Em tempos de pandemia COVID-19,
as escolas, professores e famílias, estão buscando dar continuidade ao processo
de ensino-aprendizagem de seus alunos e filhos. Entre tantos recursos e formas,
grande parte das escolas optaram por utilizar o ambiente online, utilizando-se
de diferentes ferramentas. Trago aqui, algumas reflexões sobre essa dinâmica.
1. Nossos estudantes, por serem nativos
digitais, sem qualquer exagero, adaptaram-se facilmente à utilização das
ferramentas digitais. A grande questão, ao meu ver, é garantir as trocas
humanas, permitindo de que o ambiente digital possa efetivamente e afetivamente
substanciar os elos humanos que existem no processo de ensino e aprendizagem. Essa
dinâmica não pode reduzir-se apenas à transmissão de conteúdos e informações
acerca daquilo que se pretende ensinar.
2. Cabe ao professor realizar a transposição
didática. Tão estudada em diferentes metodologias, a transposição didática
é o processo que vai do saber teórico ao saber a ser ensinado. Nesse sentido, o
diálogo e a problematização do conteúdo aos diferentes contextos, é chave para
que a transposição aconteça.
3. O aluno precisa sentir-se livre e voluntário
em sua aprendizagem. Esse entendimento opõem-se ao modelo tradicional de educação
baseado na autoridade (quase sempre do professor) e na obrigatoriedade de
rotinas, por vezes, centradas em uma hierarquia profundamente enraizada no
sistema educativo das escolas. No entanto, a liberdade e o voluntariado, exige
a condição da responsabilidade.
4. É necessário uma troca efetiva da comunicação
entre professor e aluno. Dessa forma, a aprendizagem se torna ativa, colaborativa,
autônoma, interativa, integral. As mesmas podem ser substanciadas por tarefas
relevantes e criativas. O professor pode também servir-se das mesmas como forma
de avaliação contínua e educativa.
5. O estudante vê aumentada a sua autonomia,
quando controla seu ritmo e horário. Através da integração das múltiplas ferramentas
que orientam a aprendizagem (textos, imagens, vídeos e áudios, entre outros), o
aluno desenvolve variadas habilidades, sem pressões externas, reduzindo a
inibição, o medo de intervir e a ansiedade produzida pelo medo em cometer
erros. Dessa forma, o estudante aumenta sua autonomia (cria suas próprias orientações),
proporcionando assim, uma melhor aprendizagem.
6. Risco de dispersão, sensação de solidão e
esforço excessivo. Fundamentalmente, aqui é necessário a intervenção do
professor. Este pode minimizar os riscos, tanto na esfera grupal, quanto na
individual. Através de atitudes de mediação, o professor torna-se facilitador,
orientador, supervisor (não controlador), motivador, avaliador e suporte.
Para tal, necessita dispor de liberdade para explicar, clarear dúvidas, criar itinerários
pedagógicos, propor debates…Esta metodologia propõe não acomodar-se diante da rigidez
dos livros didáticos, das programações da aula (tradicional).
Por fim, mas não finalizando a
reflexão, não se trata de pensar um programa de conteúdos, ou ainda,
garantir o acesso às informações, mas conforme dito em outro momento,
perceber que o essencial continua sendo as pessoas que se reúnem para pensar,
colaborar umas com as outras, compartilhar informações, debate-las, mutar-se e
transvalorar a dinâmica da vida. Estamos aprendendo e, quando o fizemos, também
ensinamos!
((•)) Ouça este post
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