George Floyd foi
um afro-americano que foi brutalmente assassinado em 25 de maio de 2020, depois
que Derek Chauvin - policial da cidade de Minneapolis, Estados Unidos da
América, ajoelhou-se sobre o seu pescoço, com as mãos no bolso, por pelo menos
sete minutos. Suas últimas palavras foram: “Por favor, não consigo respirar!”. Gostaria
de tecer algumas reflexões sobre.
A cena do assassinato
cruel de Floyd tem grande significado, quando se trata de repensar a história
da humanidade. Traz consigo a representação de muitas situações de opressão que
se produzem e reproduzem no cotidiano das minorias sociais, entre elas, o
Racismo.
O pedido, em sua
delicadeza do “por favor”, é um súplica ao Estado para que dê mais atenção às
questões sociais, para que seja sensível à causa dos menos favorecidos da
sociedade, para os oprimidos, para os que sofrem. O “por favor” de Floyd é um
apelo da humanidade para que os que governam, o façam com mais
responsabilidade, mais sensibilidade, mais assertividade.
No Brasil, além de
ecoar fortemente sobre reflexões em torno da questão do Racismo, a súplica de
Floyd é um convite para reflexão sobre a ineficiência e a insensibilidade governamental
no trato com as questões sociais. A súplica de Floyd “Por favor, não consigo respirar!”,
nos convida a pensar sobre o pedido em tom de desespero de muitos brasileiros que,
ecoam dentro e fora dos respiradores em tempos de Pandemia. São muitos os
brasileiros que, pela ineficiência e má gestão governamental do sistema de
saúde, acabam por serem sufocados até a morte.
Parece-me que
aqui, vivemos três mundos: o mundo daqueles que suplicam, que pedem “por favor”;
o mundo daqueles que, com as “mãos nos bolsos”, vão aos poucos sufocando,
acompanhando friamente a morte acontecer; e o mundo daqueles que preferem ver o
“espetáculo” pela lente de seus celulares, sentindo-se impotentes, sem nada
fazer.
A
súplica de Floyd é transversal! Ela ecoa nos três mundos! Ela se faz sentir em
cada ser humano que, minimamente se coloca no lugar da condição “Floyd”. É preciso
se despir da roupagem moral, cultural, de poder tradicional, para se colocar no
lugar daqueles que ainda podem suplicar. Enquanto isso, espera-se que aquele que
governa, tenha dignidade no que faz! Governar não é oprimir, sufocar, matar!
Governar é deixar “respirar”, é ouvir o “por favor” das gentes, diversas em
suas culturas, dignas em sua humanidade.
De todo, no
Brasil, precisamos de uma nova postura dos governantes e de cada cidadão. Não
se pode tratar com indiferença, aquilo que é prioridade! É preciso dar atenção
à súplica “Por favor, não consigo respirar!” daqueles que estão sufocados, seja
pela Pandemia, seja pelo abuso de autoridade. Não se pode ignorar o sofrimento
de muitos, que qualifica e quantifica o momento, tratando como espetáculo o que
acontece. Não se pode ficar de braços cruzados! Enquanto isso acontece, o “Por
favor, não consigo respirar!”, se torna o adeus de muitos!
((•)) Ouça este post
Pensar sobre o racismo no âmago do privilégio racial, refletido nas próprias escolhas e reprodução da vida é uma boa reflexão.
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