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domingo, 13 de setembro de 2015

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A GLOBALIZAÇÃO, O ESTRANHO E A XENOFOBIA: TODOS SOMOS IMIGRANTES EM TERRAS LIVRES!

Jacobina-Notícia-425Viver na globalização tem lá suas vantagens. Há também as desvantagens. Alguns dizem que entre as desvantagens está o sentimento da perda da identidade do local. Assim afirmam: Sujeitos globalizados tem a cabeça nas nuvens! Não é de se assustar, a cabeça nas nuvens e, importante, os pés no chão. A maior das vantagens: pertencer à comunidade global.

Uma das grandes mudanças que veio junto ao fenômeno da globalização, foi a desterritorialização. Junto à ele, o fenômeno migratório. Hoje, o fenômeno da desterritorialização se caracteriza pelo enfraquecimento da dimensão do local espacial, e o fortalecimento da sociedade em sua dimensão de redes sociais.

O fenômeno migratório, à exemplo da origem da sociedade, relatado por Engels, quando volta o olhar ao estágio de natureza, afirma que os homens migravam frequentemente quando lhes era imposto a necessidade da sobrevivência. Fatores como clima, alimentos, ausência de propriedade privada, lhes impulsionavam à migrar. Dessa forma, é natural ao homem, em sua essência natural, o processo de migração.

Já entre os gregos, na antiguidade clássica, o estrangeiro era considerado alguém menor. Não era considerado um homem livre. Estava entre os escravos. Era “estranho” aos costumes, tradições e hábitos da sociedade. Essa tradição ficou presente até os dias de hoje.

Rotulamos alguém de “estranho” quando se apresenta fora daquilo que estamos habituados. A palavra vem do latim “extraneum” – extra (fora) – derivada de sua preposição ex (para fora). Mas, através do desenvolvimento da linguagem, a língua brasileira utiliza a palavra “estrangeiro” oriunda do francês étranger, que significa “estranho”. Então, “estrangeiro” é alguém “estranho”.

Nesse sentido, surge a Xenofobia, que significa “aversão à pessoas ou coisas estrangeiras. O termo Xenofobia é do grego, e se forma a partir de duas palavras: “xénos” (estrangeiro) e “phóbos” (medo). A xenofobia pode se caracterizar como uma forma de preconceito ou como uma doença, um transtorno psiquiátrico.

Com o sentimento de globalização, o estranho deveria significar possibilidade de integrar a diversidade, em especial, a econômica, política e cultural. No entanto, não é isso que vemos acontecer. As imagens de um menino sírio morto numa praia da Turquia viraram símbolo da crise migratória que já matou milhares de pessoas do Oriente Médio e da África que tentam chegar à Europa para escapar de guerras, de perseguições e da pobreza (G1)

A crise migratória em períodos de globalização retrata nossa impotência de lidar com fatores econômicos, carregados de interesses políticos e ideológicos.

No entanto, no Brasil, mais em específico, encontramos cenas de horror: um imigrante senegalês queimado em Santa Maria! (Folha).

Não dá mais! Tratar o outro como estranho, desrespeitando-o em sua diferença, é colocá-lo no limite de sua existência. Todos somos imigrantes em terras livres! ((•)) Ouça este post

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