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sábado, 20 de fevereiro de 2010

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A INDISCIPLINA E A ESCOLA

indisciplina O fenômeno indisciplina tem feito professores e pais escravos de sua condição de educadores. Infelizmente contemplamos diariamente, seja à luz, seja às escondidas, focos de indisciplina. De uma maneira geral, observa-se que a indisciplina carrega em si uma bagagem social, ou seja, o indisciplinado não é fruto apenas dessa ou daquela instituição. Na maioria dos casos, observa-se que a indisciplina é fator resultante da somatização de vários processos, ou seja, por vezes do excesso de liberdade que se converge em libertinagem; por outras, carência de responsabilidades.

Muitos são os casos que cotidianamente são visualizados pela mídia com o enfoque no fator “violência”. Indisciplina gera violência! Basta observar professores e colegas de classe agredidos, seja verbal ou fisicamente, pais violentados, ameaçados, bifurgados entre a vida e a morte. Esses pais, pobres pais, não desistem de lutar pela vida de seus filhos. Muitos de seus filhos estão envolvidos com fatores externos à disciplina familiar e escolar, ou seja, o uso de drogas, pequenos delitos, imprudências sociais em seus comportamentos, entre outros.

Há um reclame exagerado pela ação dos Conselhos Tutelares, mesmo que partindo do ponto de vista da má compreensão do Estatuto da Criança e do Adolescente. Punição? Será a solução? Quais medidas adotar tendo em vista essa problemática? Uma coisa é certa: deixar como está, não dá!

Tem-se em evidência que a prerrogativa básica “empurrar” o problema de uma instituição social para outra não tem resolvido e eliminado com a ação indisciplinar. No entanto, essa medida parece ser a mais utilizada, seja pela família, seja pela escola. Outra, que não tem feito efeitos é quando uma instituição assume determinada causa buscando estudá-la e resolvê-la, de outro lado, a outra instituição cria uma “bolha” com baixa visibilidade e excessiva superproteção.

Diante dessas duas medidas, há que se congratular ainda aqueles que insistem no trabalho de “formiguinha”. Bater de frente com uma geração que se permite apenas o que lhe interessa é perda de tempo. Nesse sentido, a negociação é o melhor caminho. Não entenda negociação como “política de compensação”, ou seja, “faça isso que te dou aquilo!”. Isso nunca funcionou! E se teve efeito, foi momentâneo!

O trabalho de “formiguinha” está estruturado no método do diálogo, onde cada um faz a sua parte. A medida corretiva é o diálogo. Os agentes desse trabalho não devem prever efeitos imediatos, uma vez que o próprio trabalho também não o é.

Interagir com o sujeito a partir de seus anseios, desejos e frustrações, parece ser um bom caminho. Nunca se colocar como aquele que sabe e que está ai para dizer o que deve ou não deve fazer com sua vida. É necessário lembrar sempre que dialogar não é dizer o que se deve fazer! Dialogar é trocar com o outro experiências de vida, conhecimentos que vão além ambiente familiar ou escolar. E por último, nunca tirar qualquer conclusão ou juízo precipitado. Ninguém gosta de ser julgado; todos gostam de serem entendidos.

Esses apontamentos que coloco acima são apenas indicativos, existem outros tantos, experiências maduras que nos ajudam a refletir sobre a questão Indisciplina. Solução? Não sei. O importante é não parar de refletir, porque se isso acontecer, cada um estará fazendo sua parte para que a questão da Indisciplina fique mais aguda e mais distante de nossas possibilidades.

Não queremos controle! Queremos apenas respeito!

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Um comentário:

  1. Muito interessante... O desrespeito é algo que está muito presente na vida dos professores... Cabe a nós, o trabalho de "formiguinhas" na tentativa de fazer com que isso, ao poucos, diminua. Respeito é para todos e deve vir de todos...

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