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sábado, 17 de outubro de 2020

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O(A) MELHOR PROFESSOR(A)!?!

É comum ouvir entre os estudantes debates sobre quem são os melhores professores. As opiniões são diversas e diferem umas das outras nos critérios empregados para qualificar. Para alguns, os melhores professores são aqueles mestres que ensinam muito conteúdo, são aplicados nos livros, ensinam teorias, resolvem exercícios. Para outros, os melhores professores são aqueles que não são conteudistas, preferem ensinar uma quantidade menor de conteúdos e se aplicam mais em explicações, experiências, etc. Outros ainda opinam que o melhor professor é aquele que conta histórias, simulando situações de aprendizagem. Mais que isso, outros afirmam que o melhor professor é aquele que é afetivo, oferece o abraço, o ombro para qualquer situação, seja ela de tristeza ou está junto para comemorar alegrias. Essas opiniões ainda divergem quanto ao nível de escolaridade dos alunos, idade, experiência escolar e cultural. Ainda há outras opiniões sobre...

Recolhendo essas e outras opiniões sobre o(a) melhor professor(a), fui ao longo de minha trajetória escolar, universitária e, hoje na profissão docente, sintetizando algumas aproximações que provocam reflexões sobre o papel tão importante desses mestres, presentes e referência na vida das crianças e jovens. A partir das percepções recolhidas, das leituras realizadas, e das reflexões produzidas, o melhor professor é aquele, independente de suas metodologias, ensinar ler as palavras da escola e na leitura das palavras, provoca a leitura e a compreensão do mundo. Para ensinar a ler o mundo, o melhor professor precisa pronunciar o mundo e pronunciar-se nele. Pois, mais que anunciar, o melhor professor sabe que a pronuncia do mundo é a garantia da emancipação, da autonomia e da liberdade de seus alunos. 

Pronunciar exige movimento de estar junto, próximo, sentindo “cheiro de gente”. Educar é um ato amoroso. Não posso amar, se não gosto de cheiro de gente. Gente de todas as culturas, as etnias, os sotaques, os palpites e as economias. Gostar do cheiro de gente é humanizar o outro e, no outro humanizar-se. Humanizar é permitir o movimento emancipador de que a leitura da palavra e, na palavra a pronúncia, que não só anuncia, mas também denuncia, sirva de condição de educador.

O melhor professor aprende à ler o mundo quando descobre que é a sua pronúncia no mundo que educa, e que educar é um ato de amor. Amar é gostar do cheiro de gente!  Gostar do cheiro de gente, é amar gente! Gente de todas as condições sociais, econômicas, culturais, religiosas...E amar gente, gostar de cheiro de gente, os professores que ensinam ler as palavras e ler o mundo, sabem bem. Amar e ensinar a ler as palavras e o mundo, bem como pronunciar o mundo, exige comprometimento com o que se pronuncia.

Portanto, para ser o melhor professor, não há um padrão a ser seguido. Mas, ao ter o seu próprio jeito de ser, o seja verdadeiramente ou simplesmente, professor...Professor na palavra, no mundo, na pronuncia e no amor. 

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