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domingo, 14 de março de 2010

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PAIS E FILHOS: UMA RELAÇÃO NECESSÁRIA!

Ouço cotidianamente pais trabalhando com políticas compensatórias em relação aos estudos de seus filhos. “Se você fazer isso, ganha aquilo!” ou “se você não fizer isso, te tiro aquilo!” – essas são expressões que buscam compensar determinada atividade com aquilo que a criança gosta. Absurdos como dar computador e outros objetos de prazer infantil para obter boas notas na escola. E na escola, uma corrida absurda pela pais_e_filhos competição de notas, aumentando a tensão na aprendizagem. Vamos discutir?

Todos sabem que temos competências diferentes! No entanto, aprendemos coisas diferentes em tempos diferentes. Não podemos transformar a escola em um centro de competição, de fórmulas prontas, de castigos morais e muito menos de políticas compensatórias.

A aprendizagem precisa de um tempo hábil para que aconteça, e na maioria das vezes, esse tempo é apurado em função de resultados. A criança pressionada pela família poderá vir a criar bloqueios, perdendo totalmente o estímulo pela aprendizagem. Lembrar também que a aprendizagem ocorre por meio da significação. Há que se entender que aquilo que está no currículo escolar, muitas vezes não é o que paira na consciência e na vivência infantil.

A partir de toda problemática apontada acima, a relação pais e filhos sempre foi e será uma aproximação necessária. A maioria das famílias busca a satisfação de resultados por eles esperados, como se a criança fosse apenas uma “máquina de equacionar” processos escolares.

Por trás da aprendizagem escolar existe uma gama de questões a serem consideradas: o momento afetivo da criança, a convivência familiar (em algumas famílias as relações são mais ou menos tensas), a adaptação ao ambiente escolar, a troca de ideias com os professores, a integração com os colegas, o modo de ver o mundo, entre outros.

Dessa forma, se considerados todos esses processos não podemos fracionar a aprendizagem. A falta de uma relação entre pais e filhos pode acarretar na falta de responsabilidade no espaço escolar. A convivência familiar e escolar é mediada por fatos sociais, ou seja, fatos externos que determinam a conduta dos indivíduos. Nesse sentido, a relação de pais e filhos colabora para com a aprendizagem escolar quando for mediada pelo diálogo aberto, sensível e amadurecido.

No entanto, a confusão ou a troca de responsabilidades na família poderá vir a acarretar a indisciplina escolar. Ao assumir as normas familiares a criança cria seu espaço de responsabilidade, emitindo aos pais a mediação, mas não o definir de sua postura.

Pais abertos ao diálogo têm filhos dialógicos! O diálogo é a base do entendimento, no entanto, a privação do mesmo poderá vir a ser a causa dos conflitos familiares e escolares como reflexo.

Com esse embasamento, a escola não quer se eximir do papel moral, pelo contrário, quer pertencer à um trabalho conjunto necessário, onde os principais sujeitos que se constroem são todos os que dele participarem. A escola dialógica está sempre de portas abertas para trocar ideias sobre seus alunos, não os classificando de acordo com habilidades, mas buscando a desenvolver todas as competências necessárias para entender a sociedade e a vida nela inserida a partir da possibilidade e do entendimento.

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Um comentário:

  1. Pensadora Anônima6 de maio de 2010 às 11:27

    O ser humano quando deixa de ser dialógico deixa de ser cidadão.Quando tornamos o conhecimento uma comprtição fazemos com que perdemos a essência da sabedoria,tornando as ideias uma copia e não um caminho para uma alma saudavel!

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