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sábado, 17 de abril de 2010

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REINVENTAR A INTELIGÊNCIA!

A grande distinção entre o homem e o animal é a inteligência. Percorrer criatividade1os caminhos e os descaminhos desse processo significa trilhar os processos de significado e repressão que damos às nossas vidas. A inteligência sempre foi algo a ser discutido, aberto às críticas e sem um conceito pronto. Alguns dizem que ser inteligente é se adequar às necessidades que a sociedade impõe aos indivíduos, ou seja, a cada dia você é posto diante de novos desafios em seu trabalho, estudo, vida, etc., é no saber negociar nesses espaços que você demonstra sua inteligência. Outros já discordam dessa postura, pois investigam que, ao passo que a sociedade determina os meios de sobrevivência está também construindo o conceito de Inteligência, nesse caso, ser inteligente significa aceitar passivamente àquilo que outros nos impõem como fundamental para conviver.

Ao estarmos inseridos em um mundo em constantes mudanças, aponta-se para a inteligência como a capacidade de ser criativo.

Durante anos, a ideia de criatividade estava restrita somente ao campo das artes que, fenomenalmente apontava grandes gênios. A criatividade estava apenas a serviço da elite social, ou seja, a contemplação da magnitude de uma obra dependia exclusivamente do olhar da classe social dominante. Essa visão muda ao passo que não se polariza mais este campo, igualmente, com a expansão da arte nas mais diversas classes sociais, também se produz ali o novo conceito de inteligência.

Ser inteligente significa ser criativo! E ser criativo significa criar conexões entre àquilo que não é, com o que já está. Diante da loucura inusitada dos negócios diários, muitas vezes ficamos aglutinados em um espaço que é destinado somente à reprodução daquilo que os outros produzem. Já, na nova postura, essa visão não é possível.

Basta você observar que, em fase inicial de sua vida, o ser humano parece ser mais criativo. Para ele o mundo é uma pergunta. Acontece que, ao passo que essas perguntas vão sendo respondidas (na maioria das vezes com respostas impostas pelo poder do pai, mãe, professor, etc.), vamos nos afastando da inclinação crítica, ou seja, abandonamos nossa criatividade, portanto, nossa inteligência.

Ao estabelecer os padrões socialmente aceitos, construímos um protótipo de pessoa não agregado no valor da criação e sim, da reprodução de ideias socialmente produzidas. Cabe à nossa capacidade crítica a desestabilização e a abertura às novas perguntas sobre as velhas “verdades”. Cada um demonstra sua inteligência ao passo que se insere como crítico nos espaços sociais.

Dessa forma, vivemos um momento de reinventar a inteligência, não baseada em artifícios metálicos, mas na perspectiva humana. As invenções da técnica e da robótica acentuaram a necessidade do aperfeiçoamento e melhoraram o acesso às informações e outras, mas dispensaram o esforço como ponto de partida para qualquer forma de desenvolvimento.

Assim, vivemos um tempo de constantes mudanças, e a maior delas parece ser a necessidade de reinventar a inteligência.

"A inteligência é feita por um terço de instinto - um terço de memória - e o último terço de vontade." (Carlo Dossi)

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2 comentários:

  1. Pensadora Anônima6 de maio de 2010 às 11:37

    Fazer com que a inteligência se torna um valor de grande uso não é mais facil do que procurar a inteligência numa pedra.Estamos se comportando como maquinas com medo sermos ultrapassados por uma mais eficiente."Tornar a inteligência como uso constante,ou tornar do uso constante de algo uma inteligência?EIS A QUESTÃO!

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  2. Olá Pensadora! Que legal! Boa pergunta: "Tornar a inteligência como uso constante,ou tornar do uso constante de algo uma inteligência?" - fiquei refletindo sobre essa possibilidade. No entanto, à quem tem servido os artifícios de nossa inteligência? Se pararmos para pensar\refletir sobre, verificamos que a ideia de ordem e progresso nos trouxe um pensamento fechado, não criativo, portanto, desgrudado de inteligência.
    Abraço,
    Prof. Rudinei

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