Páginas

domingo, 17 de maio de 2020

0

ENSINAR E APRENDER EM TEMPOS DE PANDEMIA: REFLEXÕES SOBRE O ENSINO PRESENCIAL E ONLINE


Em tempos de pandemia COVID-19, as escolas, professores e famílias, estão buscando dar continuidade ao processo de ensino-aprendizagem de seus alunos e filhos. Entre tantos recursos e formas, grande parte das escolas optaram por utilizar o ambiente online, utilizando-se de diferentes ferramentas. Trago aqui, algumas reflexões sobre essa dinâmica.

1. Nossos estudantes, por serem nativos digitais, sem qualquer exagero, adaptaram-se facilmente à utilização das ferramentas digitais. A grande questão, ao meu ver, é garantir as trocas humanas, permitindo de que o ambiente digital possa efetivamente e afetivamente substanciar os elos humanos que existem no processo de ensino e aprendizagem. Essa dinâmica não pode reduzir-se apenas à transmissão de conteúdos e informações acerca daquilo que se pretende ensinar.

2. Cabe ao professor realizar a transposição didática. Tão estudada em diferentes metodologias, a transposição didática é o processo que vai do saber teórico ao saber a ser ensinado. Nesse sentido, o diálogo e a problematização do conteúdo aos diferentes contextos, é chave para que a transposição aconteça.

3.  O aluno precisa sentir-se livre e voluntário em sua aprendizagem. Esse entendimento opõem-se ao modelo tradicional de educação baseado na autoridade (quase sempre do professor) e na obrigatoriedade de rotinas, por vezes, centradas em uma hierarquia profundamente enraizada no sistema educativo das escolas. No entanto, a liberdade e o voluntariado, exige a condição da responsabilidade.

4. É necessário uma troca efetiva da comunicação entre professor e aluno. Dessa forma, a aprendizagem se torna ativa, colaborativa, autônoma, interativa, integral. As mesmas podem ser substanciadas por tarefas relevantes e criativas. O professor pode também servir-se das mesmas como forma de avaliação contínua e educativa.

5. O estudante vê aumentada a sua autonomia, quando controla seu ritmo e horário. Através da integração das múltiplas ferramentas que orientam a aprendizagem (textos, imagens, vídeos e áudios, entre outros), o aluno desenvolve variadas habilidades, sem pressões externas, reduzindo a inibição, o medo de intervir e a ansiedade produzida pelo medo em cometer erros. Dessa forma, o estudante aumenta sua autonomia (cria suas próprias orientações), proporcionando assim, uma melhor aprendizagem.

6. Risco de dispersão, sensação de solidão e esforço excessivo. Fundamentalmente, aqui é necessário a intervenção do professor. Este pode minimizar os riscos, tanto na esfera grupal, quanto na individual. Através de atitudes de mediação, o professor torna-se facilitador, orientador, supervisor (não controlador), motivador, avaliador e suporte. Para tal, necessita dispor de liberdade para explicar, clarear dúvidas, criar itinerários pedagógicos, propor debates…Esta metodologia propõe não acomodar-se diante da rigidez dos livros didáticos, das programações da aula (tradicional).

Por fim, mas não finalizando a reflexão, não se trata de pensar um programa de conteúdos, ou ainda, garantir o acesso às informações, mas conforme dito em outro momento, perceber que o essencial continua sendo as pessoas que se reúnem para pensar, colaborar umas com as outras, compartilhar informações, debate-las, mutar-se e transvalorar a dinâmica da vida. Estamos aprendendo e, quando o fizemos, também ensinamos!

((•)) Ouça este post

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui seu comentário