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domingo, 15 de agosto de 2010

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QUEM GANHA EM UM JOGO DE DAMAS?

 

art_simioni_020309Platão, filósofo da antiguidade clássica, um dos primeiros a falar sobre educação, política, governo, etc., frisou em seu tratado de política chamado “A República” que a Educação é um sistema que selecionará os que serão Governantes, Guardiães e Escravos. E de fato, temos até hoje um processo seletivo que “escolhe” alguns para a seara das “profissões do futuro”. E os outros? Aos que ficam à mercê, recolhendo as “migalhas” do sistema, lhes resta o trabalho de Guardiãs e Escravos do sistema pensado pelos primeiros.

A “escolha” acontece por meio de um processo mascarado: Nele não se consideram aspectos como tradição, genética, cultura, etc., apenas focalizam-se aspectos como classe social, economia, status social, etc. Assim, temos duas linhagens de escolhidos por meio dos sistema educacional: os que são escolhidos à pauperização do ensino e os que são considerados as primícias da população.

O sistema permite, como dito, de forma mascarada um governamento na vida das pessoas que, se torna evidente que as ações sociais são direcionadas conforme os interesses daqueles que anteriormente foram “escolhidos” pelo mesmo sistema, carregando o cognome de “melhores”, “vencedores”, “bem-sucedidos”, etc. Um exemplo de como isso acontece são os conteúdos ensinados nos currículos escolares.

Se tomados em sua totalidade, verificar-se-á de que os mesmos apontam para conhecimentos prévios que apenas a classe dominante os possui. Infelizmente, as políticas públicas em educação não contemplam àqueles que de fato necessitam delas. Infelizmente a base curricular não é o mundo da vida, a discussão política, as questões ambientais, problemas de saúde, economia, etc. Essas problemáticas são apontadas mas tratadas sempre de forma estéril, sem eficiência, sem criatividade. Acabam por se tornar produto de um achismo exagerado, focando em cada um uma interpretação. Cria-se na condição de exclusão um estereótipo de inclusão, ou seja, todos que estão excluídos sentem-se escolhidos. Não percebem porém, que são escolhidos à servir àqueles que são escolhidos para serem a elite social.

Enfim, o processo permite que, alguém seja escolhido para governar você, pensar por você, estar no seu lugar! Enfim, tirar àquilo que é de mais bonito que temos na vida: a própria vida! Há um jogo de damas: o sistema educacional escolhe quem joga, quem são as peças e, por conseguinte, quem são os vencedores!

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