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segunda-feira, 6 de abril de 2020

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O RETORNO ÀS COISAS MESMAS! COMO SERÁ A VIDA PÓS-CORONA?



Prof. Dr. Rudinei B Augusti
rudinei.augusti@gmail.com

Amor nos tempos de corona": casos vão de date adiado à lua de mel ...
https://conteudo.imguol.com.br/c/entretenimento/c0/2020/03/13/casal-com-mascaras-coronavirus-1584130868741_v2_450x337.jpg
“A vida é angústia!” – já dizia Soren Kierkegaard, filósofo dinamarquês. Ela é angústia, mas ensina! A vida ensina…a maior dificuldade do ser humano, porém, é aprender. Mas, Willian Shakespeare afirmou que “[…] um dia a gente aprende!”. Pode levar tempo, mas aprendemos. De fato, as experiências, sejam elas trágicas ou mais prazerosas nos ensinam. Então, depois que aprendemos, parafraseando Albert Einstein, a nossa mente jamais volta ao seu tamanho original.
Estamos vivenciando diariamente o retorno às coisas mesmas. A proximidade familiar que está possibilitando diferentes convivências e tensionamentos de toda ordem no ambiente doméstico, nos ensina que retornar ao convívio familiar é resgatar o quanto de humanidade que há em nós. É no trato com as pessoas que amamos, que significamos a nossa essência, a nossa humanidade.

A Escola não será mais a mesma. Não faz muito tempo que as crianças iam para a escola com belos exemplos disciplinares e aprendizagens essenciais que aprendiam em casa. Além de aprender a escrever, desenvolver operações matemáticas básicas, as crianças chegavam disciplinadas na escola pois conviviam mais tempo no ambiente da casa. Que bela aprendizagem! Com o tempo, tudo isso foi sendo esquecido, substituído pela lógica de que era papel da escola desenvolver essas atividades.

A família não será mais a mesma. Hoje, podemos refletir sobre a grandeza que é o ambiente familiar em relação à educação de nossos filhos. Percebemos que nessa nova rotina, eles acordam conosco, se alimentam ao nosso lado, lamentam-se, choram, pedem, riem, brincam, etc., sensíveis à isso, podemos até perceber, mesmo com toda tensão adulta sobre a realidade, que eles esconde uma alegria ingênua diante dos acontecimentos, e que vai contaminando nossos dias.

O trabalho não será mais o mesmo. Não iremos produzir quantidade, mas relações de qualidade. O trabalho não apenas buscará satisfazer o ego consumista e egoísta de quem lucra, mas estamos percebendo que o trabalho pode ser criativo, sem ser oprimido. Os que insistirão com a velha lógica do trabalho (explorador sobre explorado), não terá outro caminho a não ser a falência.

As relações humanas não serão mais as mesmas. Perder nos ensina solidariedade. Solidariedade não é doação, mas troca! Estamos percebendo que podemos trocar o isolamento pelo encontro. Estamos vivenciando pequenas relações que nos tornam grandes homens. A solidariedade nos mostra que não é descargo de consciência, mas reflexão sobre a nossa essência.

O mercado não será mais o mesmo. Da lógica capitalista de produção, consumo e geração de lixo, para o aproveitamento dos recursos e a boa gestão do alimento. Tudo passa pelo crivo do retorno ao cuidado com o outro. Diminui com isso a poluição, a contaminação, o barulho, os ruídos e aumenta a vida! Não será possível viver a partir da lógica do individualismo, mas da cooperação!

Você não será mais o (a) mesmo (a)! Você está mudando! Todos estamos mudando! Ou mudamos, ou não teremos a possibilidade de mudar! Quando tudo passar, veremos que a vida será mais bela, mais solidária, mais humana, livre e digna! Estamos compreendendo que mudar não é mais uma questão de escolha, mas de necessidade!
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