Cá estamos nós, em retiro! Esse tempo
de isolamento social, também é tempo de educação espiritual. E espiritualidade
é ao mesmo tempo um movimento de imanência, pois buscamos refletir em nós e sobre
nós mesmos, e transcendência, pois saímos do normal que tínhamos, para buscar
em retiro possíveis soluções.
Jesus buscava o deserto, a
solidão, o silêncio. Nosso lar é nosso ambiente de retiro. É nele que encontramos
as condições necessárias para educar-se espiritualmente. São as pessoas que ali
estão, que me ajudam a compreender que minha vida só tem sentido, quando vivo
alguns valores que me legitimam enquanto ser humano: a comunhão, a partilha, a
convivência, o diálogo, os conflitos, a espiritualidade. Esses valores são a “chave”
para abrir as portas dos novos tempos que virão após pandemia.
Economistas, cientistas sociais,
políticos, administradores, entre outros, já projetam como será os novos
cenários pós-pandemia. Você já parou para pensar como será o cenário da
família? Durante muito tempo, os indivíduos foram controlados e disciplinados à
se adaptarem, sob pressão, às instituições sociais. Hoje percebemos que, as
instituições precisam, para sobreviverem nesse cenário, se adaptarem aos
indivíduos. E o mais desafiante: terão que se adaptar ao indivíduo que irá
voltar do retiro, mais reflexivo, menos consumista, mais orante, com outros
valores.
Dessa forma, retirar-se é fazer um
movimento dialético nas concepções que orientam a vida social, ou seja, perceber
o que temos como realidade, colocar essa percepção no crivo da crítica e,
sugestionar a partir da crítica, uma nova realidade. Essa é a educação
necessária para a espiritualidade! Não para uma espiritualidade contemplativa,
mas transformadora!
Quando Jesus retornava dos momentos
de retiro, voltava transformado. Era outro homem, outros valores, outra
espiritualidade. Acredito que é assim que voltaremos, mais humanos, com outros
valores, transformados. Aproveitemos, porém, esse tempo de retiro para
educar-se espiritualmente! Sugiro que esse tempo não seja apenas contemplativo,
mas transformador!
Segue uma canção! É de 2017, mas te
desejo em 2020 e nos anos seguintes...
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