Na escola de hoje, a construção coletiva de conhecimento se dá entre os pares. São professores, educadores responsáveis por sua missão, que refletem sobre sua prática pedagógica. Refletem, pois entendem que através da reflexão ampliam a dimensão ética de sua profissão. Entendem que a reflexão melhora seu saber, sua relação com o outro, e também o ajudam a entender melhor a complexidade do processo educacional.
A construção coletiva de conhecimento, só é possível quando o professor também se dedica à pesquisa. Não se trata de existir setores/disciplinas de pesquisa dentro de uma escola, mas, a constituição da escola como um lócus de pesquisa. É sempre bom lembrar que a pesquisa nasce de uma inquietação, um problema, uma reflexão. A escola que favorece o ambiente inquieto, problematizador e reflexivo é, por excelência, uma escola de pesquisadores.
Professores-pesquisadores são aqueles que estão inquietos diante de seu trabalho, que problematizam-o, que refletem sobre seus saberes, suas práticas de ensino e aprendizagem, e também as avaliativas. Professores-pesquisadores não se reduzem a um currículo positivista, ou seja, onde os conhecimentos são vistos como verdades a serem transmitidas. Professores-pesquisadores, estão sempre em constante movimento de troca com seus pares, pois entendem que a experiência de educação, só faz sentido quando compartilhada.
Assim, na escola de hoje, a pesquisa e a produção coletiva andam juntas. Além de inquietar-se, problematizar e refletir sobre seus saberes e práticas pedagógicas, sobre o seu cotidiano concreto, os professores-pesquisadores também escrevem. Eles entendem que a escrita é um exercício de imortalidade ou, se for o caso, de eternidade. Pesquisar, ler e escrever, fazem parte de um roteiro dialético - que coloca em movimento crítico - as palavras do mundo e o mundo das palavras.
Para ampliar ainda mais a leitura, a escrita e a pesquisa, a escola de hoje oferece o ensino híbrido, possibilidade de levar para o estudante a experiência e o exemplo educativo do professor-pesquisador. O ensino híbrido possibilita autonomia do estudante, sem perder de foco a orientação e mediação do professor. Ensino híbrido, ao contrário de transmissões de aulas presenciais (ensino remoto), amplia a dimensão de autonomia e protagonismo do estudante, bem como a função democrática do ensino. A dimensão da Autonomia e do protagonismo, são desenvolvidas quando o estudante inquieto pelas problematizações da mediação docente, busca em espaços virtuais diferentes entendimentos para complementar, ampliar e complexificar o saber fragmentado da sala de aula. Na sala de aula, a função democrática do ensino se potencializa quando se dialogam os diferentes entendimentos da pesquisa com saberes curriculares, realizando profícuas reflexões.
Por fim, na escola de hoje, ler, pesquisar, escrever individualmente ou em espaços coletivos, juntamente com as metodologias ativas do ensino híbrido, constituem um novo ensinar e aprender. Resta a pergunta: De que somos capazes em nossas escolas? E a resposta - de tudo isso, e muito mais!
Boa leitura! Excelentes reflexões!
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