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sábado, 25 de julho de 2020

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AS ORGANIZAÇÕES VIVEM EM TEMPOS DE NOVAS APRENDIZAGENS


Estamos vivendo uma época de transição. Mudanças estão ocorrendo por todos os lados. O atual cenário das organizações têm nos mostrado que sempre é tempo de aprender. Não há como ficar insistindo que as coisas são/serão como antes. Na verdade, nunca foram! Já dizia Heráclito de Éfeso (500-450 a.C), que “tudo flui”; ou seja, todas as coisas estão em constante mudança! O que era sólido se transforma em líquido, e assim, sucessivamente em outros estágios.
O cenário do trabalho nas organizações, é desafiador. Desde as mudanças da rotina de trabalho, horários flexíveis, confiança e flexibilidade, tem sido palavras orientadoras nesse novo cenário.
Gostaria de refletir sobre algumas aprendizagens, que nestes últimos tempos, inserido em um contexto de trabalho. tive a oportunidade de construir:

Sobre o ritmo industrial, contaminante e controlador das organizações: Dentro de uma lógica de produção, as organizações estavam acostumadas a dar mais valor ao ritmo de produção, aos processos, procedimentos, indicadores, rentabilidade. Hoje, as relações se legitimam sobre um novo olhar: confiança, valor e flexibilidade. Um novo ponto de partida, implica na legitimação de novas relações de produção.

As organizações sobrevivem, ao passo que os sujeitos aprendem: aprendemos que em uma organização, se não houver a interação dos colaboradores e gestores, a entreajuda, a comunicação efetiva e afetiva, não há vida organizacional. Nesse sentido, as instituições voltam seus olhares para a aprendizagem, pois elas só sobreviverão no mercado se aprenderem, e esta condição é inerente à condição motivacional (em termos reais) constante dos sujeitos que a compõem.

É preciso confiar em seus colaboradores. As organizações estão ajustando sua cultura organizacional, passando de controladoras para colaborativas. Diria que, de um ambiente de controle, para um ambiente de confiança, agora convertida/mesclada com micros culturas e climas, incluindo a cultura familiar.

Aprendizagem é sempre flexibilidade. Normas, regulamentos, procedimentos, padrões, foram substituídos por condutas éticas, mediadas pelo bom senso e consensos ajustados à dimensão do trabalho flexível. É uma nova experiência de trabalho que confirma a capacidade de apostar na autonomia e responsabilidade do colaborador. A nova conduta exige também uma postura de maior sensibilidade do gestor em relação ao colaborador.

As organizações são sistemas vivos interdependentes. As organizações precisam verem-se como um todo integrado às partes interdependentes. Independência aqui, gera morte. Para continuar ativa, uma organização precisa compreender-se como sistema vivo, interdependente. Reforço: não como sistema independente, mas interdependente! Ter presença profícua em cada parte que está ligada à outra. Fazer-se presença, é ser o presente! Presente no sentido do melhor significado que tem para o cliente, colaborador, gestor, para a sociedade como um todo.

Saber e Ser em toda sua experiência. Durante muito tempo a imagem de uma organização era mais importante que seus valores. Era mais importante a tradição do que a constante aprendizagem. Hoje, vivemos uma oportunidade única para que a experiência do saber se transforme em essencial (Ser) dentro de uma organização. É essa relação precisa se estender à todos que ela buscam. Não se trata de oferecer um novo produto, mas uma nova experiência vivencial, substanciada por aquilo que tem de melhor. É o momento de transformar o saber em experiência de ser.

Essas foram algumas percepções e reflexões sobre as novas aprendizagens no contexto das organizações, que em meu entendimento, implicam necessariamente em uma nova postura de gestores e colaboradores. Aprender é sempre uma condição desconfortável; no entanto, considerando os desafios de nosso tempo, a abertura à mesma é fundamental para as organizações e pessoas que querem estar inseridos na dimensão do trabalho.
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