Desde pequenos avaliamos tudo que está a nossa volta. A pretensão da avaliação é gerar algum tipo de aprendizagem. Nem sempre a avaliação que fazíamos nos conduziu aos melhores resultados de aprendizagem. Nem por isso deixamos de avaliar. Assim, a finalidade dos processos avaliativos na condição humana, e do desenvolvimento humano, é possibilitar novas aprendizagens.
Sabemos, portanto, que a escola ao longo do seu processo de construção, dicotomizou (separou) a avaliação da aprendizagem. Tal confirmação se dá quando é comum ouvirmos cursos de formação avaliação e aprendizagem sendo apresentados como categorias separadas. No entanto, a reflexão que quer trazer aqui, está cunhada em uma perspectiva recente de avaliação: a avaliação como aprendizagem.
Dentro da complexidade de avaliar para aprender, o processo de aprendizagem deixa de ser mecânico, e passa a ser complexo. Por isso não se pode pensar em uma avaliação como aprendizagem, em uma escola em que a proposta de ensino está voltada a partir do "dar aula". Avaliação como aprendizagem está centrada no aluno, e não no professor.
Para isso, podemos entender que existem três níveis de aprendizagem, das mais simples às mais complexas:
a) Nível da compreensão declarativa: neste nível de aprendizagem o aluno fala sobre algo. É também nesse nível que instrumentos como testes e provas, com perguntas e respostas óbvias e decoradas estão presentes.
b) Nível das competências e habilidades: É nesse nível que o estudante sabe fazer; é competente para tal. Neste nível, muitas vezes são aplicados os instrumentos avaliativos que consideram macetes, dicas, tutoriais, passo a passo.
c) Nível de atitudes e disposição: é neste nível que o estudante assimila aprendizagem. Neste nível ao assimilar os dados, refletindo, questionando, testando, experimentando os mesmos, o estudante faz com que a aprendizagem fique para ao longo de sua vida. Assim, o desafio avaliativo desse nível, é transformar o saber curricular e os seus conteúdos, em uma experiência educativa, atitudinal.
Dentro das diferentes concepções de avaliação, podemos classificar em três:
1. Avaliação DA aprendizagem: está voltada para a aprovação, classificação, índice de qualidade, e é do tipo Somativa, ou seja, instrucional, de caráter quantitativo.
2. Avaliação PARA a aprendizagem: está voltada para a melhoria da aprendizagem focada no professor. É do tipo formativa, pois considera o processo como um espaço de formação continuada. Conforme o professor evolui no processo de ensino, espera-se que o aluno também o faça no processo de aprendizagem.
3. Avaliação COMO aprendizagem: parte do tipo diagnóstico, onde ocorre a verificação do conhecimento. Através de um processo de automonitoramento, autocorreção, ajustes e feedbacks constantes, o aluno assume o papel central, aprende sobre si, reflete sobre suas atividades e atitudes e tem a possibilidade de avaliar por pares.
Na avaliação como aprendizagem, o papel do professor está sempre sendo ressignificado, pois o mesmo além de monitorar os processos metacognitivos, pode possibilitar através de feedbacks descritivos e reflexivos (portfólios), as boas práticas de aprendizagem.
Assim, concluo que, a reflexão que proponho é sobre o processo avaliativo, sem um juízo final estabelecendo se um é melhor ou pior que o outro. As diferentes formas de avaliação são aplicadas de acordo com as diferentes perspectivas e objetivos de aprendizagem. Cabe ao coletivo educativo da escola, a partir de um diagnóstico sério desenvolvimento e discussão, verificar as possibilidades de um ou outro tipo de avaliação.
Ótima semana!
Boas reflexões!
((•)) Ouça este post
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário