Para que o professor seja educador, ele necessita de tempo; caso contrário, continuará sendo ele, um mero professor. Esta ideia hoje tem sentido quando pensamos na profissão do professor e, de que forma o mesmo, executa suas funções pedagógicas.
Ser professor é fácil! Não há necessidade de aprender! Apenas ensinar, é uma tarefa que não exige muito preparo, basta ter disposição física e mental. No entanto, quando se coloca em uma postura de aprendente, o professor se transforma em educador. Esse processo é simples de compreender: basta visualizarmos nas escolas àqueles educadores que partem da dúvida, curiosidade e da pesquisa junto e com seus alunos. Esses educadores são de fato educadores; não são professores! Estão dispostos ao aprendizado constante.
Mas, me fiz pensar, o que hoje significaria aprender? Aprender nos dias de hoje, é um processo que necessita de muita leitura, entendimento, discussão e busca de um acervo bibliográfico que permita a reflexão. Tudo isso acaba afunilando para uma questão: o tempo que temos enquanto educadores!
A vida familiar de um profissional da educação não é, basicamente, a rotina de famílias que tem ou que trabalham para empresas. O professor não é professor apenas em sala de aula. Diria que esse tempo de sala de aula é apenas uma parcela pequena do tempo de ser professor.
Mas o resgate do tempo de ser professor acaba por levantar outra questão: O valor do profissional da educação está em seu tempo!
Em suma, vivemos um tempo que não permite a existência do tempo da reflexão. Dessa forma, o professor acaba por reproduzir a vida escolar pautado apenas na estrutura burocrática, enquanto esquece que, para ser educador, precisa do tempo livre.
Muitos governos pensam que os professores não precisam de lazer, esporte, cuidados com a saúde, cultura, etc. Alguns governos entendem que o professor é mão-de-obra, que “não precisa ser educador”.
Recuso-me à pertencer à uma classe de profissionais que perderam o senso da crítica em favor da sobrevivência! Recuso-me à dizer “Sim, senhor!” à um sistema hipócrita que aprisiona as consciências do tempo de viver. Se for para ser professor assim, que seja, mas assim, não se pode ser educador. O tempo vai medir esse “acefalismo simbólico”.
O professor então, precisa de tempo para ser educador!
O dia que teu filho (a) for de fato educado por um educador, poderá ter certeza que ele deixará de ser mais um aluno.
Boas reflexões!
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