- Quem é o sujeito? Pergunta a professora.
- Sujeito é quem pratica uma ação! Responde o aluno.
- Quem é o indivíduo? Pergunta professora.
- Sou eu, é você! Responde o aluno.
O homem moderno tem identidade fixa. É conhecido por seu arsenal racional de argumentos matemáticos. Está centrado. Ele é o centro. O racionalismo moderno, com as contribuições do cientificismo e do desenvolvimento tecnológico, colocaram o homem do Séc. XVII no centro.
A reflexão produzida em torno do centro, nos leva a compreender que existe o elemento periférico. Periférico não é central. O periférico está descentrado, deslocado. Periférica é a natureza…junto com ela, todas as coisas que se encontram fora da dimensão racional do pensamento moderno. O outro, é só adjetivo, não é sujeito! O outro é periférico, o eu é o centro. A subjetividade é grau máximo da prospecção humana sobre o universo. O universo tem suas leis, conhecendo-as, controlo-as.
“Saber é poder!” – já dizia Francis Bacon – pensador empirista moderno. Quem tem conhecimento, conhece; conhecendo, domina. O centro domina o periférico. Mesmo dominado, o periférico continua periférico. Não há ganho. Há impossibilidade de desenvolvimento. O desenvolvimento está em sua escravidão, servidão e alienação. Desenvolve-se o centro, o resto, é periférico. Desenvolve-se o homem moderno à qualquer custo, mesmo que o custo seja o mais doloroso dissabor humano: a morte.
O eu, subjetivo e matematizado não apenas domina a arte da narrativa histórica, mas a vida natural como um todo.
Pensar o centro, implica em não resignar-se diante do periférico. A condição é contraditória. Enquanto assume identidade centrada, o homem moderno busca desempenhar vários papéis sociais e diversas atividades, mas sem entregar-se plenamente à uma delas.
Segue-se, porém, algumas características da modernidade, assegurando a centralidade do homem:
• ANTROPOCENTRISMO: O homem é o senhor. Deus não é necessário!
• QUAL É O CONHECIMENTO VÁLIDO? Conhecimento Científico.
• QUAL É O SENTIDO DO HOMEM, DAS COISAS E DO MUNDO? Servir ao homem e auxiliar no processo de domínio sobre o mundo.
• QUAIS AS FERRAMENTAS? O uso da técnica e da tecnologia.
• O QUE É BOM? É bom aquilo que satisfaz, que vem ao encontro dos desejos do homem.
• QUEM DETERMINA O QUE É BOM? O Homem.
• O QUE IMPORTA? o momento e a vontade de cada um.
Diante da estrutura moderna, surge a necessidade do descentramento do homem como centro.
Cinco são os conceitos pelos quais houve o deslocamento do sujeito moderno:
1) Tradição do Pensamento Marxista: Os homens fazem história pelas condições materiais e de análise dialética que lhe são dadas.
2) Descoberta do Inconsciente por Freud: Os processos de formação identitária não são isolados, são formados coletivamente e historicamente construídos.
3) Linguística Estrutural de Ferdinand de Saussure: Não somos autores das afirmações que fazemos. A língua é um sistema social e não individual.
4) Poder Disciplinar de Michael Foucault: a função do poder disciplinar é a regulação e vigilância das massas, indivíduo e do corpo.
5) Impacto do Feminismo: Movimento que apela pela identidade social, permitindo a pluralidade de identidades.
E agora, descentrados, ousamos ser cidadãos onde o cidadão do mundo globalizado é o solitário conectado. Destarte, ousamos centrar nossa condição humana na possibilidade do humano, sem qualquer incursão no declínio ao centramento do sujeito moderno.
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