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sábado, 12 de março de 2011

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EDUCAÇÃO E AS CATÁSTROFES

catastrofeParece inevitável que, nos últimos tempos, a discussão em torno das catástrofes humanas, ambientais, políticas, econômicas, etc., ocupem os espaços de discussão e debate onde nos encontramos. Não é à toa! Não poderia ser diferente, todos os dias os meios de comunicação nos bombardeiam de notícias carregadas de conteúdo preocupante.

Existe por parte dos estudiosos das mais diversas áreas, a preocupação de estimular pesquisas que fomentem soluções para os problemas que temos. No entanto, não é o suficiente! Percebemos que existe uma cultura disposta a dar continuidade para essas catástrofes. Essa cultura não é nova, foi inventada, construída e, para nossa infelicidade, disseminada.

Quando em pleno Século XIX se falava em melhorar a vida nos seus mais diversos âmbitos, pensadores se dispuseram a discutir de que forma isso deveria acontecer.

Auguste Comte (1798-1857), foi um dos pensadores mais influentes no que diz respeito ao desenvolvimento social, político, econômico, científico, do século XIX. Ele, estudioso das ciências naturais previa que o funcionamento da vida em sociedade se desenvolveria semelhante ao mundo físico, da natureza. Auguste Comte, introduz uma visão positiva de ciência, ou seja, as leis já estão prontas, não há o que discutir. A base para o desenvolvimento científico, tecnológico, econômico e político passaria, antes de mais nada, pelo domínio do homem sobre a natureza e, consequentemente, sobre o outro.

Como desenvolver a sociedade? Comte responderia que, inserindo na educação dos indivíduos os pressupostos de ORDEM e PROGRESSO. A Família educaria moralmente os indivíduos para a cultura do silêncio, do aceite. A Escola, dando continuidade, deveria desenvolver os indivíduos cientificamente, pressupondo de que, conhecendo a natureza também se poderia conhecer a ação humana e dominá-la.

Dessa forma, percebemos que o século XIX colaborou para as catástrofes que existem hoje. Fugir dessa discussão é fingir que não construímos história. O grande problema que temos é que, o projeto de Comte foi aceito porque interessava à classe dominante da época e, simultaneamente, continua a interessar para a mesma hoje.

Continuamos a educar para essa mentalidade! Inverter esse paradigma seria o ponto de partida para humanizar as relações tensas entre países, pobres e ricos, catástrofes naturais. É necessário pensar que outro projeto sustentável é possível. É preciso, digo, urgente, renunciar à uma mentalidade conservadora e que, até agora, só tem produzido mutilações humanas em todos os aspectos da vida social.

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