As consequências diretas dessas mudanças, é que elas trouxeram para dentro da escola e para toda a sociedade, a necessidade de refletir sobre questões escolares que até então estavam acomodadas. Uma dessas questões, é o currículo. Assim, gostaria de tratar de forma específica, de algumas mudanças necessárias que, se ainda não aconteceram em sua escola, possivelmente irão acontecer.
Novas reflexões sobre o currículo, foram sendo tecidas desde o início da pandemia. Essas reflexões provocam mudanças de continuidade para 2021.
O currículo, em sua visão tradicional estava reduzido à um conjunto de conteúdos. Nada além dessa compreensão. Porém, sabemos que o currículo na escola é carregado de memórias, criação e imaginação, o que permite que ele seja sempre vivo, fenomênico. Aqui está uma mudança significativa: o Currículo desloca-se da reprodução da Tradição, para o seu sentido enquanto Fenômeno Escolar.
Tratá-lo como fenômeno, é compreendê-lo em sua forma mais real e concreta. Um currículo fenomênico aborda as questões do saber, do conteúdo, e do conhecimento a partir das vivências concretas dos alunos, dos professores e da comunidade escolar. Nele estão presentes os anseios, a cultura e os desejos, que justificam a sua existência e seu sentido.
Do ponto de vista legal, currículo é composto e orientado pelas diretrizes curriculares nacionais (DCNs) que estabelecem conteúdos mínimos a serem estudados e oferecidos na escola. No entanto, seguindo o rol de mudanças, permite também que sejam inseridas propostas educativas pautadas na cultura escolar, dando especial valor à realidade e perfil de cada escola.
Por ser intencional, sua existência está relacionada diretamente com a sua intenção. Pode-se dizer que é sua intencionalidade que o faz ser autêntico ou não. Quando autêntico, também é transformador. Assim, a autenticidade do currículo não se limita à um conjunto de conteúdos ou de proposições legais que o orientam, mas se coloca na comunidade educativa como o projeto transformador.
O currículo também pode ser inautêntico. Assim ele o é, quando está inserido na dinâmica intencional dá existência superficial e não transformadora da escoa. Uma vez que não transforma, reproduz.
As escolas precisam repensar seu currículo. Ele precisa estar inserido na dinâmica educativa do aluno como algo essencial, capaz de auxilia-lo a desenvolver-se enquanto sujeito em sua totalidade, competências e habilidades.
Assim, as mudanças vividas no ano de 2020, nos dão indicativos de que precisamos também mudar a escola, seu jeito de ser e de fazer. Ressignificar-se, é o primeiro desafio. Que tal começarmos pelo currículo? Aceita essa provocação?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário