Páginas

quinta-feira, 4 de março de 2010

4

EDUCAÇÃO OU CONTROLE SOCIAL?

Você já ouviu falar sobre “Controle Social”? Conhece suas funções? Sabe dcontrolesociale que meios utiliza? Controle Social significa ação e reação sobre indivíduos e grupos de modo à fazê-los deixar de agir nessa ou naquela direção. Em outras palavras, é uma forma de dirigir a  sociedade de modo a alienar o pensamento e a ação.

A primeira forma de controle social era a força. Pela natureza, observa-se que o mais forte mantém o domínio sobre o mais fraco. Essa é a lei natural! Mas, com o passar do tempo, e com os imperativos de “Ordem e Progresso” foi preciso reformular essa teoria. Quando se tem um poder coercitivo mais forte do que a força, esta não aparece como necessária. Isso acontece quando, depois de tanto tempo ouvir sempre a mesma ideia, mesmo não sendo convencionada pelo grupo, ou seja, imposta por alguém interessado na coerção, nos acostumamos ao controle social.

Temos hoje, uma nova configuração de controle social. Com o abandono da “lei da força”, foi preciso elaborar leis para que houvesse harmonia na vida social. A legislação pode mudar, mas sempre vai predominar o interesse do mais forte. Nesse sentido, as leis que são estabelecidas buscam determinar os objetivos daqueles que detém as chaves do sistema e o manipulam conforme lhes convém.

Diante disso, implantam-se os meios de controle social: o costume, a opinião pública, as ideias e padrões morais, a religião, o governo e a lei, a educação, etc. Este último meio, a educação, parece ser o mais eficiente e de maior impacto.

Desde os primeiros anos de nossa existência vamos sendo inseridos em um sistema funcionalista. A família nos dá coordenadas morais pelas quais buscamos dar os primeiros passos na convivência social. Depois é a vez da escola que nos submete ao crivo da ciência. Junto com ela, a Igreja e posterior o Estado. Se somados os anos em que passamos na escola, percebemos que, durante a fase de nossa formação identidária, ali se dão os primeiros passos.

É nesse cenário que são incutidos por meio dos programas escolares e do trabalho daquele professor que ainda se deixa manipular, os primeiros preceitos da ordem e do progresso. Toda orientação sem o critério da criticidade corre o risco de manipulação.

É interessante observar que toda a estrutura educacional se encontra subordinada à lei. Isso não quer dizer que a lei produza pessoas manipuladas por si mesma, mas se observado à quem se destina, ou mesmo, quem está interessado na proposta da lei, se verificará que o sistema é muito bem estruturado em favor dos dominantes sociais.

Controlar toda a ação que surge das massas é imperativo e sinônimo de ordem. A organização das massas surge da espontaneidade e da liberdade das pessoas que sonham com dias melhores. Esse sonho pode se tornar irrealizável quando, por força do capital se coloque os interesses de determinada classe social na frente dos outros. Pergunta-se: quem faz esse processo de seleção? A Educação.

Fomentar a critica, a participação e a formação cultural é a saída para um sistema pobre que constrói a cada dia o seu coveiro. Dizia Paulo Freire: “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade mudará”.

((•)) Ouça este post

4 comentários:

  1. Interessante. O problema maior está na falta de interesse do Estado de transformar esse quadro, e claro, os valores morais que regem a família. Além de outras inúmeras dificuldades para acabar com o caos da educação. Afinal, um sistema como o atual, que está implantado desde a conquista da América e sobrevive ainda hoje não pode mais continuar. Um sistema educacional sem autonomia e que se baseia na moral de instituições evangelizadoras e no estado cultivando juntas o sentimento de medo nas pessoas (e nos estudantes), o pecado. Pecado no sentido de que esse é a base originária do medo. É temeroso saber que isso está aí. Sem falar no interesse econômico e a formação para a mão de obra tecnicista além de outros.

    Até mais...

    ResponderExcluir
  2. Olá João Guilherme! Antes de mais nada, obrigado pela visita.
    Quanto às suas considerações são de importante valia. Concordo Ipses Literes contigo. Um sistema como o nosso, não pode continuar. Tenho medo dessa tendência tecnicista. Ela está para "produzir robôs" - produzir pessoas desprovidas da capacidade política, portanto, inúteis à transformação mas, super úteis ao sistema.
    Abraço,

    ResponderExcluir
  3. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Josy.
      Obrigado por visitar este blog.
      Sabe, concordo em tese contigo quando diz do modelo que temos. Bom, necessariamente não sei se precisamos de modelos educacionais, uma vez que o primeiro modelo deveria ser a perspectiva cultura, que é, por assim dizer, a formadora de nossa identidade.
      Então, vamos nos fazendo e refazendo, em prol de dias melhores para o processo educacional.

      Abraço,

      Rudi

      Excluir

Deixe aqui seu comentário