Páginas

sábado, 26 de setembro de 2020

0

UMA PAUSA PARA FALAR DE POLÍTICA

Toda ação humana, é uma ação política. Não há imparcialidade quando do pensamento e da ação humana. Agimos motivados por discursos políticos. Somos constituídos de concepções políticas. Argumentamos politicamente, defendendo ou criticando ações e ideias. Enfim, somos a condição política que nutre nossas utopias e sonhos.

Aristóteles afirma que uma vida feliz, é uma vida virtuosa e, esta só é possível na Política. Política é uma palavra que tem sua raiz etimológica grega - Pólis - que significa “Cidade-Estado”. “Cidade”, no sentido da palavra latina “civitas”. Assim, cidade é lugar de pessoas civilizadas, politizadas. Sim, para Aristóteles, todos somos “animais políticos” - em grego “zoon politikón”. E Estado, do latim “Status” - que significa “estar firme”, lugar de segurança. Então, quando falamos em Política, logo nos referimos à uma condição de vida coletiva, organizada por normas e leis, orientada por um poder que garante estabilidade à vida de cada um e de todos.

Sobre a condição política do homem, ou seja, a vida coletiva e sua organização em sociedade, Aristóteles, como já dito anteriormente, afirma que o homem é um “animal político”. Isso significa que, é de nossa natureza a viver em sociedade. Segundo Aristóteles, somente a vida em sociedade, de maneira ética, virtuosa, é que pode conduzir o homem à felicidade.

Felicidade em Aristóteles tem um sentido especial: Só é possível através de uma vida virtuosa. A maior virtude, é a Ética. A ética é a reflexão teórica que orienta as ações morais, ou seja, aquelas ações que envolvem nossa vida coletiva e social. Portanto, a política torna a vida feliz quando, ao realizar a inclinação natural do homem à vida em sociedade, o faz de maneira ética. Não é possível ser feliz, em um país onde a política e os políticos não tem como princípio a ética.

Para pensar a autoridade e o poder político, relembro rapidamente uma parte da trajetória da vida de Aristóteles. Aristóteles foi professor de Alexandre Magno, o grande Imperador da Macedônia. Alexandre, após a morte de seu pai, Felipe II, iniciou seu reinado, aos 16 anos. Reza a história, que Alexandre Magno foi um dos maiores líderes em conquista de território. No entanto, em uma de suas conquistas, sobre Atenas, impôs ao povo de Atenas a obediência. Alexandre foi a maior frustração de Aristóteles. Em suas preleções, Aristóteles ensinara à Alexandre os princípios da Democracia, e quando este chega ao poder, o discurso democrático se transforma em tirania. Aristóteles é condenado por impiedade em Atenas e, foge para a ilha de Cálcis, onde morre em situação de vulnerabilidade social.

Quisá, a relação de Aristóteles com Alexandre se repete na contemporaneidade. Uma das condições básicas para assumir um cargo de gestão política é a alfabetização, o que considero muito pouco diante de tamanha importância e responsabilidade. No entanto, a escola em seu processo formativo oferece diversas oportunidades de formação política, entre eles, a democracia. Porém, o que se percebe diariamente, a partir de um olhar rápido e frio, é que a tirania, a ignorância e a corrução política, esquecem os aprendizados escolares.

Por fim, te convido a fazer uma pausa para refletir sobre Política com Aristóteles. O discurso e a ação política ou conduzem à libertação, ou à opressão. Parafraseando Platão, mestre de Aristóteles, quando fala dos governos é de que o sofrimento das pessoas virtuosas quando se recusam a refletir e agir politicamente, é viver sob o governo dos corruptos. Por isso, para alcançar a felicidade é necessário a ética; ainda mais, viver politicamente.

Algumas leituras sugeridas:

- A Política - Aristóteles

- A República - Platão

- A Utopia - Thomas Morus

- Ética a Nicômaco - Aristóteles.

((•)) Ouça este post

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui seu comentário