Ouço cotidianamente pais trabalhando com políticas compensatórias em relação aos estudos de seus filhos. “Se você fazer isso, ganha aquilo!” ou “se você não fizer isso, te tiro aquilo!” – essas são expressões que buscam compensar determinada atividade com aquilo que a criança gosta. Absurdos como dar computador e outros objetos de prazer infantil para obter boas notas na escola. E na escola, uma corrida absurda pela competição de notas, aumentando a tensão na aprendizagem. Vamos discutir?
Todos sabem que temos competências diferentes! No entanto, aprendemos coisas diferentes em tempos diferentes. Não podemos transformar a escola em um centro de competição, de fórmulas prontas, de castigos morais e muito menos de políticas compensatórias.
A aprendizagem precisa de um tempo hábil para que aconteça, e na maioria das vezes, esse tempo é apurado em função de resultados. A criança pressionada pela família poderá vir a criar bloqueios, perdendo totalmente o estímulo pela aprendizagem. Lembrar também que a aprendizagem ocorre por meio da significação. Há que se entender que aquilo que está no currículo escolar, muitas vezes não é o que paira na consciência e na vivência infantil.
A partir de toda problemática apontada acima, a relação pais e filhos sempre foi e será uma aproximação necessária. A maioria das famílias busca a satisfação de resultados por eles esperados, como se a criança fosse apenas uma “máquina de equacionar” processos escolares.
Por trás da aprendizagem escolar existe uma gama de questões a serem consideradas: o momento afetivo da criança, a convivência familiar (em algumas famílias as relações são mais ou menos tensas), a adaptação ao ambiente escolar, a troca de ideias com os professores, a integração com os colegas, o modo de ver o mundo, entre outros.
Dessa forma, se considerados todos esses processos não podemos fracionar a aprendizagem. A falta de uma relação entre pais e filhos pode acarretar na falta de responsabilidade no espaço escolar. A convivência familiar e escolar é mediada por fatos sociais, ou seja, fatos externos que determinam a conduta dos indivíduos. Nesse sentido, a relação de pais e filhos colabora para com a aprendizagem escolar quando for mediada pelo diálogo aberto, sensível e amadurecido.
No entanto, a confusão ou a troca de responsabilidades na família poderá vir a acarretar a indisciplina escolar. Ao assumir as normas familiares a criança cria seu espaço de responsabilidade, emitindo aos pais a mediação, mas não o definir de sua postura.
Pais abertos ao diálogo têm filhos dialógicos! O diálogo é a base do entendimento, no entanto, a privação do mesmo poderá vir a ser a causa dos conflitos familiares e escolares como reflexo.
Com esse embasamento, a escola não quer se eximir do papel moral, pelo contrário, quer pertencer à um trabalho conjunto necessário, onde os principais sujeitos que se constroem são todos os que dele participarem. A escola dialógica está sempre de portas abertas para trocar ideias sobre seus alunos, não os classificando de acordo com habilidades, mas buscando a desenvolver todas as competências necessárias para entender a sociedade e a vida nela inserida a partir da possibilidade e do entendimento.
((•)) Ouça este post
O ser humano quando deixa de ser dialógico deixa de ser cidadão.Quando tornamos o conhecimento uma comprtição fazemos com que perdemos a essência da sabedoria,tornando as ideias uma copia e não um caminho para uma alma saudavel!
ResponderExcluir