Páginas

sábado, 27 de março de 2021

2

OS DESAFIOS DE CONVIVER NOS ESPAÇOS EDUCATIVOS VIRTUAIS E SUA COMPLEXIDADE

Conviver, sempre foi um desafio dentro dos espaços escolares, considerando que os mesmos apresentam-se como complexos. Desde que a escola foi criada no movimento da Escolástica Cristã, durante a Idade Média, mais em específico no século IX, um dos grandes desafios da convivência escolar, tem sido a dinâmica da convivência voltada para a aprendizagem. 

Desde o primeiro modelo de escola - o catequético/doutrinário - até os dias de hoje, as relações de convivência têm se tornado cada vez mais complexas. 

Tratar da complexidade da convivência nos espaços educativos, em especial na atualidade, quando migrou-se de um espaço presencial para o ambiente virtual, é reconhecer e perceber que as relações fixas em um espaço determinado, passam a existirem agora dentro de uma gama de relações com infinitas possibilidades. 

Diante da tela de um computador, apoiado em um arcabouço de conhecimentos teóricos e metodológicos, bem como vivenciais, o professor é desafiado a instigar, convidar e possibilitar a participação do estudante a qualquer momento. Desta forma, a postura do professor, sua autoridade, não se dá mais por uma relação verticalizada de poder, mas por uma nova relação horizontal de saber. De fato, de um ano para cá, vamos colocando nossos saberes em diferentes lugares e em diferentes experiências educativas.

O saber puramente transmitido, mesmo que tenha seu encantamento em sua abordagem conceitual, não se torna interessante se não partir de uma metodologia de construção vivêncial. Para construir o conhecimento, o professor precisa se apropriar de muitas leituras, análises, reflexões e trocas, bem como o pensamento crítico. O encontro com os seus pares possibilita novas vozes, novos entendimentos, perguntas, crises e construções. Portanto, ser professor nesses tempos, é aprender a aprender, e aprendendo a aprender com seus alunos e pares, aprendemos também a ser. 

Do outro lado da tela do computador, do tablet ou do celular, está o estudante, inserido em uma condição única, de existência, sentido e de contexto. Em casa, no local de trabalho dos pais, acompanhado ou não, lá está ele, com sede e fome de aprender. Algumas vezes, ele se encontra no conforto e na acomodação; outras vezes, incomodado pela necessidade de autonomia diante daquilo que é só seu: a aprendizagem. 

Algumas perguntas nos fazem refletir sobre a complexidade dessas relações entre professor e aluno no ambiente virtual: A relação como vai? Como estão teus sentimentos ao ensinar e ao aprender? Como está a sua disposição em querer mudar? O que é prioridade para você neste momento? 

Estamos construindo um novo tempo. Por isso, estamos em crise. A crise é o primeiro movimento de construção de um novo paradigma, de uma nova escola, de um novo jeito de ensinar e aprender. Crise se supera com diálogo. Diálogo produz consenso, aprendizagens e entendimento. O novo paradigma educativo escolar será construído a partir da abertura para o diálogo, reconhecendo que o mesmo se dá no entendimento da complexidade da convivência entre aqueles que se propõem a ensinar e, os que estão dispostos a aprender. 

Precisamos convergir para esse desafio. A mudança nos impõe mudar. Mudar não é fácil, é desafio. Mudar é desacomodar-se, descentralizar-se, abrir mão de certezas, verdades, ou até mesmo de posturas autoritárias que garantiam o sucesso do ensinar, mas que nem sempre construiam o sucesso de aprender. 

Te convido a refletir a partir do vídeo “Quem mexeu no meu queijo”.

((•)) Ouça este post

2 comentários:

Deixe aqui seu comentário