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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

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“ELES COLARÃO, EU COLARINHO!” – UMA APOTEOSE À CORRUPÇÃO ATRAVÉS DA AVALIAÇÃO ESCOLAR!

colarinho-brancoQuem avalia, está se responsabilizando pelo seriedade empregada em tal ofício. O professor, mais do qualquer outra profissão, é avaliador por excelência. Faz parte de sua rotina avaliar. Ela ganha vários nomes: progressiva, contínua, emancipatória, classificatória, etc. Dentre os variados tipos de avaliação, diferentes instrumentos são empregados. A pretensão aqui não é discutir a avaliação, mas o papel do avaliador e com que seriedade com que ele encara o processo.

O título é sugestivo: “Eles colarão, eu colarinho”. A expressão “colarinho” lembra status, garantia de autoridade, alguém distinto. O problema está em como é construído esses predicados. “Eles colarão”, é a permissão para a cola, para a camuflagem da ideia original, a cópia. Colar é uma prática antiga, antiética. É proibida? Nem sempre…em alguns casos, autorizada pelo “eu colarinho!”, aquele que quer status, distinção.

Há por trás desse processo, uma apoteose à corrupção através da avaliação escolar, seja do professor, seja do aluno. A apoteose aqui citada, representa uma institucionalização da corrupção, da permissividade da cola para a garantia da ascensão de status do professor, como um ritual divino, dogmático, institucionalizado como critério inquestionável.

Portanto, enquanto “Eles colarão, eu colarinho” garante que, enquanto realização da apoteose da corrupção, a reprodução da ação corrupta ganhe cada vez mais espaço em todos os lugares, seja na escola ou na sociedade. A permissividade da cola, da corrupção, do engano, da mentira na escola, é a garantia da divinização do profano, ou seja, da corrupção. No fundo, é um ciclo: enquanto a cola é a corrupção e esta é garantida através da permissão da autoridade do professor, porque esse busca o status, ela é, ao mesmo tempo e em si, o lugar da continuidade daquilo que é corrupto.

Nesse sentido, não basta discutir a avaliação escolar bem como seus instrumentos, deve-se pensar à que objetivos está voltado o processo avaliativo. Além disso, qual é a investidura escolar descrita na premissa avaliativa – como ela é prevista no projeto de educação presente na escola?

De toda forma, valorizar a ética profissional bem como o trabalho do professor dentro da ação ética do mesmo, é garantir de que a aprendizagem seja o elemento garantidor de status social e não a sua negação. Fica a dica! ((•)) Ouça este post

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