidade. Se tomada ao pé da letra (do grego Crisis = mudança) a crise seria positiva, pois faz acontecer na comunidade das gentes o movimento que, em termos antropológicos é característica fundamental do ser humano.

Mas evidenciado o caráter da questão em discussão, é perceptível pensar que a crise de identidade política é negativa por si mesmo, uma vez que não caracteriza apenas a mudança, mas a falta de um compromisso, ou seja, um rompimento com os laços de cidadania e da democracia participativa. Por trás dessa questão, é pertinente pensar na forma como se desenvolveu historicamente a identidade política para podermos entender e compreender o por quê dessa fragmentação identitária.

Visitando os moldes do pensamento liberal do Século XVII, encontramos a teoria econômica da “Mão Invisível” de Adam Smith. Essa teoria carrega em si o postulado de que, sem a interferência do Estado, a economia é capaz de se auto-regular. Também presente neste pensamento e autor, a idéia de um livre comércio, afirmando a livre-concorrência como base para o desenvolvimento econômico. Essa teoria foi e continua sendo a atualização de um pensamento individualista que não prevê em instancia alguma a discussão política. Ver o poder estatal assistindo e porque não dizer “guardando” os interesses dos monopólios econômicos é provocar a ira de quem ainda se caracteriza como um sujeito político.

Por mais que essa teoria tenha superado um momento de decisões políticas absolutistas (Estado Absoluto), ela também serviu de base para o desenvolvimento do Sistema Capitalista, do Espírito Liberal que vai em ultima análise, contribuir para o espírito democrático em um Estado de poderes descentralizados.

Falar então da crise de identidade política, não é apontar para o governo atual ou para políticas falidas desenvolvidas atualmente, mas historicizar a vida do povo. Para isso é necessário argumentar de que forma poderá pensar ou ser político um povo que é, em ultima instância, esfacelado pela necessidade da sobrevivência e da aceitação dos modos de produção que decorrem dessa estrutura.

Para concluir, é preciso que se valorize o desenvolvimento das discussões políticas, sejam elas na família, na escola, na universidade…, para que assim se possa pelo menos inferir na cultura a reconstrução de um homem político comprometido consigo e com os outros.

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