Elas estão entre o entendimento e a compreensão. Estão aí, aqui e acolá. Se silencio, provocam o meu silêncio! Se pronuncio, sugerem-me o silêncio para provocar-me. Não as posso renunciar, porque quando as anuncio, denuncio. Me comprometem, porque ao denunciar, tenho que me responsabilizar sobre o que elas podem significar.
Estão na grafia, na arte, na filosofia. Algumas querem gritar, outras preferem silenciar. E mesmo no silêncio, depois de escrita, tanto a bendita quanto a maldita, excitam o pronunciar. Estão no doutor, ou mesmo no analfabeto. Estão na cultura, nos detalhes, na desenvoltura. Estão por toda parte, e quando você pensa em não as encontrar, já pensou, e com elas foi morar.
Entre elas, há o mundo, para quem as possa decifrar. Quem não compreender, mesmo que sábio parecer, ignorante pode ficar. Não são neutras, nem tão pouco radicais, quando se unem para traduzir o silêncio em sons, ideológicas vão se tornar.
Nelas há um poder, o poder de transformar! Estão nas pontas dos dedos, ou na boca a falar. Mas se o medo as impedir de pronunciar, e mesmo assim silenciar, se não aparecerem nos livros e nos cadernos, na eternidade hão de ficar. Delas não somos donos, nem tão pouco opressores, mas se delas nos apropriarmos, libertadores vamos ficar.
Sempre as tenho do meu lado, e do teu lado hão de ficar. Mesmo que busque o seu significado, do anonimato sairão, e jamais te deixarão, enquanto buscares te eternizar.
Você sabe de quem estamos falando?
((•)) Ouça este post
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