Páginas

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

0

A CUIA, A ARETÉ E O LEMA DO RIO GRANDE DO SUL: “LIBERDADE, IGUALDADE, HUMANIDADE”

20150911_163823[1]Em vésperas de Semana Farroupilha, comprei uma cuia nova. Não que não tinha cuia em casa ou que aquelas que tenho já estão velhas demais, porque quanto mais velha for a cuia, também melhor é o chimarrão! Apenas comprei a cuia porque encontrei nela uma inscrição que é o Lema do Rio Grande do Sul: “Liberdade, Igualdade, Humanidade”. Esse lema tem sua origem inspirada na Revolução Francesa.

Está ai, gravado no porongo que ceva o chimarrão! Toquei aquela cuia com um sentimento revolucionário, tal qual pede o momento.

Nosso Estado está passando por uma crise política. Interessante observar que é a crise da máquina pública. Má administração dos recursos públicos. Àqueles em quem confiamos nosso voto, nos traíram, nos traem e, se nada acontecer, continuarão traindo. É a farsa que reveste o poder. É a ausência de virtude! E como diz o Hino Riograndense, em sua última estrofe: “Mas não basta pra ser livre, ser forte, aguerrido e bravo. Povo que não tem virtude, acaba por ser escravo!”.

Os primeiros filósofos, Sócrates, Platão e Aristóteles, trabalharam a questão da virtude. Em grego, virtude é Areté. Não se pode pensar a educação para a liberdade, sem pensar a areté. Em virtude da tradução do grego ao português, a areté pode ser entendida como ética, mas não é. Areté é a maior qualidade ou virtude que alguém tem. É a excelência da alma.

Dado o sentido da palavra, parece necessário compreender que a areté é a virtude necessária para a garantia de um bom governo. Platão, quando no livro “A República” discutiu qual é a melhor forma de governo, ele apresentou a areté como base para a justiça. Platão queria dizer de que, um governante quando não-virtuoso, é corrompido, injusto. Portanto, a justiça é oriunda da virtude do governante.

Ainda segundo Platão, a areté é produto da educação. Em um sistema educacional que educa as pessoas para os vícios (diga-se de passagem, ideologicamente pensado como ferramenta ideológica do Estado/ ou da classe dominante), a areté é esquecida. Segundo Platão, o governante quando imbuído de areté, governa com a razão, e não com os prazeres sensíveis, como por exemplo, a inclinação à vontade de ver o ente público como ente privado.

Nesse sentido, observa-se que um governante quando da ausência da areté como uma de suas principais virtudes, coloca na condição de escravidão todos os governados, onde se perdem princípios como Igualdade, Liberdade e Humanidade.

De toda forma, esses três princípios estão na cuia. Oxalá, possam sair de lá, e aos poucos fazerem parte da rotina diária do povo gaúcho.

No mais, vou cevar o meu chimarrão! Aceita um? ((•)) Ouça este post

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui seu comentário