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sábado, 15 de maio de 2021

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A MUDANÇA DE VALORES!

Você já parou para pensar que os valores humanos, aqueles que orientam o agir dos indivíduos, mudam de acordo com as mudanças sociais? Já percebeu que o reclame por valores que em outros tempos eram considerados importantes, pode ser reflexo da ausência da percepção das mudanças que ocorrem à todo momento em nossa vida? Ou ainda, por que afirmamos alguns valores como essenciais e outros não? Quais são os valores que, de fato, são fundamentais na orientação do agir humano? Se essas perguntas fazem parte do repertório de seus questionamentos, você está refletindo sobre a Filosofia de Nietzsche.

Friedrich Nietzsche (1844-1900), filósofo alemão, dizia de que as pessoas que filosofam em direção aos valores orientados para a vida prática, com um olhar atento e crítico à finalidade dos mesmos, são pessoas de espírito livre e elevado. São pessoas fracas, segundo o filósofo, àquelas que aceitam as normas, leis e a moral, sem antes ao menos questioná-las.

Usando os tramas da “Tragédia Grega”, em especial, os deuses da Mitologia Grega, Apolo e Dionísio, Nietzsche dizia que o essencial na vida é o perfeito equilíbrio entre o caráter da ordem e do cáos. Segundo os gregos, o deus Apolo representa a ordem, a razão humana. Já o deus Dionísio, o cáos, a desordem, a natureza humana. Se vivermos unicamente de acordo com nossa razão, seremos escravos dóceis das normas, leis. De outro lado, se vivermos somente apoiando nossa vida sobre o cáos, a desordem, a sociedade chegará à sua ruína. Então, o perfeito equilíbrio entre a razão (ordem) e a natureza humana (caos), deve ser a moral do homem livre.

Para superar a moral dos fracos, chamada por Nietzsche como “moral de escravos, ou seja, a submissão total ao espírito de ordem, é necessário a transvaloração dos valores. É preciso que a atual humanidade dê lugar ao novo ser humano, a alguém além do próprio ser humano na condição de escravo. É preciso que a impotência, a fraqueza e o valores ressentidos, sejam substituídos por novos valores que livrem o ser humano de seu dever moral como submissão, e acentuem a própria vontade do querer livremente.

Mas quais são as consequências para os indivíduos? De fato, haverá aqueles que entenderam que a transvaloração acima descrita é prejudicial ao gênero humano, pois dela decorre a mudança. São pessoas que estão submissas à uma moral conservadora, positivista, opressora. Alguém dirá que “em time que está ganhando, não se mexe”. É importante observar que, mesmo que sua decisão seja “não mexer no time”, o jogo muda e, a mudança de contexto, exige novas estratégias, planejamentos, pensamentos, ações, e tudo isso implica mudança de “time”.

Há valores universais, e por isso são válidos em todo tempo e lugar. No entanto, esses balizam os outros valores, que não deixam de serem opções. 

Assim, diante da mudança de valores, temos as consequências éticas. Fica a pergunta: Se soubéssemos que, o que os outros fizeram, está destinado à se repetir muitas vezes, faríamos o que estamos dispostos à fazer? Boas reflexões!

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