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quinta-feira, 24 de setembro de 2015

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O ACOLHIMENTO PEDAGÓGICO: CRIANDO ESPAÇOS DE DIÁLOGO E COOPERAÇÃO MÚTUA

nee2Heráclito, filósofo pré-socrático, já dizia de que a única lei eterna é o fato de todas as coisas estarem sempre mudando. Todo processo de mudança, aqui entendido como constante, produz em nós um determinado sentimento de instabilidade. Diante da mudança produzimos diferentes comportamentos: medo, inquietação, dúvida, desconfiança, entre outros. Há os que desistem! Desistir é uma prática daqueles que, diante das mudanças não encontraram possibilidades para mudar. É importante observar que, todo processo de mudança exige a flexibilidade, e esta, doravante, a necessidade de abrir-se diante do desconhecido. O desconhecido causa desconforto, medo, insegurança! É mais fácil desistir! É nessa hora que o acolhimento se faz necessário.

Durante muito tempo, a escola foi lugar de classificação. Ela dividiu seus estudantes em dois grupos: os vitoriosos e os fracassados. Na escola há cobranças, estas geram, em muitos casos, sofrimento. O sofrimento é superado quando convertido em vitória. Então, a vitória não é produto do simples acaso, mas sim, de um processo de acolhimento pedagógico quanto à orientação para a vitória.

Acolher pedagogicamente é criar momentos de reflexão, onde na perspectiva da compreensão se considere as dificuldades de ensino-aprendizagem. No acolhimento pedagógico, através da dinâmica do diálogo (aqui entendido na relação de sujeitos cooperativos), os sujeitos são convidados a entender a narrativa da trajetória de vida do educando e, de como esta colabora com a construção do sucesso profissional. Implícita a esse diálogo, está os saberes que o sujeito traz consigo, inerentes à sua condição de humanidade.

Na metodologia do acolhimento pedagógico, encontramos dois momentos: a sensibilização e a conquista. A sensibilização representa a primeira etapa do acolhimento, mas já indica desde o início a possibilidade da conquista. Sensibilizar, se refere à permitir o acolhimento, desenvolvendo a autoestima e os valores humanos, tão necessários quando se pensa no processo de aprender. Após a sensibilização, temos a conquista. Para tal, necessita-se desenvolver a motivação e o relacionamento interpessoal. Não há conquista sem motivar-se para tal. Conquistar e vencer não são frutos do acaso! Aprendemos quando estamos motivados! Quando motivados, não desistimos! Aparece então, o relacionamento interpessoal como espaço de conquista. Se a motivação é elemento de aprendizagem, o relacionamento interpessoal é lócus da mesma. É nas relações interpessoais entre professores e alunos que se dá a sinergia da possibilidade dialógica da construção da cooperação mútua. É nessa relação que cabe a motivação e a fidelização à proposta pedagógica. A cooperação mútua é resultado do compromisso que se estabelece no diálogo expansivo, que vai desde a dimensão professor e aluno, para a dimensão macrossocial da escola nas relações com as famílias e com a sociedade.

Assim, o acolhimento pedagógico requer da escola, dos professores e orientadores educacionais, um fluxo de informações importantes, que vão desde a filosofia escolar, proposta pedagógica (PPP) e o conhecimento do Regimento Escolar. De outro modo, mobiliza o professor para o sentido altero, que vai além da dimensão do conteúdo escolar, aglutinando no espaço social da sala de aula a sensibilização para a autoestima e valores humanos, bem como a conquista, resultado da motivação e da efetividade dos relacionamentos interpessoais.

“Ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar possibilidades para sua própria construção ou produção! ” (Paulo Freire) ((•)) Ouça este post

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