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domingo, 11 de abril de 2010

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EDUCAÇÃO: SUPERAÇÃO DO PENSAMENTO MECÂNICO!

Segundo Durkheim (1858-1917), sociólogo considerado um dos pais da sociologia moderna, a vida em sociedade passa por dois estágios: a solidariedade mecânica e a orgânica. Para entender essas duas formas de solidariedade social, Durkheim fala que todos nós somos pré-condicionados em nossas ações, ou seja, nossas ações são determinadas pelos fatos sociais. Estes são entendidos como os modos de vida, língua, costumes, hábitos, formas de pensar, política, educação, etc.

chaplinA Solidariedade Mecânica na acepção durkheineana de sociedade, pode ser comparada ao funcionamento e a estrutura de um relógio. Esse modelo nos remete a pensar em um sistema formado por engrenagens, onde necessariamente uns não necessitam dos outros para sobreviver. Quando uma engrenagem já não serve mais (por desgaste ou outro problema) ela é imediatamente substituída para que o sistema mecânico do relógio volte a funcionar em perfeita harmonia. No sistema social mecânico, vivemos acertadamente o que a analogia do relógio significa. Para tanto, basta observar no mercado de trabalho funcional: quando um trabalhador não está mais adequado para tal função, ele é descartado.

Já a Solidariedade Orgânica prevê um modelo social baseado na analogia de um corpo orgânico, onde cada órgão é individual mas necessita do outro para executar bem sua função. Por exemplo, o coração precisa do pulmão, o pulmão precisa do cérebro, o cérebro…etc. Assim, se observado no tecido social e em toda sua esfera de funcionamento, percebemos que independente da profissão que cada um tem, todos precisam uns dos outros. Àquilo que eu produzir é inerente e necessário à sua sobrevivência. Os socialistas criticaram Durkheim no quesito da produção de uma sociedade extremamente individualista, ou seja, cada um, segundo a concepção dos socialistas, acaba buscando aquilo que lhe convém. Durkheim rebate a crítica com a ideia de que, justamente por ser de esfera individual, nessa solidariedade é que uns precisam dos outros, pois aquilo que eu produzir não somente me basta para sobreviver.

Se aplicado essas teorias às concepções pedagógicas em educação, observamos que o interessante seria o desenvolvimento das competências e habilidades individuais; sem antes, perder o sentimento de coletividade. Afinal, o modelo mecânico não inova, apenas reproduz.

Está na hora de parar o funcionamento do relógio e compreender que não é o tempo ou o seu funcionamento que dá vida à sociedade, mas a criatividade que se emprega nesse tempo, ou ainda, o seu significado. Educação precisa de significado! Enquanto não há significado, as engrenagens do relógio continuam a fazer o seu belo trabalho, mesmo sem saber por quê o fazem.

Nasce da visão orgânica da sociedade um sentimento de que pertencemos uns aos outros. Surge a concepção de que vivemos um tempo em que precisamos cada vez mais uns dos outros para sobreviver, à isto chamamos de era planetária. Não dá mais para imaginar que a natureza, o outro homem estão à nosso serviço, portanto, devem ser explorados! Não dá mais para pensar um mundo sem solidariedade, sem educação!

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2 comentários:

  1. fantástico o seu texto professor. realmente é o que vem acontecendo em nosso mundo social.

    uma frase que me chamou muito atenção

    "todos nós somos pré-condicionados em nossas ações"


    grande abraço
    ate mais

    Leila Regina Conrad

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  2. Olá Leila!
    Em primeiro, gostaria de agradecer em muito sua visita! Seja sempre bem-vinda!
    É, de fato "todos nós somos pré-condicionados em nossas ações"! É o que Durkheim chama de Fato Social, é sempre de Caráter Externo (normas, moral, costumes, hábitos construídos pela sociedade antes mesmo de nossa existência) e ainda Coercitivo, que significa que além de serem externos à nosso livre-arbítrio, também influênciam/determinam na forma como nos portamos.

    Abraços,

    Prof. Rudinei

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