No mundo todo, as cidades são caldeirões de intensa atividade. Na cidade, reúne-se uma grande variedade de seres humanos. Pessoas de cor, religião, cultura e costumes diferentes vivem lado a lado. É na cidade que as decisões políticas e econômicas mais importantes são tomadas. As cidades, são o ponto de origem das modas e das tendências.
Nas cidades, os contrastes sociais são grandes. A miséria e o esplendor existem paralelamente. As cidades contém multidões enormes, mas podem causar infinita solidão, medo e angústia.
Em todo o mundo, as cidades estão crescendo, não apenas em número de habitantes, mas em tamanho e densidade. Os habitantes urbanos tem cada vez menos espaço privado e são constantemente vigiados pelas câmeras do interessados no consumo e marketing.
Por mais que o cenário da cidade apareça nessa transe, hordas de pessoas migram para as cidades em busca de maiores e melhores oportunidades de trabalho e acesso aos bens produtivos. Mas não foi sempre assim. Até pouco tempo atrás, a maioria das pessoas viviam em zonas rurais, afastadas do comércio. A maior parte das pessoas, raramente comprava alguma coisa. Hoje, nas cidades, tudo pode ser comprado. Tudo que consumimos na cidade, é comprado. Mesmo que não necessitamos de tudo o que se vende, somos estimulados a comprar.
Na cidade, somos estimulados a comprar produtos e ideias. No entanto, para isso, necessitamos de poder aquisitivo, ou seja, dinheiro. Quem não o têm, permanece à margem daqueles que “podem”.
O poder não é algo inerente à todos na cidade. Ter poder na cidade é manter relações apropriadas em ambientes apropriados. Ou seja, relações de comércio que possam gerar lucro, por isso, estar com as pessoas certas no local certo, vendendo o produto certo, pode se tornar uma atividade imensamente lucrativa e geradora de poder.
O poder gerou relações de competitividade na cidade. Em outros termos, a competitividade acelerou a vida das pessoas a ponto de não se reconhecerem mais como pessoas e sim, como máquinas.
A vida acelerada e competitiva afastou os laços afetivos das pessoas, colocando no lugar deles laços contratuais. A liberdade de pensamento existe, mas a ação é pouco acentuada em seu existir oculto.
Precisamos repensar a vida das cidades. Precisamos politizar as relações entre as pessoas, educando as crianças, os jovens e os adultos para uma mentalidade mais madura, aberta e flexível em relação à vida na cidade. Precisamos reconstruir as relações de vizinhança e de bom senso em nosso espaço de convivência. Enfim, a cidade precisa ser reeducada.
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