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sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

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É PRECISO MOVIMENTAR O QUE ESTÁ EM SEU ENTORNO!

 

Há muito tempo atrás, os primeiros filósofos já refletiam sobre a necessidade de compreender o movimento como fundamental na vida das pessoas. Heráclito de Éfeso dizia que nunca nos banhamos duas vezes no mesmo rio, pois tudo muda. Para ele, a mudança é a lei da vida. É preciso mudar sempre! E, mesmo que você não queira mudar, a sua decisão já é sinônimo de mudança. Toda mudança, acarreta movimento.


Outro filósofo importante no campo do movimento, que buscou a origem do movimento, foi Aristóteles. Aristóteles propõe compreender o primeiro movimento a partir da ideia de um motor que move, sem se mover. Assim, dizia Aristóteles, o Motor Imóvel é Deus. Tudo se movimenta a partir dele, sem com que, ele mesmo movimente-se.


Quem sabe, depois de termos a oportunidade de vivenciar o ano que passou e seus desafios, possamos aprender a importância de movimentar o que está em nosso entorno. Marx nos sugere que ao transformar o que está ao nosso entorno, também nos transformamos. O resultado do movimento de transformação é a cultura. Sem o movimento de transformação não há produção cultural.


Os filósofos pós-socráticos (Séc. II a.C), ao viverem uma crise moral originada pela descrença política na vida social e coletiva, buscaram desenvolver filosofias de vida que mesclavam a cultura racional da Filosofia Ocidental, com princípios religiosos do Oriente, produzindo com isso, orientações sobre como ser feliz em tempos de crise. Sugeriram que cada um buscasse uma vida sem perturbações através de constantes estágios de tranquilidade da alma. Sugeriram, porém, o individualismo.


Ao iniciar esse novo ano, percebemos que muitas das nossas expectativas em relação à Pandemia, foram frustradas. Ainda, diante disso, iniciamos o ano acompanhando situações de total irresponsabilidade ética sobre a vida coletiva. E então, agir como o descrito acima, buscando viver um individualismo, sem se preocupar com as questões éticas e coletivas? Ou, como sugerido pelos filósofos já citados no início, movimentar para transformar? Reflita e verá que a melhor resposta é movimentar o que está em seu entorno!


Para movimentar o que está em nosso entorno e toda sua complexidade, a experiênica e o diálogo em sua dinâmica de produzir entendimento, parece ser o melhor caminho. Precisamos chegar à alguns consensos necessários. Esses consensos estão voltados aos comportamentos e decisões individuais que implicam na vida coletiva; ou seja, uma nova postura moral e ética. Não posso agir, pressumindo que minhas atitudes e comportamentos não impactem  na vida dos outros! Não posso ignorar o outro e sua condição existencial. Preciso movimentar-me em direção ao cuidado do e com o outro.


Para movimentar, é necessário diálogo reflexivo e crítico. Um diálogo bem informado - não elaborado a partir de cabeça cheia, mas de cabeça bem feita. Movimentar pode ser um momento muito significativo de ensino e aprendizagem, mas também de reconhecimento político da nossa função cidadã, tão necessária ao ano que se inicia.


Não podemos nos aglomerar! Mas há outras maneiras de movimentar: Comece movimentando seus vizinhos, a comunidade, o bairro, a vila, a cidade, enfim, seu entorno, para atitudes do bem e que façam bem. É preciso movimentar para ampliar a responsabilidade e os cuidados  com as pessoas. Não basta informar à todos, é preciso também ampliar o entendimento, sem julgamentos, intrigas ou qualquer forma de violência.


Ficar em uma postura estática diante do que está acontecendo, é ignorar a necessidade de preocupar-se com a vida, nosso maior bem. Considere a preciosidade de cada um de seus pais, filhos, amigos, avós...é preciso cuidar deles! Você não pode lhes impor o movimento da mudança, mas pode, ao movimentar-se nesse sentido, dar o bom exemplo. Mas, e se não puder os movimentar? Deixe-os que se movimentem a partir de seu exemplo ético. Seja coerente com as recomendações. Não crie abismos entre o saber e a necessidade. Não insira crenças infundadas em informações que salvam vidas.


Mostre, a partir de sua família, de seu comportamento, de suas atitudes, que você é coerente com o cuidar do outro. Nesse movimento do entorno, do outro, é que o ano se torna novo! Enquanto isso não acontecer, não há ano novo. A partir do momento em que você movimentar o que está em seu entorno, estará movimentando-se à si, cuidando de si, do outro e, consequentemente, de todos! 

No Movimento, Feliz Ano Novo!

((•)) Ouça este post

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