Quando se trata da Gestão
Escolar, aparece fortemente a tradição da Administração Escolar. A escola era
vista como uma empresa. Para dar conta da demanda de clientes, a escola deveria
seguir fielmente uma organização hierárquica rígida, de controle. Nessa lógica,
as pessoas se submetiam às instituições. Hoje, ao contrário, a instituição que
quiser sobreviver aos desafios de nosso tempo, deverá se adaptar às pessoas.
Estamos transitando da Gestão da Escola, para a Gestão Escolar. Não significa
também, que houve uma separação entre as duas formas de gestão. Ocorreu, de
fato, uma ressignificação do sentido das instituições, entre elas, a escola.
Portanto, trago algumas questões
que configuram grandes questionamentos para a Gestão Escolar: O que aconteceu
com as escolas com a Pandemia por Corona vírus? Como os sistemas de Ensino
estão reagindo ao cenário? Qual é o papel da Gestão Escolar nesse cenário? Que
oportunidades na educação esse cenário nos proporciona? Entre outras...
O que aconteceu? Suspensão
de aulas em 160 países. 1,5 bilhões de estudantes no mundo, deixam de
frequentar fisicamente suas escolas. Suspensão das aulas no Brasil, a partir do
dia 20.03.2020. flexibilização de 200 dias letivos e obrigatoriedade de 800
horas, remetendo à reorganização do calendário escolar. Insegurança, pela falta
de regulamentação.
Como o Sistema de Ensino reagiu:
pesquisa realizada pelo Centro de Inovação para a Educação Brasileira –
CIEB (disponível em: http://cieb.net.br/wp-content/uploads/2020/04/CIEB-Planejamento-Secretarias-de-Educac%C3%A3o-para-Ensino-Remoto-030420.pdf),
mostra de que “O cenário retratado pelo levantamento é desafiador. Embora 2.520 secretarias municipais (84% dos respondentes)
já tenham emitido normativas específicas – a maior parte delas determinando a
suspensão das aulas presenciais ou o adiantamento de férias ou recesso escolar
–, 63% ainda não orientam sobre qual estratégia de ensino remoto deve ser
adotada neste período” Outro ponto de atenção
é que mais de 85% das secretarias respondentes, tanto estaduais quanto
municipais, não sabem ainda como farão o registro de presença nem a avaliação
de aprendizagem dos estudantes sobre este período”.
Assim, na mesma fonte, podemos
encontrar:
(Fonte:http://cieb.net.br/pesquisa-analisa-estrategias-de-ensino-remoto-de-secretarias-de-educacao-durante-a-crise-da-covid-19/)
Dessa forma, o cenário é
instável, imprevisível e inseguro, mas algumas presunções fundamentais são
necessárias:
Ser o elo de escuta entre
famílias, escola e professores. Através da escuta ativa, é possível identificar
quais são as possibilidades para a realização de um plano estratégico assertivo.
Compreender que o ambiente
domiciliar não se configura como o ambiente escolar. Por isso, é necessário
construir soluções pedagógicas que tenham caráter colaborativo-familiar para a aprendizagem
do aluno. O diálogo de consenso, com propostas decisórias claras, torna a
gestão mais eficiente e efetiva.
Apoiar a organização da gestão de
ensino, valorizando os professores, propondo novos métodos, integrando-os em um
contexto de cooperação do conteúdo, metodologia e avaliação, bem como na gestão
psicoafetiva desse profissional.
E, quem sabe, o maio desafio:
transpor práticas presenciais para a modalidade domiciliar, sem perder de vista
o ser humano e toda sua complexidade. Transpor, não é transportar, mas compreender
o saber e o fazer escolar a partir de outra dinâmica social, a domiciliar.
As oportunidades surgem da abertura
para o diálogo e a constante análise do cenário, que são boas orientações para
a construção da pauta do gestor escolar. Dessa forma, ações coordenadas, plano
estratégico, trabalho remoto, orientação pública efetiva, suporte técnico e
emocional, valorização dos professores e apoio às famílias, são pontos que não
podem faltar nessa pauta e que, afirmam que a instituição está se adaptando às
pessoas.
Deixo minha mensagem final,
para pensar: “Não há isolamento em educação. Estamos todos conectados uns
aos outros. Estamos aprendendo e ensinando em todos os tempos e lugares. Ensinar
e aprender ao mesmo tempo, em diferentes lugares, é estar no mesmo lugar, o
lugar do outro. No lugar do outro, encontrar o lugar de cada um, o lugar de
ensinar e aprender!”
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