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terça-feira, 22 de setembro de 2015

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SE TEU PODER É TUA FORÇA, MEU PODER ESTÁ NO MEU SABER!

CORREIO DO POVOQuando não nos resta mais diálogo, voltamo-nos à ação natural: a força física! Quando não se busca o entendimento, não é possível o diálogo. Que política é essa que age com a penalização da força sobre aqueles que educam? Se teu poder é tua força, minha força é a educação!

Desde os tempos de Marx, o conflito de classes era evidente. Marx já dizia de que há duas esferas de poder em disputa: os interesses dos opressores e os interesses dos oprimidos. Milton Santos, vai mais adiante: "Existem apenas duas classes sociais, as do que não comem e as dos que não dormem com medo da revolução dos que não comem."

Dessa vez não foi diferente. Foi o barulho da indignação, da exploração, da revolução que incomodou. E eles agiram. Agiram com força, com dor, sem temor, sem respeito…

Se Paulo Freire nos ensinou que a educação é um ato político, ela tem por função primordial formar a consciência das pessoas a partir das relações sociais. Esta exposição se dá na obra “A Pedagogia do Oprimido”. Assim, o professor é agente político.

Não é o que deseja o Estado. O Estado pretende que a Escola seja evidentemente um de seus aparelhos ideológicos, que reproduza a desigualdade, a marginalização e a miséria, sem os questionamentos que fazem pensar. Pensar não é algo desejado nem planejado por aqueles que ocupam cargos importantes de poder. É estratégico: um povo que não se acostumou a pensar, é presa fácil, é de fácil domínio. Quanto mais oprimidos o Estado mantiver em suas mãos, maior é o controle. Controlados, os oprimidos se sentem fragilizados, silenciados em seu silêncio, necessitam dos que lhe dominam para sobreviver.

Os dominadores desejam tornar a consciência das pessoas em um pensar mecânico, para que, quando enxergam a realidade social, lhes pareça como algo distante, exterior, sem significado nenhum.

É preciso despertar a consciência política. É necessário problematizar! A ação problematizadora da realidade gera consciência e esta, gera transformação.

É por meio do diálogo e não da força entre as pessoas e governos, que se estabelecem as possibilidades de entendimento e transformação da sociedade. A raíz do debate é a própria história. É necessário superar a dicotomia entre poder pela autoridade e poder pelo saber, e entender de uma vez por todas, que não há autoridade maior do que a autoridade do saber.

Nesse processo dialético por excelência, não é permitido a força, mas a compreensão, o entendimento, o resgate do valor humano.

Não é permitido a prepotência daqueles que têm mais sobre os que tem menos;

Não é permitido o juízo preconceituoso sobre determinadas categorias de trabalho social;

Não é permitido brincar com gente honesta, trabalhadora, educadora;

Não é permitido bater, xingar, humilhar, fazer sofrer;

É permitido apenas, transformar, garantir, protagonizar, construir conhecimento, valorizar e ser valorizado.

O poder vem do saber, e não da autoridade! ((•)) Ouça este post

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